30 janeiro 2007

Sou quase ateu

Descobri que sou um agnóstico muito, muuuuito próximo ao ateísmo. Mais do que eu imaginava.

Vendo um comentário sobre o episódio House versus Deus, da série House, o primeiro pensamento que me veio à mente foi um locutor narrando ao microfone:
- E House vence por W.O.

28 janeiro 2007

Leis - Parte 4 de 4

Questões finais sobre leis
1) Como o "efeito físico" pode interpor-se ou igualar-se á "causa" filosófica?
2) Como o "efeito filosófico" pode interpor-se ou igualar-se á "causa física"?

Acredito que os efeitos e causas físicos e filosóficos são coisas diferentes, e uma não interfere na outra.
As leis físicas são tidas como algo natural e inerente ao mundo que conhecemos, ou seja, algo óbvio. Não é necessário que exista uma lei humana dizendo que todo corpo deve ser atraído para o centro da Terra, tampouco a causa ou o efeito dessa lei interferem no dia-a-dia das pessoas. Digo, não interferem no sentido de que ninguém realmente percebe que está vivendo sob essas leis. Ninguém anda na rua lembrando que não deve flutuar, pois a gravidade é uma lei.

Por outro lado, as leis humanas (filosófico-políticas) são morais, são baseadas na moral corrente, e, portanto, são mutáveis, de acordo com a sociedade. Refletem a decisão da maioria, tanto por demonstração real da maioria (como na Grécia antiga, quando todos iam à praça votar pessoalmente), como por representação (como o Congresso, hoje, que é a representação da população), ou ainda por subordinação inconteste (quando a maioria aceita as ações de alguém que tome o poder e diga que manda, como um ditador, por exemplo).

Acredito que, neste ponto, a Física e a Filosofia são completamente apartadas, sendo que o efeito físico jamais interpõe-se ou iguala-se à alguma causa filosófica, e o mesmo acontece em relação ao efeito filosófico x causa física, e isso pq o efeito e a causa físicos independem completamente da existência da humanidade, quanto menos da moral social humana, enquanto que a humanidade vê as leis físicas como algo natural, óbvio e imutável (o que, de fato, são).

26 janeiro 2007

Leis - Parte 3 de 4

Sobre as leis na política (encaro essas como o caráter filosófico da palavra), essas são convenções morais. Algo que se define em nome do Estado, que é nada mais do que a união de todas as nossas forças.

Bom, sobre o Estado, que é o 'pai' das leis: ele foi concebido para ser o detentor de toda a força de um grupo, de forma que uma pessoa em específico jamais será forte o bastante para, por exemplo, tomar algo de outra (assim, a lei do mais forte mantém-se, mesmo com o fato de estarmos fora do nosso 'estado natural').

Porém, o Estado, que é a união das forças de seus cidadãos, precisa de algo que impeça (ao menos, dificulte e gere consequências) que a ação do indivíduo mais forte prejudique o mais fraco: são as leis.

Determina-se regras e punições para o caso da violação dessas regras. Mais ou menos assim (dinâmica do Estado): se estamos na natureza, isso é perigoso, pois hoje eu tenho um lugar p/ morar, mas qualquer um mais forte que eu pode vir e tomá-lo de mim. Meus vizinhos vivem na mesma situação, sob o mesmo medo.

Então nós nos unimos, ou seja, unimos nossas forças em uma entidade (essa é a convenção de Estado), e definimos o que é certo e o que é errado: "Tomar a casa de alguém é errado, e a pena é a morte", por exemplo. Assim, se um dia meu vizinho mais forte quiser o que é meu, o Estado baixará sua mão forte sobre sua (dele) cabeça, me protegendo.

Assim, tudo continua como sempre, mantendo-se a lei natural do mais forte. Claro que, para tudo isso funcionar, todos nós abrimos mão de um pouco de nossa liberdade, pois individualmente já não podemos usar a lei do mais forte a nosso favor p/ tomar o que é do mais fraco. Mas enfim, abrimos mão de nossa liberdade em nome de segurança e estabilidade, o que fez nossa raça prosperar e estar prestes a acabar com o planeta, de tão prósperos que estamos (pretendo falar sobre estabilidade de sistemas no futuro).

