29 agosto 2006

Analogias...

... mas não de futebol.

Ok, imagine.
Você tem uma bela casa. Mas ela precisa de uma reforma.

Cenário 1
Você contrata um mestre de obras, ele faz um bom trabalho, mas como você está num período de vacas magras, não pode pagar muito p/ esse mestre, então ele não tem condições de fazer seu melhor trabalho, mas o que ele faz, faz bem feito. Então aparece um outro mestre de obras, que começa a criticar a obra do primeiro. Dizer que ele faria diferente, faria melhor. Diz que tudo que está feito é um absurdo. Aí você resolve dar ouvidos à esse segundo, e o contrata. Nessa hora, sua situação melhorou, e você paga mais à esse segundo, compra melhor material, etc.
Ele começa seu trabalho, e você não vê nada de diferente do que estava sendo feito. Está tudo como era antes, com a diferença que no primeiro caso, você estava pagando pouco ao primeiro mestre.
O que você faz?
1 - Manda embora esse segundo? Afinal, ele é só garganta. Falou, falou, mas na hora, além de não fazer nada diferente do primeiro, ainda não soube aproveitar a sua melhor época financeira para fazer um trabalho melhor.
2 - Deixa tudo como está, e ainda dá um aumento? Afinal, o trabalho que ele fez foi bom.

Cenário 2
Esse segundo mestre de obras traz alguns pedreiros junto com ele.
Eles fazem um bom trabalho (conforme cenário anterior), mas começam sumir algumas coisas de sua casa. Você coloca uma câmera escondida e vê um dos pedreiros te roubando. Você vai falar com o mestre de obras, e ele defende o pedreiro e ainda diz que não existe nenhuma prova de que ele roubou nada.
O que você faz?
1 - Manda embora os dois? Afinal, você não vai deixar um ladrão entrar na sua casa. E quanto ao outro, que defende o ladrão? Não é confiável, certamente.
2 - Manda embora somente o pedreiro? Afinal, o mestre não tem culpa, apesar de defendê-lo.
3 - Deixa tudo como está, e ainda dá um aumento ao mestre de obras? Afinal, o trabalho que ele fez foi bom.

Cenário 3
Você vai contratar um mestre de obras, e tem um conhecido que diz que precisa de trabalho, que é pobre, que entende das suas necessidades, que não é como aquelas empreiteiras grandes que não sabem o que você precisa, o que você sente. Você, convencido, contrata a pessoa, e no dia seguinte você descobre que ele é dono de uma empreiteira, que é rico, que faz mais de 30 anos que ele não coloca a mão em cimento.
O que você faz?
1 - Manda-o embora com toda a empreiteira dele? Afinal, ele é um mentiroso, que diz ser algo que já não é há muito tempo apenas para comover.
2 - Deixa tudo como está? Afinal, o trabalho está sendo feito.

Se, em alguma dessas questões, você respondeu número 1, e vai votar em Lula, você precisa ter mais coerência em seus atos. Burro!

21 agosto 2006

A Mulher Que Não Acreditava - parte 2

O início

Existia um livro muito antigo, que diziam que os ETs azuis deixaram com os antepassados, e nele constava a história de como nosso mundo foi criado:
"No planeta dos ETs, só existiam azuis, e eles eram muito, muito avançados, e dominaram a técnica de clonagem, e começaram a criar clones seus. Primeiro criaram alguns clones verdes, e eles conviviam em paz, os verdes obedeciam os azuis, e os azuis felizes por terem alcançado tamanha tecnologia! E tudo numa boa.

Mas os azuis, depois de alguns anos, aprimoraram sua tecnologia, e criaram clones em miniatura, não do tamanho normal! Novamente eles ficaram extasiados com sua tecnologia, e mimaram muito os clonezinhos.

Só que existia uma lei que dizia que um clone jamais poderia sentar numa cadeira roxa. E existiam muitas cadeiras roxas, mas todos os clones obedeciam. Mas aí os verdes começaram a ficar com ciúmes, pq os azuis davam mais atenção aos minis. E os verdes começaram a falar p/ os minis que as cadeiras roxas eram ótimas, confortáveis, e dizia p/ eles se sentarem, que ninguém estava vendo. Assim, alguns minis acabaram se sentando. Mas eles não sabiam que haviam câmeras, e os azuis monitoravam tudo de uma sala de controle.

