30 dezembro 2006

Liberdade vs Igualdade

Dois conceitos que ninguém poderia classificar como nocivos. Entretanto, a maioria das pessoas não percebe que são excludentes. Quanto maior a liberdade, menor a igualdade e vice-versa.

Nós, antes de tudo, somos animais. Alguns de nós possuem habilidades inatas, como uma facilidade maior para aprender tal coisa, ou uma facilidade para correr, pular, etc. Alguns chamam de dom natural. Qualquer que seja o nome, é fato que pessoas são diferentes por natureza.

A igualdade, portanto, torna-se uma forma de ir contra a natureza. Mas, como seres humanos avançados, podemos ir contra a natureza. Pq não conseguimos implantar a igualdade?

Imaginemos que fulano é um brilhante corredor. É campeão de tudo que é tipo de corrida. Por outro lado, beltrano não consegue, por mais que se esforce, competir com fulano. Eles são, em essência, diferentes. Porém nós, humanos avançados, estipulamos a igualdade. Quem deverá sofrer com isso? O melhor.

O melhor pode acompanhar o ritmo do pior - é só ficar mais lento. Mas o pior não conseguiria acompanhar o ritmo do melhor. Para o conceito de igualdade funcionar, portanto, é necessário que ninguém se sobressaia. Ninguém pode ser melhor. Todos teríamos as mesmas casas, os mesmos carros, a mesma roupa. Tudo cinza e padronizado. A liberdade não existe. Não posso escolher uma cor diferente, não posso simplesmente escolher SER diferente.

Já onde existe liberdade, os melhores se sobressaem. Acabam sendo vencedores, enquanto há os medianos, que ficam (onde mais poderiam ficar?) na mediocridade. Existe uma relação entre melhores, piores e medianos: o melhores são 10%, os medianos 80%, e os piores 10%. Reparem na desigualdade: a esmagadora maioria é formada por medíocres p/ baixo. Isso pq houve liberdade, que permitiu aos melhores exercerem suas qualidades, e que trouxe a desigualdade.

Mas essa explicação foi um pouco abstrata, certo? Vamos a algo mais concreto. Muitas pessoas dizem que em países nórdicos os lixeiros ganham tanto quanto um empresário, por exemplo, e citam esse fato como se fosse uma ode à igualdade. "Vejam, eles são primeiríssimo mundo lá, ninguém passa fome, todos ganham a mesma coisa". É verdade. Infelizmente, os esquerdistas que gostam de citar tal fato não são muito bons em traçar paralelos entre fatos distintos.

Peguemos o caso da Noruega. O maior IDH do mundo. A população total é menos da metade da cidade de São Paulo. O PIB norueguês é menos de 10% do brasileiro. O Estado é forte, atuando diretamente nos negócios, e possuindo monopólio em áreas como a petrolífera. Muito bem, vamos fazer uma análise rápida: estamos falando de uma vila, comparando com o Brasil. É claro que a vida seria maravilhosa em um lugar onde recursos naturais valiosos (petróleo) abundam, e a população se conta a dedo.

Claro que, apesar do maior IDH do mundo, a Noruega também apresenta a maior taxa de suicídio do mundo. Alguns cientistas atribuem esse fato à falta de sol. O corpo gera hormônios que trazem euforia quando a pele está em contato com o sol, o que é meio raro num lugar que só tem 6 meses de luz, e mesmo assim é difícil sair de casa sem proteção contra o frio intenso. Mas enfim, belo exemplo.

O que eu quis dizer com tudo isso? Que não dá p/ falar em exemplo mundial usando uma vilazinha no interior do mundo (onde o governo regula boa parte da vida dos cidadãos, e onde a liberdade é cerceada tanto pelo Estado quanto (ou mais) pela própria natureza) como parâmetro. Vamos pensar no mesmo conceito aqui no Brasil: lixeiros ganhando o mesmo que um médico, por exemplo.

Salário x Responsabilidade
No Brasil, uma meritocracia, os salários são baseados em responsabilidades. Pq um médico ou um juiz ganham mais que um lixeiro? Pq estudaram mais? Não. Pq de suas ações depende a vida de milhares (milhões, às vezes). O que acontece se um ministro do STF não fizer seu trabalho corretamente? Caos, pânico, ranger de dentes. Se um médico não fizer seu trabalho corretamente? Pânico, morte, doença. Se um lixeiro não fizer seu trabalho corretamente? Vem outro e faz. Ok, ok, o lixo ficou um dia a mais esperando, mas ele VAI sair de lá. Já o paciente que morreu na mesa de operações do médico não vai voltar com outro médico.

Por isso, no Brasil, existem aqueles que não completaram curso superior e ganham mais do que doutores. Questão de responsabilidade. Um empresário precisa responder por sua empresa. Pagar suas dívidas, girar capital, contratar, demitir. Suas decisões têm impacto direto na vida das pessoas. Por outro lado, se a tiazinha do café esquecer do açúcar, ora, e daí?
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Vocês repararam que eu comecei falando de liberdade e igualdade e acabei falando sobre salários? Pois bem. Isso pq a "luta" entre liberdade e igualdade está presente todo o tempo em nossas vidas. No discurso, a igualdade é muito mais bonita, mas na prática a liberdade é o que conta.

Obviamente, eu defendo a liberdade. Há quem defenda a igualdade (mas infelizmente o discurso soa um pouco hipócrita, pois estes já estão com suas aposentadorias nada igualitárias garantidas. Vide Aldo Rebelo). Pretendo explorar bastante este assunto por aqui. Aliás, já adianto meu próximo assunto, que tem tudo a ver com liberdade, com escolhas: aborto. Neste mesmo canal, neste mesmo horário.
Aguardem...

28 dezembro 2006

Há 10 anos

Texto escrito em 23/01/2004. Quase 3 anos atrás. Bem melancólico. É um pouco grande p/ este blog, mas sei que vocês, bons leitores, gostarão. Bom, após o texto, tenho algumas considerações...

E estou andando pela casa em que cresci.
E, no início, não quero nada, só pegar meu violão, e ir embora p/ minha casa.
Então acho alguns cadernos empoeirados. São cadernos do meu primário. De 1990 a 1993. E então lembranças começam a tomar meu pensamento, enquanto passo os olhos pelas folhas empoeiradas, preenchidas por letra infantil, com problemas matemáticos, ou recados.

Relembro dos amigos que nunca mais vi, do primeiro álbum de figurinhas completo, que perdi na mudança de casa, das comemorações, ou feiras de ciências com explicações agora simples, mas que eram complicadíssimas naquele momento.

Valores de mensalidades expressos em milhões de cruzeiros, depois milhares de cruzeiros reais.
Até chegar no recado sobre o luto pela morte do cantor Jessé, pai do aluno David, estudante da minha sala. Na verdade, David foi meu primeiro "melhor amigo". Mas após a morte de seu pai, mudou de escola, e nunca mais tive notícia. Suspeito que tenha sido a primeira grande decepção que tive, pelo menos, que lembro.

Então me vem o pensamento sobre o quanto seria bom reunir toda uma classe de mais de 10 anos atrás. Não consigo imaginar a gama de caminhos que cada um pôde escolher p/ seguir. Lembrei também do meu primeiro amor, que também foi meu primeiro fora. Um bilhetinho pedindo a menina em namoro, e a resposta que eu teria somente no dia seguinte. E a resposta foi "não". Graças a uma amiga que não gostava de mim. Acho graça de como as mulheres começam a fazer esse tipo de coligação tão cedo. Por onde será que anda essa menina?

E me ocorre que estou com medo. Nunca notei como o tempo passa depressa. Sempre que se falava em "10 anos atrás", eu não tinha a dimensão correta desse tempo, pois não me lembrava da época. Quando tinha 18 anos, 10 anos antes eu teria 8, e não lembraria nada que acontecera naquela época. Agora não. Eu lembro das coisas que me aconteceram há 10 anos. Tudo vêm à mente com muita facilidade, desde a reforma da casa, até a vinda do Rex, o cachorro que ainda está vivo, mas infelizmente, está velho, e não dura muito mais.

Mais uma coisa que só agora vim perceber. Fazia uns 3 ou 4 anos que não via o Rex. Nunca me ocorreu que ele ficaria velho e morreria. Nas minhas lembranças não lembro de nenhum momento que pensei sobre isso, e brinquei "só mais 5 minutos" com ele. E agora não tenho tanto tempo assim, e ele não consegue mais brincar como antes. Não tem o mesmo fôlego p/ pular e correr.

E é assim que estou me vendo, sentado na escada, olhando o Rex, e o prédio que agora esconde a bela vista que tinha das montanhas, e que tapa o sol que mantinha as árvores do meu quintal vivas, chorando feito uma criança que perdeu seu brinquedo. Mais um minuto próximo do fim. O brinquedo que perdi foi o tempo.

Agora não dá mais p/ dormir com a janela do quarto aberta, p/ acordar cedinho e, sem o barulho da janela abrindo, poder observar os papagaios que comiam goiaba no meu quintal. Ou correr com um pedaço de pão, que servia como isca p/ o meu cachorro! Agora o que restou foi uma sombra, uma árvore morta, e um velho cachorro, numa casa velha, que não parece mais a casa onde crianças corriam, e festas aconteciam.

E eu continuo lembrando dos amigos do bairro. Da Carolina, Camila e Cibele, as minhas primeiras amigas, que não vejo há mais de 10 anos. Nunca mais tive coragem de tocar aquela campainha. Nem sei se elas me reconheceriam. E continuo, e lembro das brincadeiras de esconde-esconde (que eram muito emocionantes, já que minha casa possuía vários esconderijos muito bons).

Agora me levanto, e sigo até o portão, e no caminho passo pelo corredor, que me dava medo. Agora passo por ele sem nem olhar p/ trás. Passo pelo jardim, que foi estrategicamente diminuído pelo meu pai, p/ caber mais um carro na garagem. E em algum lugar desse jardim está enterrado meu outro cachorro, que morreu há quase 10 anos, numa briga com o Rex. Pois é, um dia você é forte e enfrenta qualquer coisa. O tempo passa, e o que você havia enfrentado está maior e mais forte que você, e te vence.

E olho p/ o muro que há 10 anos, eu tinha medo de subir, mas que mesmo assim, ia buscar o pipa que caiu no telhado. Entro no meu carro, e é meu subconsciente que se preocupa com a direção. O consciente está ocupado com lembranças. E pelo caminho para casa, passo pelo meu antigo colégio, que me traz mais lembranças, enquanto as lágrimas escorrem.
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Dia 17 fez 4 anos que conheci uma menina que mudou o rumo da minha vida, mas não pôde continuar seguindo comigo. Ela seguiu o caminho dela, e agora eu sigo o meu. Incrível como parece que foi ontem que a conheci, e tanta coisa mudou desde então.

E depois de alguns minutos, quando as lembranças se acalmam, eu consigo concluir que o que sou hoje, é graças à esse passado que me entristece. Desde a teimosia à facilidade de integração, que foram moldadas durante a adolescência, período que, ao que parece, está me trazendo mais confusões e dúvidas agora, do que em seu ápice.

E choro mais uma vez, escrevendo este texto, por ter lembrado de tudo novamente.
Cada livro que eu li, programa que eu assisti, brincadeira que joguei, agora me olham e cobram o resultado de terem passado pela minha vida. Tornei-me bom, ou mau? Ou simplesmente, tornei-me adulto - bem e mal juntos, compartilhando esta pessoa que, como cada ser humano, é um universo indecifrável e sem tamanho? (que clichê)

E novamente me lembro que devo seguir e conquistar cada vez mais, mas não posso esquecer de viver esse tempo, pois daqui p/ diante, em qualquer tempo da minha vida, eu sempre vou lembrar do que aconteceu 10 anos atrás. E não posso correr o risco de chorar novamente daqui a 10 anos.

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Minhas considerações:
É, a época da minha vida era bem diferente quando este texto foi escrito. Muitas baladas, bastante rebeldia, e melancolia. Foi legal! Estou bem mudado (com vários quilos a mais, inclusive).
Enfim:
1 - A casa da qual eu falo foi demolida em março deste ano que se encerra, e dois sobrados estão quase prontos naquele lugar, e cada um será vendido pelo dobro do preço da casa. Sem contar valor sentimental.
2 - O Rex morreu um pouco antes da demolição.
3 - Os papagaios, como eu comentei, já não vinham mais por causa de um prédio que foi construído no quintal. Além disso, o lugar de onde eles vinham (montanhas em SBC) virou uma favela. Basicamente, não existem mais papagaios selvagens naquela região.
4 - Com o pessoal da escola e as meninas do bairro eu me encontrei. Estão bem, e foi legal revê-los. Agora, faz mais de ano que não os vejo. Mas foi bom enquanto essa proximidade tardia durou.
5 - A menina que mudou minha vida casou, e hoje tenho muita estima por ela. Sou grato, e sempre lhe desejarei toda a felicidade do mundo.