Claro que todo esse processo é algo que leva muitas gerações, e hoje vemos o Estado como algo independente de nós. Às vezes, até como algo CONTRA a população, o que é absurdo, já que a essência do Estado VEM da população, é a UNIÃO da população, mas ninguém nota isso.

Portanto, lei estatal/filosófica é isso: convenções do grupo para que a estabilidade do sistema seja mantida e o indivíduo mais fraco não sofra ao bel prazer do mais forte, já que ninguém, individualmente ou em grupo, é mais forte que a figura do Estado.

24 janeiro 2007

Leis - Parte 2 de 4

Leis físicas (naturais)

As leis da física clássica (que trata do macro) são basicamente interações de energia. Como a energia nunca se perde nem se ganha (toda a energia do primeiro bilionésimo de segundo após o Big Bang ainda está em nosso universo), o que ocorre são transformações de energia, lembrando que energia e matéria podem ser encarados como se fossem uma coisa só.

Assim sendo, tudo resume-se a relações de causa e efeito: um corpo vem vindo todo bonitão pelo espaço-tempo, ao que se choca com outro corpo. A colisão gera calor, e impulsiona os dois corpos em sentido contrário. Tudo causa e efeito: se um meteoro está vindo na direção da Terra, é pq ele se chocou com outro corpo, ou foi atraído por outro corpo nessa direção. Dá p/ calcular tudinho.

Na física quântica ainda existem coisas obscuras, que acabam às vezes trazendo dúvidas à mecânica clássica, como o lance da matéria/energia escura. Mas no geral, a Física Clássica, com suas leis, explica praticamente todos os movimentos dos corpos e interações de energia.

Ou seja, o que chamamos de lei é algo que podemos prever e que serve para qualquer situação, e em qualquer lugar do universo conhecido.

23 janeiro 2007

Leis - Parte 1 de 4

O que são as leis?

Lei (Física): consequência previsível e inexorável de determinada ação.

Lei (Filosofia/Política): convenção social determinada pela maioria (ou por representação da maioria, ou por quem tem poder para comandar a maioria) que deve ser seguida por todos (pela própria maioria, bem como pelas minorias dissidentes) sob determinada pena em caso de não cumprimento.

O que as duas têm em comum: são relações de causa e efeito.

18 janeiro 2007

Guerra Fria

A Guerra Fria foi um conflito ideológico entre o Pólo Norte e o Pólo Sul.
Durou de 1945 a 1991, quando começou o efeito estufa, e o aquecimento global.

Obs.: não esqueça de dar sua opinião sobre o aborto (post abaixo).

16 janeiro 2007

Prévia sobre o aborto

Vou escrever sobre o aborto, mas primeiro gostaria de ouvir opiniões. Quem se habilita?

Obs.: sua opinião poderá ser duramente criticada por mim. Seja corajoso se quiser defender valores da santa igreja.

10 janeiro 2007

Ignorância tem limite

O que faz alguém falar uma bobagem sem tamanho, com ares de entendido, sem ao menos pensar a respeito?

Estima-se que 75% dos blogs em atividade no Brasil dependam exclusivamente da reprodução de vídeos engraçados do YouTube. (...) “O bem da maioria precisa prevalecer sobre o direito individual. Para salvar a reputação da Cicarelli, a justiça brasileira vai praticamente extinguir mais de três quartos dos blogs do país! Um duro golpe na cultura nacional”, declarou E-van, blogueiro.

Reparem no trecho acima. Leiam mais vezes. Leiam muitas vezes. Entendam BEM as palavras do sr. E-van. É esse tipo de gente mesquinha e autoritária que me enoja. Gente submissa. Esse arzinho de rebelde só esconde um caráter duvidoso, já que essa rebeldia foca a submissão. Gente que se subordina muito facilmente. Além de tudo, é um ignorante.

Analisemos, passo a passo: "O bem da maioria precisa prevalecer sobre o direito individual". Quem disse, ô cara pálida? A democracia libertária preza exatamente o contrário. NADA sobrepuja o direito individual. Esse tipo de frase me dá arrepios e vontade de pegar em fuzis p/ lutar contra essa gente. Essa frase serve p/ explicar bem TODAS as ditaduras. Ora, em Cuba não é exatamente assim?

