30 novembro 2006

Amo as pessoas...

Era final de 2003. Eu nem ia sair.

Quatro e pouco da manhã, meu consciente já tinha ido p/ Passárgada, e o inconsciente dominava. Me lembro de pouca coisa sobre esse ponto. Só que estávamos de costas um p/ o outro, aí nos trombamos, nos viramos, e eu peguei a mão dela, e nos beijávamos apaixonadamente.

Depois de um tempo, coloquei minhas mãos em sua face, apertei de leve suas bochechas com minhas palmas, olhei bem nos olhos azuis e grandes dela, e disse o que era impossível não dizer. "Eu te amo e quero passar o resto da minha vida com você". Ela retribuiu, e nos abraçamos e nos beijamos mais uma vez.

Ainda morava com minha mãe, que estava viajando. O lugar que estávamos era perto de casa, então fomos andando. Não me lembro de ter saído do lugar onde estávamos, lembro-me apenas de caminhar a seu lado. Não havia o que dizer. Palavras eram totalmente dispensáveis. Nada que fosse dito poderia sequer aproximar-se da energia que nos envolvia, do calor, do magnetismo, de qualquer outra entidade da Física. Aliás, a Física não explicaria. Não era algo concreto, palpável. Era de outro mundo.

Eu só conseguia olhar aquele rosto perfeito, naquela noite perfeita. Aqueles olhos me olhando de volta me faziam queimar. Sim, eu amava aqueles olhos mais que minha vida. Me lembro de termos feito amor. Sim, foi amor. Me lembro de tê-la beijado ternamente. De tê-la abraçado. De ter dito que jamais amaria alguém como a amava. De ouvir o mesmo. De dormir de mãos dadas. Eu morreria por ela.

Me lembro de ter acordado sem saber onde estava. Levou alguns segundos p/ meu cérebro reconstituir a noite anterior. Olhei p/ o lado e vi a coisa mais linda do mundo. Acordamos juntos, e nos olhamos um pouco tímidos. Ela se vestiu, eu me vesti. Eu me apresentei, ela se apresentou. Não me lembro do nome.
Aos poucos, ficamos mais à vontade. Tomamos um suco e comemos um pão com manteiga.
Falamos amenidades, rimos um pouco.

Ela foi embora. Antes de ir, me abraçou e me beijou. Disse que me amaria p/ sempre. Eu assenti, ela se foi, voltei a dormir.

Quando acordei, sozinho, não sabia mais se aquilo acontecera mesmo, ou se eu havia sonhado. Ainda sentia um perfume, mas poderia ser impressão. Quando vi os copos, fiz algo que não fazia havia anos. Chorei como uma criança. De alegria, de amor. Por saber que eu vivera um sonho.

Nunca mais nos vimos.
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Essa história é real. Eu não menti. Nunca vou esquecê-la. Nunca vou deixar de amá-la, e sei que ela também não. Essa foi a noite em que tudo foi possível. Em que todo o amor do mundo era nosso - meu e dela. Depois desse dia, nunca mais vi a vida da mesma forma.

A melhor coisa que aconteceu foi não termos mais nos visto. Agora eu posso sonhar com a perfeição na minha vida. Vivemos um conto de fadas, quando tudo termina com um 'felizes para sempre'. Não tivemos a vida p/ nos atrapalhar, nos jogar numa rotina e fazer todo o amor acabar em comodidade. Tenho certeza que ela também sonha comigo, e assim nos amaremos p/ sempre.
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É ótimo tocar, sentir, tatear. Melhor ainda é quando isso é desnecessário. Melhor ainda é quando o leve toque das mãos é suficiente p/ se morrer pelo próximo!

E porquê tudo isso agora? Pq é como eu me sinto! Livre, e apaixonado pelo mundo!

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