Ê tempo...

27 dezembro 2006

Elogio ao Amor Maior

O Amor Maior, doravante entitulado apenas 'amor', dura pouco. Uma noite, um fim de semana, um minuto, um segundo. Pode acontecer enquanto duas pessoas cruzam os olhares na rua. O dia das duas estará ganho, e nunca mais elas se encontrarão. Mas sempre existirá a dúvida: e se eu tivesse perguntando o nome dela...

Pode acontecer durante todo um fim de semana, quando duas pessoas decidem sumir do mapa. Desligam seus celulares, e vão acampar no meio do mato sem avisar ninguém. Aqueles dias serão inesquecíveis... Pode acontecer numa festa, enquanto dois adolescentes somem e vão *conhecer* o andar de cima, e o saldo é uma ex-virgem.

O amor está sempre na possibilidade. Não é à toa que o amor moveu revoluções na História, e sempre foi reprimido por entidades autoritárias, como a igreja (lembrem-se que o demônio está na incerteza). Casamentos são instituições racionais, que menosprezavam o amor e visavam fortalecer os negócios. Graças, talvez, à Revolução Francesa é que a liberdade começou a ser possível - liberdade de amar inclusive!

Mas pq esse amor dura tão pouco? Justamente por sua necessidade de entrega absoluta, ele precisa obrigatoriamente que os envolvidos estejam plenamente abertos à essa possibilidade. Durante a existência do amor, naqueles momentos em que ele existe, uma pessoa só deve existir para a outra; a razão de existência de um é a felicidade do outro. Pode parecer exagero, mas é exatamente isso: um exagero.

No dia-a-dia isso é impossível. Interagimos com centenas de pessoas a cada dia. Resolvemos problemas, debatemos soluções, nos frustramos com expectativas, cansamos nossos corpos com qualquer atividade. Não falo somente da vida estressante e culturalmente viciante (falo por mim, pelo menos) das grandes metrópoles, mas qualquer pessoa realiza trabalho e se cansa, por exemplo. Quando isso acontece (e isso sempre acontece), nosso foco é perdido, e o amor não dura.

Nesse momento já viramos a esquina, ou já é segunda-feira e já levantamos acampamento, ou o cara já está no bar contando que descabaçou uma fulaninha numa festa (acho que vou falar mais dessa metáfora)...

Para a relação se manter quando o amor (amor maior, lembrem-se) acaba, são necessários reparos para balancear: companheirismo, compaixão, compreensão... Esses mecanismos fazem o amor durar, apesar da intensidade diminuir. Mas o amor, por si só, o amor paixão, o amor entrega, ah, esse não dura. Esse deve ser apreciado e celebrado quando acontece. Sinta-se feliz, e esteja sempre aberto à possibilidade de amar loucamente alguém somente por um olhar que nunca mais irá se repetir.

Pq você acha que os contos de fada acabam sempre quando esse amor começa? Imagine a Cinderela 2 anos após seu casamento...

A Ponte e a Primeira Noite

Sentada no parapeito da ponte, Rebeca observa a água correndo silenciosa e mansa. Seu vestido vermelho, leve, balança com o vento. A saia, que alcança o joelho, tremula tal qual a bandeira da embaixada onde esteve algumas horas antes.

A chuva começa a cair. Ela observa o efeito que os grossos pingos causam na água. Uma cortina grossa de água varre o rio em sua direção. Quando chegam, encontram-se com suas lágrimas. Seu vestido gruda em sua pele, seus cabelos, que antes estavam livres ao vento, agora grudam em seu rosto.

Seus dedos estão entrelaçados, e ela pensa no quadro. Imagina a temperatura da água. Pergunta-se se a queda machucaria muito. Rebeca sabe que está sendo observada. Pensa que deveria mesmo se jogar.

Um dos vultos sai das sombras e posta-se atrás da moça. O outro acende um charuto e apenas observa.

Homem
Quantas mortes?

Rebeca
Cento e cinquenta. Sem contar os nossos.

Homem
Choras por um traste que não merecia estar vivo. Tu fizeste bem em não teres te metido. Ah, quem dera ter sido uma bala de minha pistola ao invés daquele pedaço de vidro. Todos sabem que eu tinha uma bala especial, com aquele maldito nome gravado. Ele achava graça. Mas não fosse o ocorrido, seu poder acabaria, mais cedo, ou mais tarde. Ele sabia disso. E ele sabia que eu me vingaria.

Rebeca
Ninguém tinha mais opção. Não deveria mais haver ódio entre ninguém. Não foram suficientes as mortes? Não causaram comoção suficiente? Era realmente necessário que um de nós se sacrificasse?

Homem
Há quem tenha se sacrificado de verdade. Ele foi um lixo. Não foi um sacrifício. (Levanta a capa para se proteger da chuva e acende um charuto). Ele teve escolha, mas preferiu desobedecer. Não pude me vingar naquele momento. Ainda fui obrigado a vê-lo sendo condecorado, recebido como herói. Herói, humpf. A morte que teve não foi suficiente para retirar de mim a vergonha... Quem te acompanhaste até a embaixada?

Rebeca
O Delegado. Ele foi até minha casa. Roubaram o quadro. Eu sei quem foi.

Homem
Eu sabia. EU TINHA CERTEZA QUE ACONTECERIA! Eu não havia prevenido?

Rebeca
Fácil falar agora. Muitos supunham. Entretanto, a forma como aconteceu assusta. Ainda sinto aquela presença estranha. Mas talvez o quadro não importe mais. O Delegado ficou para trás na embaixada. Mais uma morte em nome da causa. Mas me vinguei. Após a explosão, eu vi o segurança que o matou queimando. (Gargalhada).

Homem
Não sejas rancorosa. (Respira e dá uma gargalhada). E então, vais saltar?

Rebeca
Vá embora e deixe-me em paz com minha dor. Vocês dois já observaram muito por hoje.

O outro vulto, que somente observava, some de vez nas sombras.

Homem
Claro que iremos. Chegou nossa hora. Também temos nosso show esta noite. Mas nunca se esqueça que sempre estaremos a um passo. Daqui da ponte poderás observar nossa performance. Lembra-te das palmas. Amanhã um novo dia nos trará o resultado desta noite. Aguarda mais instruções. Não tardarão a chegar.

O homem vira as costas e caminha para as sombras, enquanto o outro reaparece e se aproxima da ponte com um envelope nas mãos.

Segundo homem
Pega (entrega o envelope). Às vezes os mortos voltam à vida. Deverias saber disso.

O homem vai embora, e finalmente Rebeca está sozinha. Abre o envelope. Há dinheiro. E há um pingente no formato de um espadim. Ela vira, e vê a inscrição ao longo da lâmina: "Em nome dos bravos que caem sem honras, mas sempre serão honrados". O lema do grupo.

Ela derrama mais algumas lágrimas enquanto coloca o pingente ao redor do pescoço molhado. A chuva diminui. Está quase na hora. Ela levanta os olhos, e observa a explosão. Mais um símbolo cai. Tinha que ser assim? Sim...

26 dezembro 2006

Memórias póstumas

Fim de ano, nada como uma retrospectivazinha básica...
Na verdade, eu tenho tanto o que lembrar desse ano, que não tenho palavras suficientes p/ expressar tudo, então vou falar pouco. Na verdade, vou falar de pouco assunto, os mais marcantes. Depois comento algo mais.

Pois é, esse ano eu tive uma vida conjugal, efetivamente. Ok, comecei a morar sozinho ano passado, mas esse ano é que as coisas já estavam mais certinhas, mobília, essas coisas. Esse ano é que eu tbm deixei de morar sozinho, que minha 'esposa' morou comigo. Entre aspas pq era por lei, de acordo com o novo Código Civil, e não por um casamento real. Que teria ocorrido em julho, mas não aconteceu.

Morar com alguém é uma experiência e tanto... Dividir a vida é coisa grande! Tem lados bons e ruins. Pra quê falar dos ruins? Morar com alguém é bom. Não falta assunto, não tem silêncio. Agora, veja você, eu saio p/ onde quero, volto a hora que quero. Por outro lado, às vezes (poucas, admito, mas existem) não tem onde ir. Tá tudo fechado, sei lá! Ficar sozinho é bom, às vezes, mas de vez em quando dá tristeza.

Era bom chegar em casa e ter alguém esperando, alguém p/ encher o saco que quer ver novela, alguém p/ ficar empurrando à noite da cama. Ficar sozinho direciona o papo p/ o papel (computador, no meu caso). Ter alguém me faz valorizar meu espaço, ficar sozinho me faz valorizar as companhias. Ambas situações são boas. Ambas devem ser vividas com moderação.

Mas, após idas e vindas, em um começo de setembro foi de vez, e não teve mais volta. E a vida não é assim? Após isso, minha vida ainda muda de novo. Começo minha faculdade, conheço gente nova, amigos novos, agitação. Revivo alguns bons dias de 2003/2004.

Daí, em um fim de novembro, encontro finalmente uma raposa. Continuo vivendo bem, valorizando cada vez mais meus novos amigos, e tendo o respeito e consideração de quem jogou seu livro de regras fora p/ ficar comigo. Gosto que respeitem meu espaço, já que a liberdade é direito natural! Também gosto de quem sabe respeitar seu próprio espaço.

E ano que vem já tenho algumas mudanças grandes em vista... Mas tem coisas que não mudam mesmo... Continuo incorrigível...

Obs.: pois é. Nunca havia citado a hoje ex-esposa. De tanto que fui cobrado para tal. É péssimo ter alguém cobrando as coisas. Criatividade não surge por cobrança. E quanto mais se cobra, parece que mais ela se assusta, e se esconde lá num cantinho do cerebelo, onde ela nunca deveria estar (cerebelo cuida do equilíbrio, não da criatividade). Por isso que não consigo encontrá-la.

Engraçado citar alguém num texto "póstumo" como esse. Mas tudo resume-se a duas coisas: Ana Paula, talvez você nunca leia isso, mas tivemos uma boa vida, foi bom o tempo que passamos, e foi bom morar contigo. Letícia, você VAI ler isso, e temos/teremos uma boa vida, e você será a primeira-dama! Acostume-se!

Passado e presente se confundem p/ formar o futuro. Nós é que escrevemos o futuro. Não existe 'se for p/ acontecer, acontece'. Não nos acomodemos. Não deixemos 'a vida nos levar'. Somos mais importantes que isso...
Vida, oh vida...

Interações Humanas

O que é beleza e o que atrai?

Beleza é conceito dúbio, normalmente associado à simetria e embasado por conceitos culturais. Um afegão deve achar horrível uma mulher de biquíni. Claro, pois em sua cultura isso é uma vulgaridade de extremo mau gosto, que deve ser punida com uma explosão em nome de Alá (brincadeirinha...). Um francês deve se matar de tesão ao ver um sovaco cabeludo, e um americano ao ver um bacon ou uma arma de fogo.

Na minha opinião, o conceito de beleza é mais simples que isso, pois é geral: ser belo é fazer com que todos se sintam atraídos. O corolário disso é que beleza é poder. Não o poder vulgar que é acessível a qualquer um. Chamo de poder vulgar, por exemplo, possuir uma arma. Se eu estou num bar, e alguém começa uma briga e ao ver que vai apanhar tira uma arma, não sinto a menor simpatia pelo sujeito. Não conseguiria vê-lo como poderoso, apesar de que sim, ele detém o maior poder naquele momento. Mas na verdade ele foi fraco. Apelou. Qualquer um com uma arma na mão teria poder igual.

Por outro lado, se ele tira a arma p/ afastar os trinta companheiros de seu oponente e propõe uma briga justa, somente os dois, sem arma e sem companheiros, aí sim eu vejo poder. Claro, os dois precisam ter o mesmo porte também, pois se eu sei que sou faixa preta em 200 artes marciais e peso 200kg de músculo e chamo p/ brigar um nerd que pesa 50kg de livros e 10kg de óculos estaria sendo tão desleal quanto o cara do exemplo do parágrafo anterior. Mas não é exatamente desse poder que estou falando.