Os azuis ficaram tristes com a desobediência dos minis, e tomaram algumas medidas: primeiro jogaram os verdes num planeta bem longe, depois fariam o mesmo com os minis. Mas aí resolveram que os minis, coitadinhos, não foram lá muito culpados, mas bem que mereciam uma punição. Escolheram, portanto, um planetinha e posicionaram nem muito perto, nem muito longe de uma estrela qualquer, colocaram água, um pouco de oxigênio, criaram alguns animais em laboratório e deixaram nesse mundo para que servissem de comida/montaria/qualquer coisa para esses pequeninos clones."

O livro era assim, e todos diziam que essa era a verdade sobre o mundo, que eles não possuíam dúvidas se acreditassem nos azuis, e a coitada da Filomena tinha que ouvir essas coisas sempre, mas parava por aí. Até que aqueles que acreditavam que a coitadinha já tinha sido raptada pelos verdes, e tinha um chip, começaram a ficar mais hostis,
não permitiam que as crianças ficassem perto dela, tratavam-na com receio, medo até.

Conforme o tempo passava, essa hostilidade somente aumentava. E ela foi ficando velhinha, e as pessoas diziam que seu tempo para se arrepender estava acabando, pois os azuis não buscariam para seu planeta quem não abria as portas para eles.

16 agosto 2006

Da existência de deus, Da crença dos homens - Parte 3

Seu deus é melhor que o meu? Mentira, seu deus nem existe...

Então, eles foram tentar a vida no Egito. Só que quando chegaram, encontraram todos os cargos públicos bons ocupados, e só sobrou fazer faxina, construir pirâmides, esses servicinhos que os egípcios deixavam p/ o pessoal do terceiro mundo. O povão imigrante era maltratado, tratado como animais, não tinham plano de saúde, enfim, eles foram subjugados e viraram escravos.

E viveram assim por muitos anos, até que começou um bafafá no meio do povo, e quando um velho foi chicoteado por um guarda egípcio, eles se levantaram contra o governo, e fizeram a greve geral de 1980! Brincadeira, eles se levantaram contra o governo e deram no pé, de volta p/ terra de onde haviam saído!

Mas o faraó mandou seus soldados para matá-los, e eles ficaram encurralados em frente ao Mar Vermelho. Quando viram que estavam ferrados, rezaram p/ o deus deles, que mandou ajuda, e eles conseguiram escapar. Mas algo interessante começava a acontecer: até então (e muito depois, em outras civilizações isso continuaria acontecendo), os povos dominados acabavam se misturando ao dominador, adotando seus deuses, e no final o que haveria era uma mistura de crenças. Mas o que aconteceu foi diferente: durante o tempo que foram escravos, eles não se misturavam e mantinham as mesmas crenças, faziam os mesmos sacrifícios a um único deus e nem reconheciam os deuses dos egípcios como deuses. Como poderia ser isso? Como eles podiam continuar adorando um deus que não fazia nada vendo-os prisioneiros?

Aí é que está a jogada: para eles, o deus deles era o único, e estava dando uma punição a eles! Eles fizeram alguma coisa por merecer! E assim foram eles andando em zigue-zague pelo deserto por 40 anos, até que, às portas da terra prometida (que já tinha sido ocupada por outros, vcs querem o que? Que eles abandonassem tudo p/ tentar a sorte no Egito, e muitos anos mais tarde chegassem e tivesse uma fanfarra dando boas-vindas?). Moisés, coitado, guiou o povo todo por 40 anos e só pode ver a Terra Prometida de longe, pois foi punido!

Entenderam, pois como começou o poder de deus na nossa sociedade? Não esqueçam que nos próximos 4 mil anos esse deus dominaria, como até hoje domina alguns. Quais foram os artifícios para essa dominação acontecer e durar tanto? Por partes, vamos começar falando da velha escola: como fazer as pessoas aceitarem um único deus? Veremos...

15 agosto 2006

A Mulher Que Não Acreditava - parte 1

Uma breve história de... tudo!

Existia uma pessoa, há alguns anos atrás, vamos chamá-la de Filomena.
A Filomena era uma cética, não acreditava em nada que não visse, mas vivia numa comunidade onde todas as outras pessoas diziam que já tinham visto discos voadores azuis, e algumas até já tinham feito contato com os extraterrestres azuis.

Essas pessoas diziam que esses ETs eram bonzinhos, cuidavam da gente, não deixavam nenhuma ameaça nos atingir. Elas diziam que, sem os ETs azuis, os verdes (que eram maus) dominariam tudo e nos tornariam escravos, sofrendo pelo resto de nossas vidas. Ainda bem que os azuis nos protegiam. Essas pessoas faziam lugares para que os ETs azuis ficassem à vontade, umas casas super modernas, com pé-direito alto.