Será que o rebeldezinho sem causa pensou na possibilidade das linhas telefônicas dele estarem grampeadas sem autorização judicial, em uma espécie de 'prevenção' contra 'possíveis crimes'? Isso não é o prevalecimento do bem da maioria sobre o direito individual dele à privacidade? Nem deve ter pensado nisso... Tão pobrezinho, deve repudiar o Bush, mas tem os mesmos pensamentos...

Aliás, continuando a análise, só posso realmente concluir que este senhor não pensa mesmo: "Para salvar a reputação da Cicarelli, a justiça brasileira vai praticamente extinguir mais de três quartos dos blogs do país!". Tamanha ignorância me revolta. O que faz alguém que não faz idéia do que acontece abrir a bocona p/ dar uma opinião séria? A Justiça brasileira não quis salvar reputação de ninguém. Em primeiro lugar, o processo nem partiu da Cicarelli, mas sim de seu namorado. E a Justiça fez essa determinação (certa ou não, isso é outra história) baseando-se em um critério que pôde/pode/poderá resguardar a honra de QUALQUER outro cidadão brasileiro. Agora, não me lembro da Justiça ter determinado a extinção de três quartos dos blogs do país. O bloqueio foi somente ao site YouTube, que, segundo entendimento da Justiça, desrespeitou uma ordem.

Nem quis comentar muito a fundo a frase anterior, pois essa que segue é muuuuito mais adequada ao meu desfecho: "Um duro golpe na cultura nacional”. Cultura? CULTURA??? Por acaso ter um blog que é baseado em links para vídeos em um outro site é algo cultural? Dizer que há cultura no YouTube, tudo bem. Dizer que existem blogs com conteúdo cultural, tudo bem também. Mas dizer que um blog cujo conteúdo É feito de links para o YouTube é cultura, aí é forçar demais.

Na verdade, pensando por outro lado, limando esses 75% de blogs que sobrevivem linkando sites bons, talvez sobre mais espaço p/ conteúdo de verdade...
Mais uma vez: AUTORITÁRIO E BURRO!

Obs.: A arrogância dos capazes é desprezível, mas aceitável. A arrogância dos incapazes é desprezível e lamentável.

05 janeiro 2007

De Sader a Sader em 4 tortuosos passos

1 - Emir Sader é o mentor intelectual de Álvaro García Linera, vice presidente boliviano.

2 - Álvaro García Linera é o mentor do plano de estatização que nacionalizou (leia-se: TOMOU) a Petrobras na Bolívia.

3 - Petrobras é a empresa que patrocinou a Latinoamericana Enciclopédia Contemporânea, projeto disseminador de idéias esquerdistas retrógradas (pleonasmo vicioso, desculpem).

4 - Latinoamericana Enciclopédia Contemporânea é um projeto do qual Emir Sader é coordenador.
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Considerações:
Lógica? Ahn?

04 janeiro 2007

O Homem-deus

Ouço muito por aí, como argumento, que eu estou errado ao imaginar que o conceito de deus foi criado pelo homem (ou seja, o homem criou deus, e não o contrário) pois o homem não teria condição de criar deus, já que para isso precisaria ser maior que deus.

Aí uma dúvida cruel me ataca: ei, por acaso Tolkien não criou um mundo muito, muito maior que ele próprio? Walt Disney idem? A humanidade em geral, os povos e suas lendas não criam universos complexos, maiores do que a realidade objetiva? Qual a dificuldade de se criar um ser imaginário que seja o mais poderoso do universo? Algo como um rei elevado à infinita potência.

Aliás, podemos dizer que uma prova de que o homem criou deus é o fato das qualidades (ou definições) divinas serem nada mais do que qualidades HUMANAS. Basicamente, deus é infinitamente bondoso, onipotente, onipresente, onisciente. Ora, todos conceitos que sempre fizeram parte do cotidiano humano (caridade, poder, conhecimento) desde a pré-história, porém elevados ao infinito.

Outra coisa que realmente não entendo. Dizem-me que deus é infinitamente complexo, maravilhoso, tudo tudo, supra-sumo. Mas espera aí... Se fosse tão complexo assim, como alguém tão lixo, tão reles, tão ínfimo quanto os humanos poderíamos entender o que esse ser quer e/ou pensa? Como poderíamos ter a arrogância de achar que nós fomos feitos à semelhança de um ser tão magnânimo, e que ele criou o universo inteiro para nós, e que deste universo somos a razão da existência?