Existem várias formas de poder. Acima, citei duas. Mas o que é vinculado à beleza é, digamos, um poder metafísico. Não é força física. É a possibilidade de fazer o que quiser com os humanos ao seu redor. Hum, tá difícil de eu me explicar... Mais exemplos, então.

Imagine uma menina feinha. Mas ela tem tanta auto-estima, que, sem ser arrogante, exala...poder! Uma mulher bem-resolvida, independente, livre, forte. Que quando um rapaz vai chegando perto na balada, e ela não está a fim, consegue deixar isso claro sem ser mal educada. Também não precisará fazer doce caso esteja interessada, pois isso é coisa de quem precisa se valorizar, precisa de um cara babão. Se ela já se sente valorizada, não precisa disso.

Agora imagine uma menina linda, mas que não se sente segura nem p/ conversar olhando nos olhos. Anda encurvada, com vergonha, se veste de forma a se esconder. Uma pessoa sem auto-estima é a pior coisa que existe. Se um cara chegar nela na balada, é capaz dela achar que o cara está tirando uma da cara dela, ou que é alguma aposta, e dar um passa-fora nele.

Ou seja, a menina feinha se mostra, pois se acha bonita e, sendo assim, SE TORNA bonita. A bonita fica feia, enclausurada em seus traumas. Não consegue passar a mensagem: eu sou livre! Esta é a mensagem que atrai. Isso é poder: ter total controle sobre sua própria vida e decisões. É isso que atrai, e o que faz exercer poder sobre quem está ao seu redor.

Aliás, um exemplo simples de que auto-estima traz poder: imagine que você está passando, e acontece um acidente de carro com feridos. Você vai ajudar, e grita 'Alguém chame uma ambulância' sem ter sido imperativo. Talvez alguém até chame, mas pq chamaria de qualquer forma, não por causa do seu pedido. Agora, se você apontar na direção de um curioso e disser, de forma direta e imperativa: 'Você aí de camiseta verde, ligue p/ uma ambulância', ele VAI atender sua ordem. E é preciso muita auto-estima p/ dar ordens p/ desconhecidos.

Voltando às mulheres... Um amigo meu teve um casinho de uma noite com uma menina que tinha um defeito físico. Ela andava de bengala, tal. Entretanto, tinha um humor, uma energia surpreendente. Certamente, se ela fosse retraída e se tivesse vergonha desse defeito, jamais teria atraído a atenção deste amigo meu. Mas não, ela emitia poder, ela mostrava que era independente!

Existem homens que preferem submissão. Bom, vou falar bem rápido sobre isso: precisa ser muito lixo p/ querer alguém submisso ao seu lado. Claro, pois se eu quiser alguém pior, é pq alguém do mesmo nível que eu seria insuportável p/ mim. Eu preciso de alguém pior p/ que eu me sinta bem, p/ que eu me sinta grande, p/ que numa comparação eu saia vencendo. Eu, particularmente, prefiro as iguais a mim. Assim, se eu ganhar, não será por uma comparação injusta, e sim por merecimento.

E eu sou bastante competitivo, e tenho uma auto-estima beeeem grande... Acho até que estou certo nessa minha teoria, pq sinceramente não acho que eu seja tããão bonito assim p/ atrair mulheres lindas. Deve ser o estilo! :-)

25 dezembro 2006

O símbolo Pinochet

Pinochet morreu.
Finalmente, ouso dizer. Assim, acaba um símbolo que boçais pseudo-esquerdistas não viam a hora de desconstruir. Pergunto: para quê?

Pinochet morreu, e acabou com a chance de esquerdistas comemorarem uma condenação. Sim, pois o governo autoritário de Pinochet foi um governo de direita. Para os esquerdistas, o problema não é o autoritarismo, a ditadura. O problema não é a falta de liberdades civis. É o governo ser de direita. Ditadura de esquerda pode. Enquanto Pinochet é um porco safado, Fidel faz o que faz por ser necessário. Esquerdistas não querem democracia. Esquerdistas querem poder. Querem um Estado de esquerda.

O Estado não deve ser de esquerda, nem de direita. O Estado é democrático. O governo é que pode seguir uma ideologia. Ah, mas esses revolucionários teimam em misturar tudo em uma sopa sem meios termos.

Eu leio vários blogs por aí. Em um deles, cujo dono é um petista que não tem vergonha de dizer que Lula é de esquerda e bate no peito p/ falar mal dos EUA enquanto usa um serviço norte-americano, li um texto que criticava a idéia de que Pinochet foi autoritário e repressor, mas salvou a economia do Chile. Bom, até aí tudo bem, eu sou liberal, então uma ditadura p/ mim é uma merda de qualquer forma. O que me chamou a atenção foi a quem o autor dá o crédito pelo avanço da economia chilena: os espíritos de Allende e de Karl Marx.

Ah, esses esquerdistas e suas fábulas maravilhosas... O mundo de alguém de esquerda é tão simples que me dá vontade de ser feliz pra sempre. Vejam como é simples: existem os bons e os maus. Não tem meio termo. Ou é bom (Fidel, Guevara, Allende) ou é mau (Pinochet, Thatcher). Veja, o texto que li diz que Pinochet implantou o ideário neoliberal no Chile. Aí você, leitor, que não é burro e sabe o que é o neoliberalismo, e se não sabe vai procurar saber antes de acreditar no que foi disseminado por aí, como se fosse algo ruim, deve se perguntar: mas como um governo autoritário pode ser neoliberal? Pois é, eu também estou me perguntando isso.

Mas o fantástico não é só isso. O autor do texto diz que durante os 10 anos do neoliberalismo o Chile foi à falência. Então, eis que em uma manhã de sol, Pinochet resolveu seguir a cartilha socialista e recriou o salário mínimo, devolveu poder aos sindicatos (sindicatos estão para esses esquerdistas como igrejas estão para os católicos: são templos sagrados), enfim, várias medidas que, segundo o autor, Allende faria. O fato de que possivelmente Allende se tornaria um ditador como Fidel não vem ao caso. Ele era o Salvador da pátria (pegaram, pegaram??), e as coisas boas que Pinochet fez foram apenas idéias roubadas de Allende.

Após algumas bobagens e alguns números fora de contexto (esquerdistas odeiam contexto, pois isso tira o caráter booleano de todo o negócio. Lembrem-se que para esquerdistas o mundo não tem nuances: ou é preto ou é branco, ou é bom ou é mau). E o autor conclui, eufórico e provavelmente babando de tanta felicidade: "Então é isso. Keynes e Marx, e não Milton Friedman, salvaram o Chile."

O que posso tirar de tanta besteira? Que esquerdistas não pensam. Não é possível. Incrível como alguém acredita em coisas sem nexo, em contradições piores do que as da bíblia. Incrível como alguém pode recriminar uma ditadura, e aceitar uma outra, sendo que as duas são de gente de uniforme militar que come muito bem enquanto seu povo está na miséria (e mesmo se não estivesse, não justificaria!!).

Incrível como ainda ouço gente falando bem de Cuba, falando que seu povo tem saúde e educação. Ora, um cubano não tem poder nem p/ escolher sair do país, só tem acesso à informação regulada pelo governo, e isso é ter educação? Será que um cubano tem direito de ler as idéias de Friedman, de Max Stirner, de Marx e analisá-las? E isso é ter educação...

Concluo que para ser esquerdista é preciso não ter senso de lógica, e apenas fé. Ou seja, daí é fácil observar o motivo pelo qual Marx é contra religiões: o que ele próprio prega É uma religião! Sabem como é a concorrência, não é...

22 dezembro 2006

Interações Humanas

Ingratidão

Gratidão: reconhecimento de uma pessoa por alguém que lhe prestou um benefício, um auxílio, um favor etc.; agradecimento.

Acho que não existe sentimento mais completo e tão superior quanto este. Mais complexo do que o amor, a gratidão é o verdadeiro ato de desprendimento e reconhecimento. É fato que precisamos de outras pessoas, mas nem todas as pessoas aceitam essa dependência. Quanto digo 'outras pessoas', estou falando de outros humanos em geral, não pessoas específicas.

A existência da sociedade demanda este sentimento, pois se a confiança é a base de todas as interações humanas, a gratidão é sua consequência direta. Gratidão nada mais é do que reconhecer o esforço feito por outra pessoa em seu (seu mesmo, não dela) benefício. Braços da gratidão estendem-se desde o agradecimento até o amor. A gratidão pode existir até entre inimigos, portanto, sobrepuja o ódio, a dor.

Mas o que poderia causar o inverso deste sentimento tão complexo, completo e necessário para a sobrevivência das relações humanas?
Bom, acredito que outros sentimentos bastante complexos também (como o próprio ódio, o ressentimento) podem, em alguém com caráter, digamos, não muito consolidado, alterar o fluxo normal desta interação. Alguém profundamente magoado com determinada situação, e que não tenha controle sobre seus sentimentos poderá projetar sua frustração em forma de ofensas dirigidas à pessoa que a ajudou.

Mas pq alguém faria isso? Bom, não existe maldade, nem bondade. Uma pessoa que nós julgamos que seja má não pensa isso de si mesma. Ela tende a criar situações que justifiquem seus atos, ou seja, qualquer que seja seu ato, não terá sido por maldade, e sim por determinada razão, mesmo que essa razão somente seja válida p/ ela mesma. Todos nós agimos assim, a cada momento justificando atitudes que, em teoria, seriam mal vistas pela sociedade.

A pessoa ingrata faz isso. Esquece que a outra pessoa sofreu p/ ajudá-la, e imagina uma situação onde a outra pessoa fez o que fez por interesse, por exemplo, e não por puro desprendimento e solidariedade. Um exemplo: se eu vender meu carro p/ dar todo o dinheiro p/ ajudar alguém, e essa pessoa for ingrata, ela não verá o ato, a atitude que eu tive de abrir mão de uma conquista pessoal em benefício exclusivo dela. Ela verá que eu fiz isso pq o carro estava velho, ou pq eu já queria vender o carro mesmo, e que eu poderia ajudá-la de milhares de formas diferentes sem ser com dinheiro e eu só penso em dinheiro e dinheiro não é tudo na vida, etc, etc.

Eu até concordaria: se eu fosse um bilionário e desse 5 mil reais p/ ajudar outra pessoa, isso não representaria prejuízo nenhum p/ mim. Mas o ato de eu vender meu carro p/ conseguir este valor mostra o desprendimento. Estou me prejudicando p/ beneficiar alguém.

Qual é o ponto, portanto? A pessoa ingrata não sabe que é ingrata. Pelo contrário. Ela realmente acredita estar certa, acredita que conseguiu alguma coisa sozinha, sendo que muitos se prejudicaram para que ela conseguisse isso.

As relações humanas são bem complexas, e este ponto é bem complicado. Basicamente, não podemos dizer que uma pessoa é a certa e as demais estão erradas, pois cada um de nós vive uma realidade diferente, pessoal. Cada um de nós percebe o mundo de forma diferente. Existe, claro, a realidade objetiva, compartilhada por todos nós, mas existem sentimentos (e a gratidão/ingratidão é um deles) que está fora dessa realidade objetiva. Ele existe puramente na percepção de cada um. Assim como a maldade e a bondade. A maldade sempre está nos outros, nunca em si mesmo.

Não existem pessoas boas, nem pessoas ruins. Existem situações e percepções diferentes.

21 dezembro 2006

Deus: a fronteira final

Já falei algumas vezes sobre esse assunto, mas sempre é bom relembrar: deus está onde a ciência (ainda) não alcança.

Deus já foi o raio, o trovão, o mar bravio. A ciência explicou a energia elétrica, o estrondo provocado pelo aumento brusco da temperatura do ar, e movimentos de marés. Daí deus foi p/ mais longe. E onde está deus AGORA? No metafísico, no espiritualismo, não no mundo material. Ou seja, está fora de nosso alcance atual.

A ciência explica a vida. Mas ainda não explica os extremos. Explico-me: ainda não há consenso sobre quando um amontoado de células passa a ser uma pessoa. Também não há consenso sobre quando exatamente pode-se dizer que uma pessoa está morta. E adivinhem onde está a religião? Exatamente, brigando contra o aborto, dizendo que é assassinato, e brigando contra eutanásia, ortonásia, e similares (ainda quero falar sobre esses assuntos por aqui).