Essas pessoas diziam que os ETs azuis, apesar de bastante poderosos, eram justos e jamais fariam contato com quem não permitisse, com quem duvidasse deles, ao contrário dos verdes, que, era só ninguém estar olhando, capturavam alguém, implantavam um chip na cabeça da pessoa e colocavam-na de volta na comunidade, para espalhar que os ETs azuis eram falsos e mentirosos. Enfim, uma tática normal de guerra. As pessoas diziam que os ETs azuis eram sempre sinceros, só falavam a verdade, e os verdes mentiam muito. Na verdade, os verdes tinham inveja dos azuis.

As pessoas gostavam tanto dos ETs azuis, mas tanto, que iam todo dia à casa deles, aquela super-moderna, p/ cantar p/ eles, e agradecer a proteção. Os azuis faziam até algumas pessoas se curarem de doenças, diziam. Mas só algumas. E aquelas que morriam, eles diziam que é pq os azuis levaram para o seu planeta, que era muito melhor do que o nosso.

Acontece que a Filomena, como já dito, era cética. Nunca havia visto um ET azul, nem verde, e não acreditava neles. As pessoas criticavam a Filomena, coitada, diziam que ela só não via os ETs azuis pq não deixava eles se aproximarem. As pessoas diziam que a Filomena tinha que acreditar neles, pedir a eles que os protegessem dos verdes, mas a Filomena sempre dizia: 'Mas eu nunca vi, nunca existiu nenhuma prova de que existem ETs!', todos gritavam com ela: 'Que absurdo! Tanta gente vê naves ao redor do mundo! Você está querendo dizer que tanta gente está errada?'. Ela não sabia o que dizer, coitada.

Todos diziam que ela era presa fácil para os verdes. Sempre que alguém conversava com ela, e ela tentava mostrar que uma visão que uma pessoa teve nada mais era que um satélite, as pessoas a chamavam de cega, diziam que ela precisava abrir a mente para os azuis, que só assim ela veria a verdade! Isso quando não diziam que ela já estava perdida, que os verdes já a tinham nas mãos, que ela já tinha o chip!

(continua)

14 agosto 2006

Conversa de louco, pô!

Na igreja, culto, templo ou o que o valha mais perto de você!

- Deus não existe.

- Existe sim, tá na bíblia.

- Deus não é bom.

- É bom sim, tá na bíblia.

- Deus não é justo.

- É justo sim, tá na bíblia.

- Tá na bíblia que deus amaldiçoa.

- Não é isso, você que interpretou errado.

- Tá na bíblia que deus não é justo.

- Não é isso, você que interpretou errado.

Ah bom! Agora entendi.

12 agosto 2006

Que mundo é esse, meu deus!?

Crianças: VIVAM!

A Lynda esteve neste humilde blog, me elogiou (obrigado hein!), e, portanto, fez com que eu a visitasse. Fui lá no blog dela tomar um cafezinho, ler uns posts, e entre o 'você por aqui?' e o 'mas já vai? nem mais um cafezinho?' li um texto interessantíssimo sobre as crianças de hoje em dia. Para continuar lendo este post, sugiro que você leia primeiro o que ela fala
clicando aqui. Ah, eu não achei o link direto para o post, então se vira por lá. O texto começa depois de um 'Mudando de assunto ...'.

Bom, o motivo para você ler primeiro aquele post é que eu vou complementá-lo. A Lynda fala sobre os efeitos: as crianças que são mini-adultos. Eu gostaria de comentar as causas.

Concordo plenamente a respeito da preguiça de muitos pais, mas uma vez li um texto muito interessante (pena que não lembro nem de quem, nem onde) que falava sobre o salto de geração. É mais ou menos assim: se uma geração é toda hippie, prega paz e amor e aquelas papagaiadas, a próxima vai ser mais centrada, mais consumista. E a próxima, por sua vez, vai voltar um pouco à paz e amor.

Nesse texto que eu li, inclusive, o exemplo dado era sobre os playboys dos anos 1970. Eram vários casos de bilionários que nunca trabalharam na vida, o dinheiro veio como herança. Eles passaram a vida inteira gastando dinheiro, as empresas eram auto-suficientes, não precisavam mais da palavra desses donos, que passavam o tempo colecionando coisas. Até aí tudo bem, cada um faz o que quer com o seu dinheiro. Mas o fenômeno interessante foi que os filhos desses vagais bilionários, que poderiam ser exatamente como os pais, não eram: eles queriam trabalhar, abrir empresas, ganhar dinheiro.

