26 outubro 2006

Ditadura de Minorias - A questão do negro (parte 3)

Além de todo o exposto anteriormente, como ficariam as pessoas que, mesmo pobres, se esforçam para passar em um vestibular? Estas pessoas merecem o respeito (mais respeito ainda que os capazes que estudaram em escolas particulares), pois são essas que realmente venceram a adversidade, que venceram a apatia, a falta de vontade, o hábito de somente reclamar e pensar em si mesmo - atos típicos do povo brasileiro. Estas pessoas são vencedoras, e nos mostram que é a vontade que traz resultados concretos. Por isso eu digo não à valorização baseada em fatores externos, e sim à vontade. Capacidade, todos temos igualmente, independente de cor, de crença, de qualquer fator externo.

Veja, não defendo que a universidade deva ser um privilégio das elites, mas um privilégio de quem tem a capacidade de alcançá-la por si só, e não por fatores externos (indicações, favorecimentos, diferenciais físicos). Defendo a meritocracia. Não são raros os casos de pessoas dedicadas que, mesmo pobres, tendo que trabalhar desde muito cedo, esforçam-se, e conseguem acesso às universidades mais concorridas do Brasil. O argumento de que o pobre é menos capaz do que o abastado só poderia ser utilizado por quem não se dedica, nem se esforça.

Afirmação Positiva
O objetivo dos grupos pró-negros, dizem, é uma maior miscigenação nas grandes áreas do conhecimento, que hoje tem como maioria a população de pele branca. Argumentam, para isso, que o negro foi excluído, foi escravo, e hoje ocupa a base da pirâmide social. Chamam este ato - de dar vantagens ao negro - de Afirmação Positiva.

Devo também discordar, até por pura coerência, deste argumento. Ora, eu, que nasci em 1983, quase um século após a libertação dos escravos, devo ser punido pelos erros que meus antepassados cometeram (no meu caso, nem meus antepassados cometeram esses erros, já que eles vieram da Itália, durante o século XX)?

E o negro da atualidade deve obter vantagens e espaços garantidos, mesmo que sem merecimento, por um erro que foi cometido contra seu longínquo antepassado? Ora, podemos ir mais longe, que a História nos mostrará que não foram os brancos que "caçaram" os negros na África para serem vendidos como escravos aqui. Eram os próprios negros (no caso, os vencedores de guerras tribais) que vendiam seus prisioneiros de guerra. Podemos então imputar uma punição aos próprios negros por isso? É mais criminoso quem compra do que quem vende?

Um comentário:

Anônimo disse...

Faltou vc citar algo muito importante : desde que o mundo é mundo, existem guerras e prisioneiros de guerra. E os prisioneiros de guerra sempre eram escravizados, independente da sua raça; então, não venham agora os negros quererem vantagem por se acharem injustiçados, afinal, como já disse e repito, para ser escravo, bastava ser prisioneiro de guerra.
Ah, outro fato me ocorreu agora, os imigrantes italianos e os orientais foram escravizados também, pois, apesar de virem morar no Brasil para fugirem da guerra, eles trabalhavam em condições desumanas, não recebiam o pagamento prometido, muitas mulheres eram estupradas,passasvam fome,em suma, a única diferença entre eles e os negros escravos era a cor da pele, pois as condições eram as mesmas.
Sem contar as francesas (e outras "galegas"), que eram mandadas para o Brasil pelos seus pais, acreditando que aqui encontrariam maridos ricos. Eles trocavam correspondências com os portugueses que fingiam ser homens ricos e solitários em busca de uma esposa. As pobres coitadas, ao chegarem, eram confinadas em casas de prostituição e ainda obrigadas a mandar cartas falsas para suas famílias, dizendo que tudo estava bem.
Como podemos ver, se essa história de cotas servir para amenizar sofrimentos passados, então todos os brasileiros deverão ter direito, não concorda ???