As ideologias religiosas aproveitam-se da ignorância sobre um assunto para satanizá-lo ou idolatrá-lo, de acordo com a vontade (geralmente política) dos comandantes das mesmas. Isso, claro, no caso dos Estados desvinculados de igrejas (talvez essa quebra de vínculo seja um dos maiores causadores do avanço científico do século passado). No caso de Estados ligados à alguma religião, vemos até hoje "guerras santas", mártires, etc, etc.

Agora, uma dúvida: que moral os cristãos, tão avançadinhos e tão melhores que os muçulmanos, aqueles ignorantes que obrigam suas mulheres a usarem burcas, têm p/ criticar um homem que coloca um monte de bombas e se explode em nome de Alá? Não foram os cristãos que torturaram e mataram em nome do deus-sem-nome cristão (nomes só com consoantes não são nomes, ok?)?

Especifico um pouco mais: que moral os cristãos têm p/ se sentirem melhores que os muçulmanos, por exemplo, justamente pelo desvínculo com o Estado, se se dependesse da Igreja este vínculo existiria até hoje?

Sinceramente não acredito que a ciência um dia responderá a todas as perguntas. Mas se esse dia chegar, deus não terá mais onde se esconder, e estará comprovado, por eliminação, que ele não existe (já que não é possível provar a não existência de algo). Entretanto, lamento que se esse dia chegar não existirão mais religiosos p/ verem da primeira fila o último esconderijo de "deus" sendo exposto: a ciência só poderá avançar plenamente quando a moral religiosa baseada em política e jogo de interesses deixar de existir.

Sabemos quando: no dia de São Nunca. E olha aí a religiosidade de novo!

20 dezembro 2006

Interações Humanas

Rápidas considerações filosóficas sobre o amor

Amar é o mesmo que pular de um prédio sem saber se haverá um colchão de ar esperando lá embaixo (considere que você não morre, apenas se machuca muito se o colchão não estiver lá): você pode se ferir, e todo mundo vai te achar um panaca por ter se arriscado à toa, ou você pode sobreviver e ser aclamado como um herói corajoso. Pegaram a analogia? Não? Tudo bem, eu já ia explicar melhor mesmo...

Existem pessoas que amam loucamente uma vez, quebram a cara por algum motivo, e se fecham em um casulo que impede a entrada de qualquer outro ser. Por outro lado, existem pessoas que de alguma forma sabem que vão quebrar a cara (talvez já tenham visto alguém sofrer por amor, sei lá), e já saem de fábrica com esse muro construído.

Bom, é uma forma de proteção, não há como negar. Efetivamente, pessoas assim não sofrem por amor. Mas também não são plenas. Não sabem como é bom o frio na barriga que dá se jogar, mesmo correndo esse grande risco.

Amar é uma arte. Você sofre muito p/ aprender. Na verdade, é como qualquer aprendizado. Você cai, mas precisa levantar. Ora, imagine se ao cair, você resolvesse ficar no chão. Ou então se você visse alguém caindo, e resolvesse que não deve se arriscar.

Há aqueles que acham que nunca mais vão amar ninguém como o primeiro amor, ou o segundo, ou o terceiro. São pessoas que se prendem de tal forma que se tornam dependentes, e não complementares. A relação deixa de ser amor p/ ser pura necessidade.

Quantas vezes podemos amar? Depende de quantas vezes será necessário. Ao gostar de alguém, goste de verdade. Se isso trouxer dor, esqueça e siga a vida. Ame-se em primeiro lugar, e em segundo, a humanidade, e não humanos específicos. Não seja dependente de ninguém, a não ser de si próprio.

Resumindo: para amar de verdade, e aproveitar os bônus que isso traz, é preciso ser otimista, ver sempre as coisas boas que acontecem. Enxergar que não é pq um relacionamento terminou que significa que não deu certo. Ora, quantas coisas boas você aprendeu, e/ou viveu?

Aprender: esse é o sentido da vida.

Fui muito vago? Falaremos disso novamente.
No próximo episódio: o que é beleza e o que atrai?
Nos próximos: Canção do amor maior e Canção do amor eterno (nomes provisórios).

07 dezembro 2006

Drummond, Drummond

Na minha vida pessoas especiais são uma constante. Não determinadas pessoas, pois (quase) todas passam; a constante é o fato de sempre existir 'alguéns' especiais. Isso é devido ao fato de que eu amo a humanidade, não um ou outro humano especificamente (não é uma verdade absoluta, eu também amo certos humanos e humanas e raposas especificamente).

Pessoas são boas p/ gente. Na verdade, tudo é muito burro e muito simples. Mas as relações humanas são tão, tão simples que os humanos resolvem complicar tudo. Às vezes uma humana tem vontade de fazer coisas com um humano, mas não faz pq os outros vão olhar torto. Todos estão com a mesma vontade, mas a idéia é: "vamos reprimir p/ complicar um pouquinho?"

E nesses pensamentos tortuosos (a retidão é deus, lembram-se? Eu sou mais o caminho torto. Existem mais possibilidades) eis que me deparo com Drummond. Inspirador

Convite Triste
Meu amigo, vamos sofrer,
vamos beber, vamos ler jornal,
vamos dizer que a vida é ruim,
meu amigo, vamos sofrer.

Vamos fazer um poema
ou qualquer outra besteira,
Fitar por exemplo uma estrela
por muito tempo, muito tempo
e dar um suspiro fundo
ou qualquer outra besteira.

Vamos beber uísque, vamos
beber cerveja preta e barata,
beber, gritar e morrer,
ou, quem sabe? beber, apenas.

Vamos xingar a mulher,
que está envenenando a vida
com seus olhos e suas mãos
e o corpo que tem dois seios
e tem um umbigo também.
Meu amigo, vamos xingar
o corpo e tudo que é dele
e que nunca será alma.

Meu amigo, vamos cantar,
vamos chorar de mansinho
e ouvir muita vitrola,
depois embriagados vamos
beber mais outros seqüestros
(o olhar obsceno e a mão idiota)
depois vomitar e cair
e dormir.
____

Consolo na praia
Vamos, não chores
A infância está perdida
A mocidade está perdida
Mas a vida não se perdeu

O primeiro amor passou
O segundo amor passou
O terceiro amor passou
Mas o coração continua

Perdeste o melhor amigo
Não tentaste qualquer viagem
Não possuis carro, navio, terra
Mas tens um cão

Algumas palavras duras,
em voz mansa, te golpearam
Nunca, nunca cicatrizam
Mas, e o humor?

A injustiça não se resolve
À sombra do mundo errado
murmuraste um protesto tímido
Mas virão outros

Tudo somado, devias
precipitar-te, de vez, nas águas
Estás nu na areia, no vento...
Dorme, meu filho.

03 dezembro 2006

O quadro

Enquanto Rebeca assiste ao noticiário, nota o repórter falando de forma diferente do habitual ao referir-se à morte "dele". Parecia tremer.
Lembrou-se que "ele" não existia da forma como o repórter falava, ou da forma como as pessoas viram "seu" corpo no banheiro e no necrotério.

O delegado a deixara nervosa. O escrivão a acalmou com uma cantada barata. Não que fosse vulgar, mas lembrou-se de que no mundo tudo estava bem - "Como existe gente ridícula neste universo!".

Após o noticiário, pensou se deveria ligar para o repórter ou se deveria admirar "sua" obra. Optou pelo segundo.

Levantou-se do sofá (ah, o sofá), caminhou à cozinha. Deu um tapa no gato que insistia em dormir sobre a mesa:
-Gato desgraçado. Nem com "ele" morto você me dá sossego!

Abriu a porta e desceu as escadas. Acendeu as luzes do porão e viu a obra. O quadro a mantinha em estado de êxtase. Rebeca passava horas admirando os traços, as cores. Não, aquilo não era comum. Não era humano. Impossível.

O telefone tocou, e Rebeca correu para alcançá-lo na cozinha. Mais uma vez, o gato sobre a mesa. Desta vez não ligou. Ao atender, ouviu ruídos estranhos. Um frio subiu por sua espinha, e Rebeca encolheu-se na parede, cuidando para que ninguém a atacasse por trás - instinto de defesa em alerta máximo.

O telefone foi desligado. Ela discou, descoordenadamente, para o delegado.

Delegado
-O que você quer? Não sabe que não conversamos com suspeitos de assassinato? Ha ha ha.

Rebeca
Vá à merda. Preciso de você aqui. Algo está para acontecer, sinto isso.

Delegado
Vá dormir, acha que tenho 12 anos? Aliás, você bem sabe que não tenho 12 anos, não é?

Rebeca
Não estou brincando. Não fui totalmente sincera na delegacia. Existe algo que preciso contar, mas sei que não devia. Talvez seja minha fraqueza que causa essa sensação de medo. Pânico, medo não.

Delegado
Filha de uma puta, agora está me escondendo coisas?

Rebeca
Seja mais educado e terá tudo que quer de mim. Você é um cavalo, não reconheceria algo "dele" nem se estivesse na sua cara. Faça um favor p/ você mesmo e morra. Babaca inútil. E trate de dar um jeito naquele escrivão de merda. Já ouvi cantadas melhores de presidiários sem primeiro grau. E ainda dizem que é difícil ser policial. Rá. Difícil é ser bom policial. Cavalgaduras como você vemos às dúzias.

Delegado
Hahaha. Quer ser algemada hoje é? Respeite minha autoridade. Só para constar, "ele" me deixou a resposta sobre o quadro. Não que lhe interesse, pois você tem esse maldito quadro e só vê o que quer. O mais óbvio, o essencial lhe passa a quilômetros. Incompetência feminina. Falta de lógica. Mas não se preocupe. Vou p/ aí. Se não for nada demais, aproveitamos e fazemos uma fogueira com o quadro. Era o objetivo inicial mesmo. Queimar, queimar. Enquanto sinto seu corpo queimando. Poético, não?

Rebeca
Vá à merda. E a lista de ligações?

Delegado
Já disse que não falamos com suspeitos sobre investigações. Está curiosa, é? Bom, dependendo do agrado que você me fizer, podemos pensar a respeito. Só para começar a matar sua curiosidade, a lista já chegou à minha mesa. Você nem imagina a surpresa que eu tive ao lê-la. Rá, não imagina mesmo, pois só vai saber junto com todos os outros.

Rebeca
Imbecil. Não quero saber dessa porcaria. Apenas esteja aqui o mais rápido possível.

Desligou. A sensação de medo aumentava. Conversar com o delegado não ajudou. De que respostas falava? O que era o essencial? Sentiu raiva "dele", pois acreditava saber de tudo. Mas lembrou-se de que era apenas parte de algo grandioso. Ninguém sabe tudo. Nem "ele" sabia tudo. Mas ele fez o quadro. Ou disse que fez.

Desceu as escadas. O quadro não estava lá.

Rebeca (chorando)
-Foi o repórter. O REPÓRTER!

Noite 2

A noite está (quase) perfeita. A lua está linda, redondinha. A temperatura está agradável. Dá p/ ver looooonge.
É, está tudo bem sob o céu.
____

Aliás, está melhor ainda, pois eu sei que a raposa vê a mesma lua que eu vejo.

01 dezembro 2006

Desigualdade social

Questão sobre a necessidade da desigualdade social, que funciona como promotora da competitividade e, portanto, para o avanço da sociedade.

No caso de uma base da pirâmide social que realmente tenta competir, a desigualdade é mantida sob controle e a sociedade avança. Mas no caso de uma base apática, ou de uma ponta muito competitiva, a diferença social tende a aumentar, e isso acaba gerando os problemas sociais.

Você não acha que não existe uma forma universal de justiça e, portanto, cada sociedade teria uma noção de justiça mais adequada para si (em caso afirmativo, até o totalitarismo poderia ser adequado para alguma sociedade)?

Ah, meus tempos de faculdade de Filosofia...

30 novembro 2006

Amo as pessoas...

Era final de 2003. Eu nem ia sair.

Quatro e pouco da manhã, meu consciente já tinha ido p/ Passárgada, e o inconsciente dominava. Me lembro de pouca coisa sobre esse ponto. Só que estávamos de costas um p/ o outro, aí nos trombamos, nos viramos, e eu peguei a mão dela, e nos beijávamos apaixonadamente.