A geração que hoje está na casa dos 30 anos cresceu, foi criança e/ou adolescente sob o regime da ditadura militar. Os tempos eram mais difíceis, os valores e a sociedade eram mais firmes. Era bom? Não sei, não vivi essa época, mas creio que existiam pontos bons e pontos ruins, como tudo na vida. Como essa geração sofreu com a falta de liberdade, a atual, que são os filhos dessa primeira tem liberdade total, faz o que quer. Eu sou de uma geração intermediária, que sinceramente acho que foi melhor do que as duas, pois sou filho da geração de 1960 (nasci em 1983) e vivi sem a ditadura, apenas com o medo dela voltar.

Os anos 1990 foram engraçados. A ditadura havia acabado, não havia mais censura na imprensa, o que ela fez? Apavorou. P/ quem acha que na novela das 20h, hoje em dia, existe muita putaria, peço que procurem no YouTube vídeos de abertura de algumas novelas, tipo Pedra sobre Pedra. As mulheres apareciam peladas na abertuda da novela! E hoje criticam a Ana Paula Arósio mostrando o peito (ela mal tem peito, vá!).
Sou a favor da putaria na TV? Claro que não, acho que deveria haver um controle, mas a palavra censura faz os senhores que hoje mandam no país, os intelectuais tremerem; eles estão traumatizados pelo que viveram no passado.

O que aconteceu foi uma abertura muito grande depois que a liberdade chegou: aquela velha história de confundir liberdade com libertinagem, mas aí é outro papo. O negócio é que a sociedade foi se remoldando, e existiu uma auto-censura, já que as próprias pessoas começaram a ver que o que a novela das 20h estava mostrando era exagero. As crianças assistiam novela!! E passaram 10 anos, e a Globo faz parecido, mas dessa vez sofreu tantas críticas, inclusive da imprensa, que em outros tempos JAMAIS faria um apelo ao controle, que ela própria tenta se controlar. Mas não foi só a Globo não, antes que os anti-imperialistas, anti-mídia, anti tudo que são contra o 'monopólio de massas da Globo', blablabla, venham aqui me encher o saco. Quem não lembra da novela da Manchete, Pantanal? Ou da Xica da Silva, reprisada no SBT há pouco tempo atrás?

Resumindo, o que quero dizer é que esta geração de crianças-anãs (mini-mim de adultos), vai sofrer. Vai chegar ao mercado de trabalho e ver que o mundo não é feito de escolhas, é preciso merecer, e às vezes ter algumas desilusões. É a vida. Mas eu acredito que a próxima geração seja mais controlada ainda do que a da época militar. E aí reside um perigo: quanto tempo para surgirem com força os nacional-socialistas, cheios de preconceitos, de raiva com pessoas diferentes? Veja bem, eu disse 'surgirem com força', pois eles já existem, mas por enquanto estão à marginalidade, já que estamos ainda sob o medo da falta de liberdade e cultuamos a igualdade; estamos era do politicamente correto.

Mas as próximas gerações, que não lembrarão desse infortúnio que o país passou, será que conseguirão manter o discurso inflamado de ultra-direita afastado? Veremos...

Portanto, Lynda, estamos é vendo um fenômeno acontecendo, e, portanto acho que não é a simples preguiça. Obviamente que se não houvesse a preguiça, isso poderia não acontecer, ou ao menos acontecer bem mais levemente, e não de forma brusca como aconteceu hoje. O choque entre as gerações foi muito violento, até por causa do advento da Internet, que revolucionou as comunicações. Inclusive, os pais não se preocupam com falar pela Internet com estranhos pq isso é estranho à realidade deles: por mais que eles conheçam a Internet, trabalhem com ela, na época deles o perigo era o contato físico, todo o resto (mandar uma carta, por exemplo) não tinha problema. Tanto que muitos mandavam cartas para aqueles clubes de amizade, e os gibis publicavam nome, telefone e endereço. Hoje isso não mais acontece, pq AS PRÓPRIAS REVISTAS perceberam o perigo, e acabaram com isso.

Obs.: existe um ponto interessante nessas eleições: é a primeira vez que um candidato expressivo não é ligado à época da ditadura, que é o Alckmin. Eu, particularmente, acho isso um tremendo avanço, já que até então todos os candidatos viviam sob o estigma (ou mérito) da ditadura: ou fizeram parte dela (Maluf, Lula), ou lutaram contra (FHC, Lula). Pq Lula está nos dois? Pq ele já era um vira-casaca naquela época. Petistas de plantão, vão ler sobre a história do Brasil antes de me encherem o saco.

10 agosto 2006

Da existência de deus, Da crença dos homens - Parte 2

Se deuses não existem, pq 98% da população do mundo possui alguma crença?

