02 janeiro 2007

Sin perder la ternura

Nem p/ ter uma idéia inteira correta Che prestou. Só prestou mesmo p/ sair por aí tentando implantar ditaduras (e conseguindo, em Cuba) sangrentas. Ah, também serviu p/ ser o mote que mais dá dinheiro p/s empresas que fabricam camisetas e vendem p/ adolescentes capitalistas pseudo-rebeldes que nem sabem de onde veio Che, ou quais idéias defendia. O próprio Che ficaria decepcionado vendo playboys e patys ostentando seu rosto, um símbolo.

Enfim, quando falo sobre a idéia inteira correta, falo sobre a famosa frase "Hay que endurecer, peró sin perder la ternura". Vemos um propagandista do peronismo, e do populismo em geral. "Façamos um governo totalitário e sem liberdades individuais, mas vamos fazer 'com carinho', assim ninguém percebe, ou ninguém liga". Ou coisa assim.

Bom, politicamente, essa frase, tal qual a ideologia de seu contexto, não presta p/ nada. Por outro lado, ela serve p/ alguma coisa se for modificada. Vou retirar o viés político-autoritário dela, e aplicá-la à outra área das relações humanas: o crescimento, ou melhor, o amadurecimento.

Quando as pessoas estão saindo da adolescência, geralmente trazem sonhos, ambições que se perdem no dia-a-dia. Talvez por perceberem que a vida não é tão fácil quanto se esperava. Por outro lado, também existem pessoas que não têm ambição alguma. Estilo 'deixa-a-vida-me-levar-vida-leva-eu'. O primeiro caso é uma pena, o segundo, lamentável.

Esses dois tipos de pessoas (a maioria dos brasileiros faz parte da segunda alternativa) acabam num mesmo ponto: conformismo. Esse é o momento em que elas simplesmente aceitam o que a vida já lhes deu. P/ essas pessoas, uma casa financiada em 20 anos pela Caixa, um carro popular, um emprego estável com plano de saúde são realizações nas suas vidinhas insossas. O filho entrando na faculdade é o ápice. Na verdade, essas pessoas já estão mortas, e apenas estão esperando o tempo avisá-las.

Isso é viver sem grandes objetivos; mas onde entra a vida, propriamente dita? Viver simplesmente p/ procriar e prover sua prole não é viver. Até os animais se divertem! Entretanto, às vezes, algo faz as pessoas mudarem. Ganham um novo objetivo, ou começam a ver a vida de outra forma. Talvez uma pessoa que passa por suas vidinhas até então medíocres, e lhes dá um chacoalhão.

Só que às vezes o chacoalhão cria um outro problema: a pessoa passa a ser fria e calculista. Desacreditada na humanidade, ela vira uma máquina de pisar nos outros p/ subir mais e ter o que quer. Claro que isso não dura muito, pois outro chacoalhão de alguma outra pessoa virá rapidamente. Obviamente, aprender dessa forma traz sofrimento, desespero, descrença em sua própria capacidade.

Daí volto à frase inicial, e à mudança que eu proponho: É preciso CRESCER, mas sem perder a ternura. É preciso manter o lado infantil vivo, sempre curioso e observando tudo com a mesma admiração de uma criança descobrindo o mundo. Não, não devemos endurecer. Não devemos perder nossos sonhos, nossas ambições. Mas não precisamos chegar ao ponto de esquecermos a ternura de lado para alcançar os objetivos.
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Minha raposa é meu maior exemplo: sonhadora, criança, curiosa, divertida. Sabe rir de si mesma. Gosta de aprender, conhecer, admirar o mundo. E tem duas ambições nada modestas: ser presidente do Brasil, e ganhar um Prêmio Nobel. Só. (Não são lindas ambições como essas? Eu acho... (coraçõezinhos pululam sobre minha cabeça)). Espero que nunca se perca. Espero que esses objetivos sempre a guiem, e que ela nunca perca a ternura, o sorriso de criança arteira, a alegria de aprender.
Não mude, raposa... Continue raposa p/ sempre...

Um comentário:

Anônimo disse...

Meu primeiro damo preferido...Achei-o...Está aqui...



Que lindo : Uma raposa presidente!Vote inteligente!

Só falta o simbolo do Che ...