Depois de um tempo, coloquei minhas mãos em sua face, apertei de leve suas bochechas com minhas palmas, olhei bem nos olhos azuis e grandes dela, e disse o que era impossível não dizer. "Eu te amo e quero passar o resto da minha vida com você". Ela retribuiu, e nos abraçamos e nos beijamos mais uma vez.

Ainda morava com minha mãe, que estava viajando. O lugar que estávamos era perto de casa, então fomos andando. Não me lembro de ter saído do lugar onde estávamos, lembro-me apenas de caminhar a seu lado. Não havia o que dizer. Palavras eram totalmente dispensáveis. Nada que fosse dito poderia sequer aproximar-se da energia que nos envolvia, do calor, do magnetismo, de qualquer outra entidade da Física. Aliás, a Física não explicaria. Não era algo concreto, palpável. Era de outro mundo.

Eu só conseguia olhar aquele rosto perfeito, naquela noite perfeita. Aqueles olhos me olhando de volta me faziam queimar. Sim, eu amava aqueles olhos mais que minha vida. Me lembro de termos feito amor. Sim, foi amor. Me lembro de tê-la beijado ternamente. De tê-la abraçado. De ter dito que jamais amaria alguém como a amava. De ouvir o mesmo. De dormir de mãos dadas. Eu morreria por ela.

Me lembro de ter acordado sem saber onde estava. Levou alguns segundos p/ meu cérebro reconstituir a noite anterior. Olhei p/ o lado e vi a coisa mais linda do mundo. Acordamos juntos, e nos olhamos um pouco tímidos. Ela se vestiu, eu me vesti. Eu me apresentei, ela se apresentou. Não me lembro do nome.
Aos poucos, ficamos mais à vontade. Tomamos um suco e comemos um pão com manteiga.
Falamos amenidades, rimos um pouco.

Ela foi embora. Antes de ir, me abraçou e me beijou. Disse que me amaria p/ sempre. Eu assenti, ela se foi, voltei a dormir.

Quando acordei, sozinho, não sabia mais se aquilo acontecera mesmo, ou se eu havia sonhado. Ainda sentia um perfume, mas poderia ser impressão. Quando vi os copos, fiz algo que não fazia havia anos. Chorei como uma criança. De alegria, de amor. Por saber que eu vivera um sonho.

Nunca mais nos vimos.
____

Essa história é real. Eu não menti. Nunca vou esquecê-la. Nunca vou deixar de amá-la, e sei que ela também não. Essa foi a noite em que tudo foi possível. Em que todo o amor do mundo era nosso - meu e dela. Depois desse dia, nunca mais vi a vida da mesma forma.

A melhor coisa que aconteceu foi não termos mais nos visto. Agora eu posso sonhar com a perfeição na minha vida. Vivemos um conto de fadas, quando tudo termina com um 'felizes para sempre'. Não tivemos a vida p/ nos atrapalhar, nos jogar numa rotina e fazer todo o amor acabar em comodidade. Tenho certeza que ela também sonha comigo, e assim nos amaremos p/ sempre.
____

É ótimo tocar, sentir, tatear. Melhor ainda é quando isso é desnecessário. Melhor ainda é quando o leve toque das mãos é suficiente p/ se morrer pelo próximo!

E porquê tudo isso agora? Pq é como eu me sinto! Livre, e apaixonado pelo mundo!

28 novembro 2006

Acreditar em deus? Nesse aí? Não...

Eu acho que acreditaria em deus. Tentaria, ao menos. Se o conceito fosse um pouco mais razoável.

Não dá p/ imaginar um deus que seja totalmente bom e totalmente poderoso. Não combina com o mundo em que vivemos. Lembram-se do que o Arquiteto falou, na Matrix? Que a primeira versão era um paraíso, mas falhou, pois os homens têm o péssimo hábito de competir. Claro ora, somos animais!

Mas como um deus completamente bom permitiria isso? Ah, o livre arbítrio, alguns berrarão lá no fundo. Então deus não é bom, ora! "Ah, faça o que vocês quiserem, inclusive matar o mais fraco, que lhes é permitido, pois eu lhes dou liberdade p/ o que quiserem". Não, nada de bondade nisso.

Eu prezo a liberdade mais do que muita gente que conheço, e esse é um dos motivos que eu não acredito que deus exista. Ora, liberdade vigiada? Não existe... Mas ao menos sejamos razoáveis. Ok, deus existe, e é totalmente poderoso. Mas não é bondoso. Aí tudo bem, as coisas começariam a fazer sentido. Na verdade, eu diria que ele não estaria nem aí p/ gente. Fez o universo, deus a patada inicial no Big Bang, e caiu fora.

Ou então o contrário: deus é mais poderoso que a gente, deus é bondoso, mas não é TODO poderoso. Ele não tem poder total sobre o que a gente faz, sobre o futuro. Já implica na impossibilidade da onisciência, claro. Mas é razoável.

Agora, um deus totalmente bom, totalmente poderoso, e que sabe de tudo (presente, passado, futuro) não existe. Não há bondade nenhuma em ver uma criança passando fome (África, conhecem?), ter o poder p/ impedir que isso aconteça (e nem precisa ser uma carruagem do céu trazendo alento, pode ser só maná caindo do céu. Ele já fez isso antes. Será que ele só é bom com os judeus?) e simplesmente decidir não fazer nada, e alegar que é por causa do livre arbítrio. Bom, acho que essa criança não pode escolher entre passar ou não passar fome, pode?

E que história é essa de ter que acreditar nele sem a menor evidência de sua existência? Não dá nenhuma pista, e eu tenho que acreditar pq um outro humano vem e me fala??? Ora, e o humano que veio me falar que deus vai estar no próximo cometa, e que eu devo me suicidar p/ acompanhá-lo? Como dizer que esse último é que está errado?

Ora, ora, ao menos uma coisa faz sentido em tudo isso. Se deus existir e perdoar todos os que se arrependem, pq alguém simplesmente não pediria perdão? Bom, eu não pediria. Eu não acho que devo pedir perdão por não ter acreditado em um outro humano que veio com uma historinha sem prova alguma. Se deus existir e quiser que eu acredite nele, acho bom ele aparecer. Nada de subjetividades. Quero como no velho testamento. Senão, não peço perdão nenhum!

24 novembro 2006

Análise de preces - Pai Nosso

Bom, a leitura da Bíblia está aguardando. Acho que minha universidade é cristã, e não quer que eu continue este projeto, então me enche de coisas p/ fazer...

Enfim, enquanto isso não sai, eu gostaria de fazer uma análise sobre algumas preces que a maioria das pessoas simplesmente repete, nem se preocupa em saber o que está falando, os contextos, etc, etc. Começarei com o pilar do cristianismo: Pai Nosso.
Meus comentários estão em outra cor.

Primeira estrofe
Pai nosso, que estais nos céus
Ahã
Santificado seja o vosso nome
Incrível como é parecido com a forma que deveriam dirigir a palavra aos imperadores romanos: Ave César, que teu reinado seja próspero, que teu nome seja lembrado por 1000 anos, que tua mulher seja gatinha e dê herdeiros bonitos, blablabla. Puro puxa-saquismo herdado de Roma.
Venha a nós o vosso reino
Contradição. Segundo a Bíblia, esta terra será do capeta. Os justos é que vão ao reino de deus, não o reino dele que virá até nós (nós não, que eu não vou, nem quero que venham. Tô sem VIP).
Seja feita a vossa vontade assim na terra como no céu
De novo, o mesmo papinho que usavam com imperadores romanos. Só adicionaram o 'céu' na frase, pois a jurisdição de deus, teoricamente, cobre uma área maior. Engraçado como esse puxa-saquismo antes de pedir alguma coisa funciona até hoje em algumas repartições públicas, e até em algumas empresas privadas...

Segunda estrofe
O pão nosso de cada dia nos dai hoje
Tá vendo? Falei? Puxou o saco p/ depois pedir alguma coisa. E olha que o pedido não é pouco hein.
Perdoai-nos as nossas ofensas
Engraçado pedir perdão por algo que a gente nem sabe que fez
assim com nós perdoamos a quem nos tem ofendido
Ah, chantagem hein! Pede, mas já joga: 'faz tal coisa p/ mim que eu tô fazendo o mesmo pelo seu outro filho'.
E não nos deixeis cair em tentação, mas livrai-nos do mal
Ué, e o livre-arbítrio? Como assim, 'não nos deixeis fazer alguma coisa'? Nós é que decidimos, não é? Incrível como tem gente que não aceita a liberdade... Que prefere ser mandada. Existe um paralelo entre estes e aqueles que gritam até hoje que a ditadura era MUITO melhor. Enfim, alguns nasceram para comandar, mas a maioria para obedecer...

Amém
Amém

Sabe o que é pior, senhor crente? Que se deus existir mesmo, ele vai me perdoar, pq ele seria tããão bom que tenho certeza que não seria rancoroso a ponto de me castigar por eu não acreditar nele, sendo que ele não dá a menor evidência de que existe. E você vai se roer de raiva! E pior ainda: vai sentir raiva e vai p/ o inferno! Rá, rá rá!

14 novembro 2006

Estréia fotolog [acimadedeus]

Atenção crentes babões que me odeiam

Agora vocês podem ter um rosto para direcionar suas preces furiosas.
Agora vocês poderão saber QUEM é este herege que vos fala!
Agora vocês poderão imprimir minha face e colocar na boca do sapo, na macumba, no altar, onde vocês quiserem (dizem que a prece/mantra/feitiço/bobagem funciona melhor com a foto, não só com o nome).

Não deixem de visitar:
fotolog [acimadedeus].

Ah, podem falar o quanto quiserem que eu sou feio. Minha auto-estima vai me dizer que é inveja de vocês! :-)

12 novembro 2006

A tristeza do Pierrot

Pierrot é um perdedor.

Pierrot ama Colombina, que ama Pierrot E Arlequim. Mas a história só menciona a tristeza de Pierrot. Em uma das versões, Colombina escolhe Arlequim e abandona Pierrot. Em outra, as coisas ficam em aberto, e cada um decide o que Colombina deveria fazer (eu já opinei: ficar com os dois).

Mas o que faz Pierrot ser um perdedor?
Na versão em que ele é rejeitado e Arlequim é escolhido, ele fica triste, chora, bebe e arruma briga no bar. Pois é exatamente que faz dele um perdedor. Se ele realmente ama Colombina, deveria ficar feliz por ela ser feliz! Portanto, o que a peça mostra é que Pierrot não amava Colombina: ele queria a felicidade de quem? De si mesmo, e não da Colombina. Aí perdeu a moça e foi ao fundo do poço. A rejeição da moça trouxe mais tristeza que sua felicidade. Qual é o sujeito mais importante, então?
E não soube nem perder com altivez. Nem aceitar a derrota.

Já sobre o Arlequim, nem se fala de tristeza. Tudo bem, ele foi o escolhido, deve ter ficado bem feliz. Mas e até ser escolhido? Ele e Pierrot eram amigos, dialogavam, e ele sempre criticou a tristeza crônica de Pierrot. E quando ele falava sobre Colombina a Pierrot (antes de saberem que os dois amavam a mesma moça), falava de paixão e lascívia, não de tristeza. Já Pierrot, o perdedor, só sabia falar de drama. O que nem é de todo ruim, pois Colombina só se apaixonou por Pierrot justamente por causa dos olhos tristes dele. Quanta tristeza!

E o que aconteceu quando os dois vêem-se frente a frente com sua amada, e descobrem que se trata da mesma mulher? O mané do Pierrot só soube falar que era horrível, era o fim do mundo, que não dava mais p/ viver, blablabla, enquanto Arlequim continuava desejando a moça, falando "bobageira" (falando sobre desejo, dos beijos, da boca, das ancas).

Coisa horrível essa: Colombina deseja dividir-se em corpo e alma para dar o corpo ao Arlequim e a alma ao Pierrot. Só que ela é de carne e osso, então, Arlequim já sai na vantagem. Mas vejamos sempre o lado bom da vida: quando Colombina morrer, Pierrot pode se suicidar e se encontrar com seu amor.

Em tempo: Pierrot é um emo.

10 novembro 2006

O que é a vida p/ você?

"O sujeito foi ao médico, e ouviu que se não parasse de fumar charutos, morreria em 6 meses. Apenas disse:
- Mas doutor, os charutos SÃO a minha vida."

De que adianta negar algo p/ ter uma vida mais longa, se esse algo é o que faz a vida valer a pena? Teremos uma tortura maior?