E nosso macaquinho, após criar a explicação p/ todos os mistérios do mundo seguiu feliz sua jornada. De lá do meio da África, ele ganhou o mundo, graças à reprodução 'à la chinesa'. Ele e seus semelhantes foram tendo filhotinhos, e morriam de velhice (18 anos), e os filhotinhos cresciam com a verdade absoluta: deus existe. E assim foi. Os filhotes foram se espalhando pelo continente, depois por outros continentes, ganharam a américa pelo estreito de Béring, sempre com a idéia primordial, a verdade básica de que deus existe.

Pois é, mas isso tudo levou milhares de anos, e o macaquinho já não era somente um macaquinho. Ele já fabricava armas (espanto na multidão: óóóóó)! E depois desses milhares de anos, eles nem se pareciam mais uns com os outros. Na África, eles tinham a pele mais escura, pois lá o sol era mais forte. No oriente médio, Índia também, mas nem tanto. Na Sibéria, eram praticamente da cor do gelo que tem por lá! Na europa eram brancos, mas nem tanto.

E cada povo tão diferente foi criando nuances para a crença absoluta que existe um deus. Alguns já até sabiam como seu deus era: meio homem, meio animal. E tudo estava numa boa. Claro que, como bons primos, já que descendem todos do macaquinho e sua trupe, eles adoravam se matar, como uma família normal! Como gostavam de uma batalha.

(corta e aparece um sujeito de terno p/ colocar um parêntese)

- Nessa época os deuses eram bem presentes no cotidiano, faziam chover, parar de chover, curavam, etc. E não era necessário um intermediário, um porta-voz p/ nenhum deus: as pessoas podiam falar que eles ouviam, e às vezes já respondiam de imediato. Dependendo do seu deus, dava até p/ marcar audiência com ele, já que o próprio é quem governava, como no Egito.

(voltando...)

Aliás, se você pensa que Jesus foi o primeiro filho de um deus a conhecer a terra, errou!
Imagine o Egito, os deuses eram os próprios reis! Imagine, então, que reinado tão próspero, comandado por um deus em pessoa!
Agora, imagine um exército comandado pelo próprio deus! Imbatível, certo? Errado, pois esse deus não era o único. Os outros povos também tinham os seus.
E a coisa toda era mais simples: se eu guerreei contigo, com o meu deus me protegendo, e você com o seu te protegendo, e eu ganhei, é pq meu deus é mais forte e o seu é um lixo! E se eu perdi, significa que meu deus não é tão bom assim. Vou até concordar com você que seu deus é melhor, e vamos juntos idolatrá-lo!

E às vezes, até o povo que venceu acabava aceitando os deuses dos perdedores.
Acho difícil que tenha acontecido alguma guerra, nesse tempo, por intolerância religiosa. O máximo que pode ter havido é um ou outro massacre de um povo, motivado pelo medo: o massacrante se pela de medo do deus do que vai ser massacrado, o que fazer? Ora, todo mundo sabe que p/ um deus ir embora, é só parar de bajulá-lo. Aí o povo massacrante pensava assim: 'se matarmos todos os capachos desse deus aih, não vai ter ninguém p/ lamber as botas dele, e ele vai embora'.
Obs.: isso aconteceu com os druidas, onde hoje é a Inglaterra, que foram massacrados pelos romanos, pq o imperador (acho que era Nero, me corrijam, por favor!) se borrava de medo de tudo que era 'sobrenatural', e acho que não existe nada mais sobrenatural que um druida!

Enfim, e assim caminhava a humanidade, tudo numa boa, uns massacrezinhos aqui, uns genocídiozinhos ali, e tudo numa boa.

Porém, logo ali no começo da civilização, quando o Egito era os EUA da época, os imperialistas safados, etc, um povo saiu de sua terra natal, no oriente médio, para tentar ganhar a vida lá nos Istêites africanos! Mas esse povinho era encrenqueiro, não se misturava, e tinha uma auto-estima incrível: eles achavam que o único deus era o deles, e que esse deus havia criado o mundo, a luz, os animais apenas para que eles tivessem mais conforto (portanto, esse deus deveria era ter criado hidromassagem e limusines, ao invés de camelos! Rá!).

Enfim, mas o caso é que esse povinho folgado saiu de sua terra e foi lá tentar a sorte no Egito, e não é que tudo isso causou uma revolução na História? Veremos...

(continua)

09 agosto 2006

Da existência de deus, Da crença dos homens - Parte 1

Deus criou o homem, ou o homem criou deus?