Sabe, eu realmente gostaria de viver pra sempre. Se alguém dissesse p/ mim que se eu frequentasse todas as missas/cultos/o que o valha de todas as igrejas/templos/o que o valha de todas as religiões todos os dias, eu viveria p/ sempre, eu faria sem nem pensar duas vezes. Se eu nunca mais pudesse comer pizza, eu aceitaria. Se eu nunca mais fosse ver nenhum dos meus amigos, eu aceitaria. Enfim, eu faria QUALQUER COISA pra viver eternamente. Eu tenho uma ligação muito forte com a vida... Adoro viver, e acho que aproveito bem minha vida.

O problema é: se eu vou morrer de qualquer jeito, pq fazer frescura? Pq eu pararia de beber, pq eu pararia de frequentar bares, p/ viver 1 ou 2 anos a mais (isso sem falar que nem existe garantia nenhuma. Eu posso morrer atropelado saindo da igreja).

Daí a pergunta: vale a pena rejeitar o que nos dá prazer em nome de saúde, por exemplo?

O que eu só trocaria por uma vida eterna? O que faz com que eu seja feliz:
1 - Bar e amigos
2 - Livros. Muitos.
3 - Conhecimento, possibilidade de aprender
4 - Debates, discussões
5 - Uma bunda, mas não qualquer bunda. Aquela de tamanho de médio p/ grande, redondinha sob qualquer ângulo, dentro de uma calça jeans não muito baixa, precedida por uma cintura fina, e com coxas grossas na sequência. Aquela que me faz passar vergonha (sim, me sinto envergonhado por virar pra trás p/ acompanhar o passeio. Me sinto um pedreiro. Mas algumas me fazem passar essa vergonha). Mas é só p/ olhar. Mais que isso faria perder o encanto.

O inferno é a possibilidade. Deus está na certeza. O demônio está na dúvida.

09 novembro 2006

O Pequeno Príncipe

É um dos livros mais curtos que já li. Incrível como tão vasto conteúdo pode caber naquele pequeno maço de folhas. Sinceramente, da primeira vez que li, deixei passar várias coisas. Relendo, agora, quase chorei. Estou em êxtase (obrigado, raposa, meu segredo, por me relembrar desta obra-prima).

Livro pra crianças? Rá, até parece. Uma criança leria este livro como um adulto lê um jornal. Claro, para ela tudo aquilo é tão óbvio. Já o adulto já se esqueceu de que foi criança. Aliás, a criança que deveria existir morre quando a responsabilidade aponta (o que beira o absurdo, pois as crianças têm responsabilidades que muito adulto não aguentaria).

A verdade é que as crianças vivem em um mundo sem falsidades, sem meias palavras, muito mais cruel do que o "nossa, que penteado lindo" pela frente e "mocréia" pelas costas. Ir à escola pode ser um inferno, uma provação na vida de uma criança. Imagine o adulto indo trabalhar e todos os seus colegas xingando-o na hora do almoço. Ou o espertinho com um espelho no pé tentando ver debaixo da saia da chefe. Ê mundo cruel.

A maioria dos adultos não conserva esse espírito lindo que as crianças têm. E o piloto era uma dessas pessoas, até cruzar com o principezinho no deserto (na minha opinião, uma projeção dele próprio). E aquele final???? O QUE É AQUELE FINAL????? Não vou falar sobre. Apenas digo que acaba de subir até as colocações mais altas da minha selecionadíssima lista de tops. Leia. O que você acha daquele final?

Obs.: ok vai, confesso: "quase chorei" merda nenhuma. Chorei mesmo, e daí?

07 novembro 2006

Casa comigo, Colombina

Atenção senhores. Colombina vai falar:
"Ouvi, atentos, pois meu amor se compõe do amor dos dois.

Hesitante entre vós, o coração balanço, o teu beijo é tão doce, Arlequim... o teu sonho é tão manso, Pierrot...

Pudesse eu repartir-me e encontrar minha calma dando a Arlequim meu corpo...e a Pierrot, minha alma!

Quando tenho Arlequim, quero Pierrot tristonho pois um dá-me prazer, outro dá-me o sonho!

Nessa duplicidade o amor todo se encerra um me fala do céu... outro me fala da terra!

Eu amo, porque amar é variar e, em verdade, toda a razão do amor está na variedade...

Penso que morreria o desejo da gente se Arlequim e Pierrot fossem um ser somente.

Porque a história do amor só pode se escrever assim um sonho de Pierrot e um beijo de Arlequim!"


Colombina é tão objetiva às vezes, e tão tapadinha em outras, coitada.
Ela mesma conclui que o amor está na variedade (o que implica liberdade de escolha, o que, obviamente, implica liberdade). Ou seja, a coisa mais óbvia do mundo é um terror p/ ela: liberdade! O problema de Colombina seria fácil de ser resolvido: ficar com os dois. Claro, aí entram os dogmas morais baseados no cristianismo, blablabla, etc e tal. Aí sim está o problema, e não no fato de se amar duas pessoas.

Por outro lado, eu também discordo que se Arlequim e Pierrot fossem um só, o desejo morreria. Esse Arlerrot, de tão bom, provavelmente seria um chato! Mas não necessariamente. Por isso que eu gosto de ser quem eu sou! Sou chato, mas sou independente, e livre, e quero comigo quem queira ser livre! Nem que seja ter a liberdade de ficar tudo 'entre nós' (só alguém realmente livre entenderia a complexidade de se admitir que uma prisão pode, também, ser uma forma de liberdade).

Torço p/ encontrar alguém(ns) p/ ser(em) minha(s) versão(ões) feminina(s) do Arlerrot (ou do Arlequim e Pierrot). Pq esta frase foi colocada tanto no plural quanto no singular? Seja livre.

UPDATE - Sugiro a leitura de Máscaras, de Menotti Del Picchia, ao som do primeiro disco Los Hermanos (Los Hermanos).
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Ah, quanta filosofia nesse triângulo Pierrot - Colombina - Arlequim. Tenho muito o que falar sobre esta história.
Em tempo: estou relendo a bíblia. Gostaria de já ter postado algumas considerações sobre cada capítulo que vou lendo, mas a faculdade me obriga a não fazê-lo, tomando todo o meu tempo livre.
Em tempo (2): vou pausar a leitura bíblica e reler O Pequeno Príncipe, por motivos de força maior (talvez eu explique). E o Pequeno Príncipe me lembra das Aventuras de Babar (lembram-se? O elefante!). Quero comprar.

Acho que tenho assunto garantido até 2010...

internet zona livre

Vou falar rápido.

Quer dizer que o excelentíssimo senhor Senador da República Eduardo Azeredo (PSDB) quer acabar com o anonimato na Internet. Para qualquer um entrar na grande rede, será tão burocrático quanto abrir uma conta em um banco. Não estou exagerando. Os provedores deverão guardar os documentos de seus assinantes. Todos os acessos também serão armazenados. Ótimo. Privacidade? Não é necessário...
Motivo: acabar com o crime na internet. Pois é...

Será que o excelentíssimo senhor Senador já pensou que pessoas em motos cometem assaltos no trânsito? O que deveria ser proibido? Motos, ou o trânsito? Que tal instalar um chip em cada cidadão? Assim ele poderia ser monitorado 24x7, o que evitaria muitos crimes!

Será que sou só eu (duvido) que penso que isso vai completamente contra o processo de inclusão digital que acontece no Brasil? Olhem quantas vezes eu já falei sobre projetos de autoritarismo! E agora vem mais esse, e ainda de um sujeito do PSDB. Era só o que me faltava.

Bom, só p/ constar, espero a criação de um novo partido... Quem sabe, em breve, poderei escrever mais sobre isso.

Ditadura de Minorias - A questão do negro (parte 5)

Eu costumava discutir sobre esse tipo de assunto bastante, e era normal ouvir coisas como: "você não pode falar sobre isso, pois nunca sofreu preconceito" ou "você não sabe o que é ser negro, e não sabe o que é sofrer preconceito". Bom, sou obrigado a concordar. Nunca vou saber o que é ser negro. Mas geralmente meus interlocutores também não. E, mesmo se soubessem, aí seria o contrário, eles nunca saberiam o que é ser branco. O que quero dizer é que isso não é argumento numa discussão, ora. Geralmente, quem usa esse argumento já foi vencido com qualquer outro, e não tem mais como defender sua opinião, mas não consegue aceitar a derrota.

Em uma das discussões que tive com uma amiga, ouvi a seguinte pergunta: "Sabe o que é preconceito? Responda-me então, quantos negros trabalham com você. E mais, quantos amigos negros você tem?". Fiquei sem saber o que responder. Naquele dia cheguei a concordar com ela, em partes, mas fiquei de repensar, e fiquei realmente pensando sobre isso, tentando achar algum amigo negro para redimir minha "culpa". Não encontrei nenhum, e fiquei me sentindo a pior pessoa do mundo, já que o que eu defendia, eu mesmo provava que era demagogia.

Mais tarde, conversando com um amigo via Internet, reparei com surpresa na foto dele: ele era negro! Surpreendeu-me realmente. E me surpreendi lembrando de outros amigos que também eram negros. Concluí, então, que eu tinha sim amigos negros, mas só naquele momento me dava conta disso. Isso porque a cor da pele de quem está a meu redor nunca importara, somente passei a notá-la a partir do comentário preconceituoso da minha amiga "pró-negros". Fui obrigado a fazer uma segregação racial em minha mente, somente com o intuito de dizer para os outros: "vejam, eu tenho amigos negros, não sou preconceituoso".

Concluo esta lembrança com uma citação que li em um site, há algum tempo: Às vezes, falar muito de certos fantasmas só faz com que eles se tornem reais e mais fortes. Daquele dia em diante, eu vi meus amigos como "negros" ou "brancos" ou "orientais", quando antes eu via todos como "pessoas".

Meu humilde conselho aos negros é o mesmo que eu poderia dizer aos brancos, aos amarelos, aos índios, etc.: se quiserem respeito, saibam respeitar. Não adianta querer demonstrar superioridade, ou basear seus orgulhos ou suas requisições a governos na cor de sua pele. Vocês são tão capazes quanto qualquer outra pessoa. Eu, particularmente, me sentiria mal caso somente conseguisse entrar em uma universidade pela cor de minha pele. Eu jamais aceitaria tomar a vaga de alguém que obteve nota maior que a minha. Se fizesse isso, me sentiria um racista, obtendo vantagens sobre outra pessoa graças à cor da minha pele.

05 novembro 2006

Noite

A noite está (quase) perfeita. A lua está linda, redondinha. A temperatura está agradável. Dá p/ ver looooonge.
É, está tudo bem sob o céu.

04 novembro 2006

Rebeca e a morte

Delegado
- O que a senhora lembra daquela noite?

Rebeca
- Estávamos na mesa, aguardando o pedido. Estava tudo bem, ele estava alegre, ríamos. O celular tocou, e ele atendeu. Deu uma risada, perguntou como seu interlocutor estava, se tudo estava nos conformes. Não sei do que falavam. De repente, sua expressão ficou vazia. Ele olhava para o nada. Suspirou, e uma lágrima caiu de seu olho direito. Lembro-me que era do olho direito. Não sei porque esse detalhe ficou gravado na minha memória. A lágrima caiu, e rolou até o canto do lábio. Ele baixou a cabeça. Estava em silêncio desde quando mudou a expressão. Tirou o telefone do ouvido, olhou para o aparelho. Levantou-se e correu para o toalete.

- Fiquei surpresa, sem entender, mas achei melhor deixá-lo e perguntar o que acabara de ocorrer em outra hora.

(Rebeca acende um cigarro)
- Um barulho forte, de vidro quebrando, e todas as pessoas no restaurante viraram-se para o toalete. Quando uma funcionária entrou, um grito. Corri. E vi sangue por todo o lado. Ele quebrou o espelho, pegou um pedaço do vidro e o cravou em seu pescoço... (suspiro). Tentei alcançar o celular. O filho da puta apagou as chamadas recebidas.

Delegado
- Filho da puta!


(continua...?)

01 novembro 2006

Autoritarismo

Andei comentando recentemente sobre mudanças graves que podem acontecer neste país, graças ao projeto petista de controle. Autoritarismo descarado, em outras palavras. Pois é, ditadores sempre são carismáticos, felizinhos, dizem-se amigões do povo.