Ok, vamos viajar um pouco no tempo?
Agora falta 1 milhão de anos p/ Jesus nascer (se é que nasceu, mas isso é outra história). 1 milhão, mil novecentos e poucos p/ o homem voar! Estamos no meio da África, de onde os primeiro animais que podemos chamar de homens vieram (mas ainda são macacos, vá!)

Lá estão eles, acabaram de dominar o fogo, então estão todos os habitantes de um grupo ao redor de uma fogueira, comendo a caça do dia, contando como foi a caçada, as crianças pintando as paredes de casa. Igualzinho hj, sem a novela das 20h.
Como eram próximos aos animais, o mais preparado era o líder, o chefe, e, nesse caso, por 'mais preparado' leia-se 'mais forte'. (Viu como somos muito mais evoluídos? Nosso líder foi escolhido pelo povo, e é, talvez, o MENOS preparado!)

E eis que um jovem macaquinho, no auge de sua adolescência (9 anos) olha p/ o céu e se pergunta com sua fala limitadíssima: que merda são essas coisas brilhando aí em cima?

(corta p/ o dia)

E eis que o mesmo jovem macaquinho, muito precoce, olha p/ o céu e se pergunta: que bosta é esse negócio amarelo que faz eu conseguir enxergar?

(corta p/ noite)

E eis que o mesmo jovem macaquinho pergunta ao líder, que é O CARA do lugar, o que são essas coisas brilhando no céu, e o que é aquilo no céu que ninguém consegue olhar diretamente, e pq qdo chove faz um barulhão e clareia td e apaga tudo de novo.
O líder, que não havia participado de nenhuma palestra de motivação profissional, dá um tapa na cabeça do macaquinho e manda ele calar a boca senão ia levar o osso da coxa do mamute na cabeça.

E o macaquinho sai, cabisbaixo, quase aceitando que ele é um nada, um lixo, que nunca vai chegar a ser líder pq não é forte. Enfim, a auto-estima dele está lá embaixo, e não existiam livros de auto-ajuda, então o macaquinho entra em depressão.
O que acontece com quem está com depressão? Só pensa merda!

Aí o macaquinho passa seus dias triste, se sentindo sozinho, pois seu bando ri dele, ele não é forte, ninguém liga p/ ele. E a dúvida sobre as coisas que brilham continua.
Até que, aos poucos (bem aos poucos, a mente é de um macaco, ora!) ele vai formulando uma bela teoria: ele pensa no líder dele, que é quem manda, quem faz e acontece. E imagina um líder maior ainda! Um invencível, que deu de presente a todos os iguais a ele os pontos brilhantes. E quando esse líder fica bravo, não dá um tapa: manda os raios e os trovões. E esse líder aparece todo dia no céu, mas não dá nem p/ olhar p/ ele, de tão magnânimo que ele é! E esse líder se preocupa com ele, como um líder deve fazer. Pronto! Está criado o primeiro deus.

Todo esse processo levou anos, e não aconteceu com uma só pessoa: foi sendo trabalhado com as gerações, cada uma delas adicionando algum caráter maravilhoso à essa entidade que não pode ser vista.

(continua)

08 agosto 2006

Problemas Sociais (final)

3 - Conclusão

Bom, e onde a preguiça (ou falta de vontade), e os problemas sociais se encaixam?
Eu vejo que a grande causadora destes problemas É a preguiça. As grandes massas que se mantém na pobreza estão nesta situação por falta de vontade de lutar para melhorar a própria vida.

Muito mais fácil do que isso é procurar caminhos alternativos, como o crime, ou o trabalho informal (bicos), e, especialmente, culpar quem tem dinheiro (independendo se o endinheirado trabalhou a vida inteira para chegar ao topo), políticos, etc. Ora, a falta de vontade gera também uma tendência a culpar tudo e todos, exceto a si próprio.

A pessoa que rouba eletricidade, água, sonega impostos, etc, reclama que o governo não dá assistência, mas quem é que alimenta o governo? Têm-se essa mania de ver o governo como um inimigo; de pensar que o governo existe para causar problemas ao cidadão, ou que a razão do governo existir é sustentar o cidadão, mas isso eu vejo como preguiça, mais uma vez, de utilizar o pensamento.

Um outro exemplo que pode mostrar que as grandes massas brasileiras não pensam no conjunto, e não têm noção do lugar que ocupam na sociedade pode ser representado verificando o modo de funcionamento de um metrô. É inimaginável, aqui no Brasil, um metrô sem catracas. Onde a consciência do usuário faria com que o mesmo pagasse a passagem. A consciência de que se ninguém pagar a tarifa, o metrô não tem como sobreviver. Na Alemanha, os metrôs não têm catraca. As pessoas pagam pois têm essa consciência.

É óbvio que todos os países do mundo têm seus problemas sociais, uns mais outros menos, mas tudo isso faz parte do mundo em que vivemos. Não podemos esperar uma sociedade perfeita, mas podemos, sim, melhorar ao máximo o que temos.

Dessa forma, creio que somente uma mudança radical na forma de PENSAMENTO das grandes massas poderia promover um crescimento sustentável E uma diminuição dos problemas sociais. Digo diminuição, pois, como disse, nenhuma sociedade é perfeita e, jamais teremos uma onde todas as pessoas terão esse pensamento de coletividade, e vontade de fazer o melhor p/ si e pela sociedade em que vive.

Concluo, portanto, que, a curto prazo, não existe forma de resolver os problemas sociais. Sequer existe forma de atenuá-los, pois a tendência de um problema é aumentar, se não for sanado de vez.

Creio que somente um investimento muito forte em educação de base, e um comprometimento da mídia poderiam atenuar este problema, e ajudar a formar as próximas gerações de uma forma diferente das atuais. A base dos problemas está na formação do jovem, portanto temos que mudar os exemplos que ele segue, estimulando práticas que o fazem pensar, refletir, e lutar por melhorias, sem buscar caminhos alternativos como "jeitinho brasileiro". Ainda assim, estes são problemas que somente serão resolvidos a longo prazo.

06 agosto 2006

Ahn? A Idade Média acabou? - Parte 1

Ah, nada como sair de casa em um dia bonito!
Desço pelo elevador do meu prédio, e vou caminhando até o portão, e eis que uma casca de banana cai ao meu lado! Super normal, claro!

Bom, isso não aconteceu comigo, mas anda acontecendo aqui no meu prédio. Incrível que tiveram que colocar um aviso no elevador p/ que os moradores não jogassem cascas de frutas, bitucas de cigarro, PEDRAS (!?) sacadas afora. Diz até que um sujeito jogou uma bituca de cigarro pela sua janela, e o vento empurrou-a, durante a queda, para o apartamento uns 2 andares abaixo, e fez um belo estrago na cortina E no sofá de uma moça. Triste, não?

É de se espantar isso? Bom, p/ mim é, sei lá né! Nos meus textos eu sempre defendi que nada tem a ver a classe social com o sentimento cívico, ainda que no fundo, bem no fundo, eu acredite que exista uma relação entre a classes mais baixas com essa falta de cidadania, e acredito que os que mais possuem essa noção de vida em sociedade não duram muito nessas classes, e acabam invariavelmente subindo para a classe média. Mas poxa, eu moro em um condomínio de classe média!!!

Ah, a classe média... Existe coisa mais suburbana que a classe média? O sonho da casa própria com carro na garagem... Eu acredito que quem mais dá dinheiro p/ o Silvio Santos não são as classes D e E, e sim a C. Sim, pq geralmente quem está na classe D ou E não sai dela. São aqueles que não vão sair jamais dessa condição, salvo brilhantes exceções (daí aquele ditado: você tira o pobre de dentro da favela, mas não tira a favela de dentro do pobre). Já a classe C sonha, deseja, ambiciona desesperadamente virar classe B, e a B, por sua vez, virar A. E a A sonha com um iate novo. Cada macaco no seu galho, ora!

Mas custava essa classe-média-B-que-sonha-ser-A entender que poxa, existem pessoas morando ao lado, em cima e embaixo? Nem estou pedindo p/ ser cidadão ao cobrar trabalho da pessoa em quem votou. Nem estou pedindo p/ LEMBRAR em quem votou. Nem estou pedindo p/ não roubar TV a cabo. Não dava p/ caminhar só mais um pouquinho até o lixo? Ou jogar a bituca de cigarro na planta ao lado, assim ela já morre logo, e pára de soltar folhas dentro da minha casa? Mas não, esse é um pensamento tão complexo... "Sociedade? Eu... Ahn... Er... E o Curíntia hein? Parece que ganhou, acabou a crise!"...

E assim caminha a humanidade...
Não consigo deixar de me perguntar: alguém leva uma pedra para o seu apartamento de cobertura para simplesmente jogar de lá de cima? Qual a graça, meu deus???

05 agosto 2006

Problemas Sociais (parte 2 de 3)

2 - A falta de vontade das grandes massas
Como mencionei, minha argumentação a respeito dos problemas sociais diz que todos possuem a mesma origem. Bem, vamos à ela: Falta de vontade.Excetuando-se alguns que conseguem escapar à massa, a maioria da população não possui vontade de promover mudanças. Não digo mudanças significativas e pesadas (socialismo, por exemplo), mas sim mudanças pequenas, algumas atitudes. O povo brasileiro é acomodado. Espera muito, com pouco esforço. Não é à toa que temos como orgulho nacional: "malandragem", "jeitinho brasileiro".