Enfim, essa nova era de esquerdismo burro que está assolando a América Latina chegou ao Brasil. O autoritarismo está em alta. Preparemo-nos para uma violência sem limites contra a imprensa livre. Sim, imprensa LIVRE. Como é hoje.

E eis que me deparo com o seguinte texto:
"Eu gostaria que o senhor aprofundasse, se fosse possível, a questão da mídia e o governo. A questão da mídia no Brasil, na minha modestíssima opinião não é apenas o fato de que a mídia no Brasil é uma mídia de oposição maciçamente, com exceções honrosas, como, por exemplo, a da Carta Capital, mas é também uma mídia que age no processo político e agiu no processo político. E a mídia, na minha opinião, tem se comportando como uma ameaça ao funcionamento do sistema democrático no Brasil. Como o presidente Lula deve reagir diante desse quadro que se agravou no primeiro mandato dele?"

Muito bem, é explícito o grau de autoritarismo neste texto. Vejam, a mídia é uma ameaça ao funcionamento do sistema democrático. A MÍDIA. Não é o autoritarismo nem a tentativa de tolher a fonte de informações do povo. A ameaça é justamente a fonte.
Segundo a pessoa, a Carta Capital é um oásis de imparcialidade. Justo ela, que ao publicar a edição com a matéria sugerindo que foi a Globo quem levou as eleições ao segundo turno, CORTOU diversas partes de uma transcrição de um telefonema, mudando totalmente o contexto. A conversa referia-se ao delegado Bruno, da PF, que liberou a foto da dinheirama do dossiê. Diga-se de passagem, ele cumpriu portaria interna da PF, que manda divulgar material para a imprensa sobre qualquer apreensão. Infelizmente, o que ele contrariou foi nada menos que o ministro da Justiça. Justiça? Rá rá rá!

Enfim, sabem de quem é o texto reproduzido acima? Paulo Henrique Amorim, entrevistando Ciro Gomes, o Estranho. Esta ABERRAÇÃO (o texto, não o Ciro) é de um dito JORNALISTA. Os repórteres da Veja que foram intimidados num depoimento na PF, ou os militantes petistas que agrediram repórteres em Brasília não são nem citados no blog do senhor Amorim.

Bom, não surpreende. Na ditadura explícita tbm existiam 'modelos' de jornalismo, como hoje o governo fala sobre a Carta Capital. Anote aí: mais dia, menos dia, TODAS as sessões de cinema, antes do filme, vão mostrar um Lula feliz, abraçando criancinhas e sendo ovacionado pelo povo.

E que contem comigo para derrubar o autoritarismo!
LIBERDADE!
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Em tempo: eu costumava ler a Carta Capital. Sinceramente, estou enojado. Onde ela estava quando o PT votava em massa contra qualquer proposta governista? Pq não criticou a falta de união, a falta de pensar no país em primeiro lugar? Agora acha que tem direito, tanto ela quanto o PT quanto Lula, de cobrar uma 'oposição responsável'??? Sinceramente, tenho certeza que o PSDB fará essa oposição responsável, pois não é igual à esse partidozinho autoritário à essa esquerda burra e stalinista. O 'melhor para país', antes do 'melhor para o partido'. Infelizmente, o PT acha que é o novo Partido Comunista, cujos militantes estavam mais preocupados com o que Stálin dizia, e não com seus próprios países. Lamentável.

Capacidade mental de um crente babão

O post que se segue é altamente prejudicial à sua saúde. Tenho certeza. Mas se quiser ler, problema é seu. É o seguinte: esse blog é meu, e esse post será p/ eu me achar. Sim, vocês verão o quanto eu me acho MTO mais inteligente!

Contexto: discussão sobre a existência de Jesus. O fato é que não existe nenhuma evidência.

A seguir, na íntegra, o 'diálogo'. Preparem-se, pois é longo. Na minha opinião, VALE A PENA, p/ aprender como NÃO ser.
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Henry, o sábio
Aloha! uauauauauauauauau esse assunto denovo , vc jaá se perguntaram por exemplo se Alexandre o G ? verdadeiramente existiu não certamenta por que convém aos individuos céticos orgulhosamente ignóbios que não aceitam que existem mais evidencia histórica dele do que do segundo o problema dar-se com a tranposição anagrâmica do nome,o qual em hebraico,(seguren-se algums desenformados) verdadeiramente é yeshua maghia.Por favor para com isso ,Ele não esta preocupado de modo que vc prove sua existência e sim em que vc se permita a sentir sua presença valeu fuiiiiiiiiiiiiiiii!!!!!!!!!!!!;;;;;;;;;;;.............


Eu, o burro
Que arrogância. Se jesus tivesse existido, ele reprovaria sua atitude.

Sobre Alexadre: existem textos de sua própria época sobre ele. O que não existe sobre jesus.

DesEnformados? Ignóbios? Tranposição? É, acho que os ignóbeis aqui são outros...
E arrogantes tbm. Odeio dar palpite sobre a forma como os outros escrevem, mas no seu caso eu não consegui me segurar. O problema não foi seu texto totalmente ridículo, sem pontuação (rá, pontuação! Exigir mto de quem nem sabe escrever as palavras, é exigir saber pontuá-las), mas a arrogância, como se VC tivesse a verdade absoluta.

Te defino em uma palavra: imbecil.

Att,



Henry, o sábio
A princípio,em momento algum me posicionei enquanto detentor daquilo que acredito vc nem chegar proxímo, tamanha tua inbecilidade, mais preocupado com correções ortográficas do que com a idéia precípua. As quais tu não sabes defender teus argumentos ridiculos que infelismente te mantem na zona proxímal do que séria aquela que pude fazer com que vc enchergar um pouco (a verdade sobre yeshua sem deturpações decorente do anagrama) há esqueci vc não sebe o que seguinifica, ridiculo para de falar sobre o que vc desconhece e apenas se limite a escutar no muito perguntar vai ser melhor pra vc pode crê., sua posição de animal acuado nos fez perceber, que sobre tudo eis um cara amplamente desenformado sem ética e pouco democrático, além defica vomitando coisas sem fundamento ;( quando afirma que não existem comprovações históricas de sua existência, pra seu governo e informação a biblia já esta sen usada enclusive pela arqueologia seu coitado).Te pergunto onde estão os restos mortais de teu Alexandre? Sobre yeshua ( perolas para vc porco) sua vinda fora anuciada séculos anterior e sua passagem descritas por homens que foram exemplos de honestidade fé e veraprobidade ( vá ao dicionario por favor). De modo que repodiu suas críticas sem fundamentos; repudiu vc que tece conjunctura arespeito do que não conhece.Na verdade não iria mais nem tc sobre esse assunto pois não estou preoculpado em provar sua existêmcia, visto que o homen não criou deus ,o homem sentil deus, coisa que pessoas como vc fica difício seu animal de cerebro atrófiado,por tanto mais próximo das plantas e dos irracionais do que de deus.

Sinto seu tiro sair pela colatra, antes de corrigir os outro procure o seu pai ( o dicionário )IGNÓBIO


Eu, o burro
Você quis falar difícil, mas o que falou não faz o menor sentido. Tente reler sua própria frase inicial e entendê-la. Sobre eu ser 'iNbecil' (tsc, tsc) por não saber defender argumentos ridículos, bom, isso não é verdade. Imbecil eu posso ser. Mas não por isso. Argumentos não são ridículos. Pode ser verdadeiro, ou falso. Pode ser atacado e cair, ou permanecer.
Nem posso falar dos seus argumentos, pois você não os possui. Você veio com um papo ridículo, mas argumento que é bom, nada.

Aliás, lendo o resto, vejo que sua lobotomia foi um sucesso! Você não consegue organizar um pensamento sequer! Deve estar babando enquanto martela o teclado tentando colocar suas (des)conexões cerebrais p/ (tentar) funcionar.

Animal acuado? De forma alguma. Acuado deve estar seu tratador enquanto você baba e grita e bate no teclado (estou tentando captar trechos de pensamentos no que você chama de texto).

Ah, meu caro, será que você, como eu, conhece o teu próprio livro sagrado? Acho que não. Parece que o 'desEnformado' não sou eu. Coisas sem fundamento? Ora, você que não entendeu. Azar o seu! Se acha que existe confirmação história p/ existência de Jesus (não a MINHA existência, como você sugere em seu amontoado de palavras), por favor, dê-me o (des)prazer de compartilhar essa informação contigo. Meus anos de estudo devem ter deixado passar algo que alguém cuja expressão é tão límpida certamente notou. Talvez um anjo tenha lhe soprado no ouvido. Ou talvez um anjo tenha batido sua cabeça na parede.

Não são necessários os restos mortais de Alexandre (que não era meu, ainda bem). Textos de sua própria época já servem como prova histórica.

Não se 'preocuLpe' mais, apenas vá estudar. Pegue seu livro sagrado e leia-o com mais calma, sem babar.

Desculpe se é 'difíciO' conversar comigo. Eu penso o mesmo de você. Nem entender o que você diz é coisa fácil. Pelo menos isso você consegue, de mim. Desculpe tbm pelo meu cérebro atrofiado. Pelo menos ele está inteiro. A parte atrofiada deve ser aquela onde eu aguento pacificamente e sorrindo quando um crente vem falar de algo que ele não conhece e ainda me diz que eu não sei do que ele está falando. Dá vontade de rir, isso sim. Tadinhos, 3 bíblias (e umas 10 leituras) depois, ainda tenho que ouvir isso. Coitado de quem decora versículos-chavão e acha que conhece o cânone inteiro.

Bom, se você sente o MEU tiro sair pela 'cOlatra' (o que é fisicamente impossível, pois se o tiro saiu pela culatra, quem deveria sentir sou eu, a menos que eu esteja com o cano da arma virada p/ mim mesmo), e está me sugerindo consultar o dicionário, o que eu devo te aconselhar, diante de toda essa sua grande sapiência linguística? Um doutorado em letras??? Um Nobel de Literatura?

hehehe, essa merece, vai ser publicada no meu blog.
Acesse-o, serás bem vindo. Já sei que não vai entender, e vai babar e bater a cabeça na parede soh de ler o nome. Mas saber disse me faz tão feliz......

Att,



Por fim, Henry, o sábio
PARECE QUE O DONO DA VERDADE AQUI NÃO SOU EU GALERA! o brigado pelos seus elógios seu mané falar difícil nunca foi meu problema ,no entanto seus anos de estudos não te permite cosistência e segurança no que fala no maximo se põe na contra mão da história cometendo anacronismos ,poir te tonou um cara ai ssim arrogante e ante demacrático.
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Vocês vêem os tipo que eu tenho que lidar? Eu mereço...

31 outubro 2006

Ditadura de Minorias - A questão do negro (parte 4)

Sabemos que a população negra é minoria no Brasil. Segundo o censo 2000, 53.8% da população declara-se branca, enquanto 6.2% declara-se negra, e 39.1% declara-se parda. Vide IBGE.

Classifica-se racismo, segundo o dicionário Houaiss da Língua Portuguesa por:
(3) preconceito extremado contra indivíduos pertencentes a uma raça ou etnia diferente.
(4) atitude de hostilidade em relação a determinada categoria de pessoas

Nota-se que racismo não parte somente do branco para o negro. Qualquer um de nós que fazemos um comentário de humor sobre um negro é tão preconceituoso quanto qualquer um que faça uma piada de portugueses, gaúchos, mulheres, loiras, judeus, argentinos, paulistas ou cariocas. O que pode se extrair disso? É que humoristas deveriam ser imunes a processos. O Brasil tem o péssimo hábito de tratar humor como coisa séria, e coisa séria como piada. É rindo que se comenta sobre um caso de corrupção no governo. Mas é revoltado o comentário sobre determinado programa que foi punido na justiça por fazer alusão aos negros de forma pejorativa (obviamente, a TV já se defendeu, e converteu algumas piadas de programas humorísticos para loiras, ou portugueses).

Pois agora, até filmes são censurados (creio que isto que vou relatar é uma forma de censura). O novo filme da série Star Wars - Guerra nas Estrelas, foi adaptado em sua versão brasileira. Não existe mais "lado negro da força". Agora temos: "lado sombrio da força". No tópico sobre a Cartilha do Politicamente Correto farei mais comentários sobre isso.

Os negros estão tão preocupados com o racismo, então deveriam banir revistas que determinam racialmente seu público, camisetas com dizeres racistas, manifestações de diferenciação e demonstração de superioridade baseadas na cor da pele. Notem como estes três tópicos que citei se aplicam aos nazistas. Mas se os nazistas são vistos pela sociedade como a podridão da raça humana (o que é correto) por causa deste tipo de atitude, por que outros grupos podem?

Afinal, se eu criar uma revista chamada Raça Branca, voltada para o público branco, eu serei racista. Se eu andar com uma camiseta escrito "100% branco", eu serei racista. Se eu organizasse uma passeata e um Dia do Branco, ou um Movimento Branco, eu seria logo chamado de nazista.

E a igualdade?

26 outubro 2006

Ditadura de Minorias - A questão do negro (parte 3)

Além de todo o exposto anteriormente, como ficariam as pessoas que, mesmo pobres, se esforçam para passar em um vestibular? Estas pessoas merecem o respeito (mais respeito ainda que os capazes que estudaram em escolas particulares), pois são essas que realmente venceram a adversidade, que venceram a apatia, a falta de vontade, o hábito de somente reclamar e pensar em si mesmo - atos típicos do povo brasileiro. Estas pessoas são vencedoras, e nos mostram que é a vontade que traz resultados concretos. Por isso eu digo não à valorização baseada em fatores externos, e sim à vontade. Capacidade, todos temos igualmente, independente de cor, de crença, de qualquer fator externo.

Veja, não defendo que a universidade deva ser um privilégio das elites, mas um privilégio de quem tem a capacidade de alcançá-la por si só, e não por fatores externos (indicações, favorecimentos, diferenciais físicos). Defendo a meritocracia. Não são raros os casos de pessoas dedicadas que, mesmo pobres, tendo que trabalhar desde muito cedo, esforçam-se, e conseguem acesso às universidades mais concorridas do Brasil. O argumento de que o pobre é menos capaz do que o abastado só poderia ser utilizado por quem não se dedica, nem se esforça.

Afirmação Positiva
O objetivo dos grupos pró-negros, dizem, é uma maior miscigenação nas grandes áreas do conhecimento, que hoje tem como maioria a população de pele branca. Argumentam, para isso, que o negro foi excluído, foi escravo, e hoje ocupa a base da pirâmide social. Chamam este ato - de dar vantagens ao negro - de Afirmação Positiva.

Devo também discordar, até por pura coerência, deste argumento. Ora, eu, que nasci em 1983, quase um século após a libertação dos escravos, devo ser punido pelos erros que meus antepassados cometeram (no meu caso, nem meus antepassados cometeram esses erros, já que eles vieram da Itália, durante o século XX)?

E o negro da atualidade deve obter vantagens e espaços garantidos, mesmo que sem merecimento, por um erro que foi cometido contra seu longínquo antepassado? Ora, podemos ir mais longe, que a História nos mostrará que não foram os brancos que "caçaram" os negros na África para serem vendidos como escravos aqui. Eram os próprios negros (no caso, os vencedores de guerras tribais) que vendiam seus prisioneiros de guerra. Podemos então imputar uma punição aos próprios negros por isso? É mais criminoso quem compra do que quem vende?

Plágio

Odeio fazer plágio sem sequer saber que estou fazendo.
Claro, nesse caso não é um plágio, é uma coincidência, mas o mais famoso sempre tem mais credibilidade... Ó vida cruel.

Acontece que o
Inagaki escreveu algo sobre o mesmo assunto que é tema de meu post abaixo, e ainda colocou um vídeo de parte do episódio de Futurama que falava sobre o que eu falei. Assistam. E chorem.

O cão.

Quando você é criança, ele te acompanha, brinca e cresce contigo.
E você cresce e vai p/ escola, e ele te espera.
E você cresce mais e vai p/ a faculdade, e ele te espera.
Aí você arranja um trabalho, e não tem mais tempo p/ ele. Mas ele te espera.
Aí você sai de casa. E ele te espera.

Qual amigo esperaria tanto? Qual amigo VIVE em função de ti?
Ninguém percebe, pois parece que ele sempre estará lá quando você atravessar a porta, e sempre estará feliz (não é como as mulheres, que você não liga por 5 min, e elas estão reclamando). Não, ele SEMPRE estará feliz p/ vc.
Ninguém imagina o quanto ele sofre com a sua falta. Mas ele nem liga p/ isso. Ele aproveita o tempo que pode, ao invés de ficar arranjando briga pq vc chegou tarde.

Um dia ele morre.
Você atravessa a porta e não há mais o rabo balançando.
Talvez ele fosse a última ligação entre você e sua infância.
Talvez ele fosse o único ser que REALMENTE se importa com você TODO O TEMPO...
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Ele ficaria feliz de estar ao seu lado por alguns minutos, mesmo que todo o resto do tempo estivesse sofrendo muito. Sentindo dores, doente, velho, cansado. Ele ficaria feliz com seu carinho. Mas é justo? Fazê-lo continuar sofrendo tanto? E é um sofrimento calado, esperançoso. Esperando voltar a ter você todo dia e toda hora. Esperando...

(retirado de uma discussão sobre o sacrifício dos animais doentes/machucados)

25 outubro 2006

GERALDO PRESIDENTE!

Campanha Geraldo Alckmin Presidente
E se o déspota vencer?
Tudo bem, ainda existe a Lei. O processo contra Lula ainda está correndo, e ele possivelmente perderá seu mandato.
Sim, será triste ver que o povo compactua com a corrupção que se instala.
Sim, será muito triste ver que o autoritarismo anda em alta (tem gente que preferiria uma ditadura militar novamente).

Mas ainda estou acreditando no Brasil. Quando não acreditar mais, bom, o azar é de quem fica! E o que manda é a Eleição. Pelas pesquisas, nem teria segundo turno!

ALCKMIN PRESIDENTE!

24 outubro 2006

Ditadura de Minorias - A questão do negro (parte 2)

Consequências das cotas

O que acontece quando, ao invés de resolver este problema, tomam-se atitudes como esta, de estipulação de cotas, é uma queda substancial na qualidade de ensino das universidades, pois a qualidade do ensino deve acompanhar a capacidade do aluno.

É claro, portanto, que a lista de aprovados, no regime de cotas, não contém realmente os que tiraram as melhores notas (os mais capacitados). O que aconteceria se metade de uma classe fosse incapaz de acompanhar um curso? Todos seriam prejudicados:
1. Os que realmente foram capazes: pois teriam uma diminuição na qualidade do seu aprendizado.

2. Os que entraram graças às cotas: pois seriam os responsáveis pela diminuição da qualidade de ensino.

3. Os que não entraram, ainda que tivessem melhores notas: argumentação óbvia. A pessoa estuda, esforça-se, tira uma nota melhor que outra, e esta outra entra, graças a um diferencial físico (que não é uma deficiência).

4. A universidade pública: em longo prazo pode haver uma migração da qualidade de ensino para as universidades privadas, e a reputação das instituições públicas certamente seria abalada.

5. O país: teremos profissionais menos preparados e qualificados dentre os novos formandos. Médicos, engenheiros, que não são realmente os melhores em suas áreas. Também, em longo prazo, teremos uma quantidade maior de pedidos de bolsas de estudos por parte dos alunos mais pobres, para ingressarem em universidades privadas, que serão pagas com recursos da União. Claro, pois qualquer pessoa quer estudar na melhor universidade.

Haveria, a longo prazo, um desmonte da instituição pública, e de sua reputação. Universidades federais não seriam mais reconhecidas como centros de grandes cientistas e pensadores. Então, para "resolver" (seria melhor dizer: para empurrar) este problema que seria gerado, seriam necessárias leis que obrigassem o Estado a custear o estudo de minorias nas universidades privadas, e todo o problema voltaria ao início, e não teria sido resolvido.

A (confusa) lógica petista

Agora o foco da campanha petista é dizer que Alckmin vai privatizar tudo. Diz que como o PSDB privatizou antes, fará novamente. E Alckmin que desminta.
Não vou nem falar que as privatizações tiveram um contexto específico e trouxeram muitas coisas boas ao país (você está na internet, navegando com linhas digitais ou banda larga, com seu celular aí do lado tem muito o que agradecer às privatizações).

Vamos falar apenas da lógica petista:
Alckmin é de um grupo que promoveu privatizações no passado, LOGO, privatizará novamente.
É de um mau gosto absurdo essa lógica ridícula. É uma falácia. E o pior: o presidente não tem nem vergonha de mentir desse jeito, e ainda dizer: 'Alckmin que desminta'.

Bom, vamos aplicar a mesma lógica ao PT e ver o que dá.
O presidente Lula e sua trupe promoveram a maior lambança, a maior corrupção que esse país já viu. A alta cúpula do partido, bem como do governo foram manchadas por ações criminosas de pessoas DO governo. Logo, Se Lula se reeleger, será um governo tão corrupto quanto já vimos.

Muito bem, estou gostando da lógica petista. Mais uma?
O presidente Lula é fundador do Foro de São Paulo, que tem como associado um grupo 'ilustre': as narcotraficantes e terroristas FARC. Logo, Lula reeleito fundará uma associação com a Al Qaeda.

Mais?
O presidente Lula duplicou seu patrimônio em 4 anos, e agora tem, declarados, 1 milhão de reais (isso sem falar que o apartamento que ele declarou em SBC como valendo 70 mil reais vale mais de 300, mas não entremos no mérito). Logo, o patrimônio de Lula quadruplicará caso ele seja reeleito.

O filho do presidente Lula passou de monitor de zoológico a empresário milionário durante a gestão Lula, LOGO, se Lula se reeleger, o filho de Lula será o secretário-geral da ONU.

Ai, ai, só petista mesmo...
(Vejam mais abaixo o post sobre suspensão de inteligência: A Chave-geral da Inteligência).

23 outubro 2006

Post urgente sobre a vida

Imaginem a musiquinha do plantão da Globo antes de lerem esse post.
Pronto, chega.

Estava eu numa discussão ainda inicial sobre deus onde lancei o seguinte:
"É possível unir deus à lógica se vc tiver fé. Só assim..."

Um teísta, que tem meu apreço mesmo sem saber disso, respondeu:
"Se você só tem fé, tudo bem neste caso.
Mas se você tiver o mínimo de inteligência, verá que existem outros meios.

Estude Robótica, faça um Doutorado se for necessário, e então bem observe uma simples formiga no chão por 1 hora, aposto que você ou fica louco ou passa acreditar em algo além de nós."

Bom, como disse, o respeito, pois ele é sempre objetivo e tem a mente aberta: não é um fanático religioso cego e burro, como o que motivou a discussão. Estou postando isso pq esse argumento que ele utilizou é algo comum no meio religioso. Então resolvi aproveitar p/ já respondê-lo. A discussão, tenho certeza, gerará novos frutos. Conforme ela se desenrolar eu decido se publico mais ou não.
Por enquanto, fiquem com a minha resposta ao argumento utilizado:

"Discordo. Eu acho que tenho um mínimo de inteligência. Estudei robótica (sou programador). Ainda não tenho doutorado (precisa disso p/ acreditar em deus?), e já vi as formigas andando.
Nem fiquei louco, nem passei a acreditar em nada mais.

Em primeiro lugar, é claro que se alguém faz uma igualdade entre desiguais, o resultado surpreenderá. Nossa tecnologia tenta copiar a natureza. Nós observamos a natureza, e tentamos copiá-la.
Mas esquecemos disso. Daí o pensamento imediatista: se nós fazemos robôs, eles se movem, alguns até têm raciocínios simples, então nós, complicadíssimos como somos, devemos ter demandado um baita engenheiro (este sim, com doutorado, certamente).
O que não é uma verdade: a vida teve 4 bilhões de anos p/ se formar e se moldar da forma que é hoje. Estima-se que TODAS as espécies vivas hoje representam somente 5% de toda a vida que já passou pelo planeta: ou seja, quantas espécies desapareceram por não terem conseguido se adaptar ao ambiente, que sempre está sofrendo alterações (às vezes de milhares de anos)?

Nada disso envolve um deus.
Há algo além de nós? Não sei, não existe nenhuma evidência. Até sobre discos voadores, somente temos teorias de conspirações, e nada concreto. Isso pq existe a possibilidade matemática de que exista vida fora deste planeta.
Imagine algo que somente cria novas perguntas...
'De onde veio o mundo? De deus, claro'. Será que quem acredita nessa resposta tem um bloqueio e não percebe a infinidade de perguntas novas que foram criadas com essa resposta?"

That's all folks!