Muitas pessoas reclamam da vida, esperando que o governo, ou Deus, ou alguém (qualquer um, menos a própria pessoa) resolva seus problemas. Reclamar que está desempregado acordando todo dia 12h00 é fácil (não estou dizendo que todos são assim. Realmente acredito que existam pessoas que PROCURAM emprego, mas não encontram. Mas estou dizendo sim, que a maioria não procura).
Vivemos num país onde quem tem dinheiro é estigmatizado, pois a vontade de TER DINHEIRO é uma coisa, mas a vontade de TRABALHAR é outra completamente oposta.

Um outro ponto importante é diferenciar o trabalho de criação de trabalho braçal. Comum dizer que fulano é trabalhador, mas não sobe na vida. Porém, ser executivo de uma empresa é muito mais difícil do que guiar um ônibus. A grande massa não vê isso. Acha um absurdo uma empresa obter lucro. Realmente acredita que o objetivo das empresas deve ser a geração de empregos, e não o lucro (vide revista Exame nº 839: O Estigma do Lucro). A citada revista promoveu uma pesquisa e mostrou os seguintes dados:

A missão das empresas, segundo os empresários
(O que diz uma pesquisa feita pela FAAP com 102 grandes empresários)
Dar lucro aos acionistas (1) 82%
Ser ética nos relacionamentos 63%
Ajudar a desenvolver o país 50%
Aliar crescimento à justiça social 47%
Gerar empregos 34%
Recolher os impostos devidos 14%
Desenvolver trabalhos comunitários 5%
Sem ferir a ética, derrotar a concorrência 5%

A missão das empresas, segundo a opinião pública
(O que diz uma pesquisa de opinião pública do instituto Vox Populi)
Gerar empregos 93%
Ajudar a desenvolver o país 60%
Desenvolver trabalhos comunitários 42%
Aliar crescimento à justiça social 31%
Recolher os impostos devidos 29%
Ser ética nos relacionamentos 19%
Sem ferir a ética, derrotar a concorrência 10%
Dar lucro aos acionistas (2) 10%

(1) Observe que o lucro aparece no topo das respostas
(2) Observe que o lucro aparece no pé das respostas


Com essas informações, nota-se que a grande massa realmente não se interessa em lutar para subir na vida (exceto poucos que se sobressaem, como Silvio Santos, Samuel Klain, Abílio Diniz, etc.). Destes que se sobressaem, a grande massa só nota a grande fortuna, mas não o trabalho realizado.

Problemas Sociais (parte 1 de 3)

1 - Uma introdução aos problemas sociais
Por problemas sociais, entendemos qualquer problema que ataque a sociedade como um todo. Existem vários problemas que podem fazer parte deste tópico: alcoolismo, violência, drogas, racismo, pobreza, etc.
Todos estes problemas estão interligados, como segue um exemplo no esquema abaixo:

  1. O dinheiro proveniente da venda de drogas financia a violência, já que é com este dinheiro que traficantes se armam, e promovem guerras de gangues. Aqueles que não conseguem deter o poder como um grande traficante, acaba cometendo crimes menos pesados, mas apenas porque não tiveram capacidade/oportunidade de "subir" nesta carreira.

  2. Os traficantes, vistos nas favelas como heróis, servem de modelo para a juventude que cresce nas regiões mais pobres, já que ele é sinônimo de poder.

  3. A mídia não tem caráter educativo; as TVs e revistas se ocupam com causas fúteis, em detrimento à informação de qualidade, e, unindo-se isso à massa jovem desinteressada, acaba formando pessoas despreparadas para concorrer em um mercado capitalista.

  4. Os jovens, desinteressados, seguem tendências, especialmente imposta pela mídia e por influências, especialmente a dos amigos, e isso pode levar ao problema das drogas.

  5. Os jovens de periferia - maioria negra/parda - que conseguem escapar dessa seqüência; que conseguem se sobressair no ambiente em que estão acabam sofrendo preconceitos, já que vêm de um ambiente onde o crime é tido como solução de problemas ou detenção de poder.

Esta esquematização está bem simples, pois não é este o foco que pretendo abordar. Para qualquer problema social que tenha (ou não) sido listado acima, poderemos ligá-lo aos outros. Partindo desde ponto, é possível imaginar que todos eles têm algo em comum, e meu argumento baseia-se na ORIGEM dos mesmos.

(continua)