Mais a fundo, pq um ser tão tão assim criaria 6 bilhões de vermes ínfimos com o intuito de louvá-lo? Ele está carente, é isso? E, se é tão "EU SOU O MÁXIMO" assim, pq se importa com o louvor de um monte de caquinha? Seria o mesmo que eu criar robôs que me adorassem. Minha vaidade precisaria ser muito grande p/ eu criar algo que me venere sob ameaça de castigos eternos.

Por isso que eu não entendo religião. Ao mesmo tempo que a arrogância é evidente ao imaginarmos que somos criados à semelhança de um deus onitudo e que temos um universo inteiro cuja razão de existir somos nós, também existe essa baixa auto-estima de achar que a vida não tem sentido sem deus, que não somos nada, que deus é tudo.

Acredito que o pensamento livre seja maior que deus (daí o nome deste blog), pois é dele que saem todos os conceitos abstratos que temos, e deus, talvez, seja o maior.

02 janeiro 2007

Sin perder la ternura

Nem p/ ter uma idéia inteira correta Che prestou. Só prestou mesmo p/ sair por aí tentando implantar ditaduras (e conseguindo, em Cuba) sangrentas. Ah, também serviu p/ ser o mote que mais dá dinheiro p/s empresas que fabricam camisetas e vendem p/ adolescentes capitalistas pseudo-rebeldes que nem sabem de onde veio Che, ou quais idéias defendia. O próprio Che ficaria decepcionado vendo playboys e patys ostentando seu rosto, um símbolo.

Enfim, quando falo sobre a idéia inteira correta, falo sobre a famosa frase "Hay que endurecer, peró sin perder la ternura". Vemos um propagandista do peronismo, e do populismo em geral. "Façamos um governo totalitário e sem liberdades individuais, mas vamos fazer 'com carinho', assim ninguém percebe, ou ninguém liga". Ou coisa assim.

Bom, politicamente, essa frase, tal qual a ideologia de seu contexto, não presta p/ nada. Por outro lado, ela serve p/ alguma coisa se for modificada. Vou retirar o viés político-autoritário dela, e aplicá-la à outra área das relações humanas: o crescimento, ou melhor, o amadurecimento.

Quando as pessoas estão saindo da adolescência, geralmente trazem sonhos, ambições que se perdem no dia-a-dia. Talvez por perceberem que a vida não é tão fácil quanto se esperava. Por outro lado, também existem pessoas que não têm ambição alguma. Estilo 'deixa-a-vida-me-levar-vida-leva-eu'. O primeiro caso é uma pena, o segundo, lamentável.

Esses dois tipos de pessoas (a maioria dos brasileiros faz parte da segunda alternativa) acabam num mesmo ponto: conformismo. Esse é o momento em que elas simplesmente aceitam o que a vida já lhes deu. P/ essas pessoas, uma casa financiada em 20 anos pela Caixa, um carro popular, um emprego estável com plano de saúde são realizações nas suas vidinhas insossas. O filho entrando na faculdade é o ápice. Na verdade, essas pessoas já estão mortas, e apenas estão esperando o tempo avisá-las.

Isso é viver sem grandes objetivos; mas onde entra a vida, propriamente dita? Viver simplesmente p/ procriar e prover sua prole não é viver. Até os animais se divertem! Entretanto, às vezes, algo faz as pessoas mudarem. Ganham um novo objetivo, ou começam a ver a vida de outra forma. Talvez uma pessoa que passa por suas vidinhas até então medíocres, e lhes dá um chacoalhão.

Só que às vezes o chacoalhão cria um outro problema: a pessoa passa a ser fria e calculista. Desacreditada na humanidade, ela vira uma máquina de pisar nos outros p/ subir mais e ter o que quer. Claro que isso não dura muito, pois outro chacoalhão de alguma outra pessoa virá rapidamente. Obviamente, aprender dessa forma traz sofrimento, desespero, descrença em sua própria capacidade.

Daí volto à frase inicial, e à mudança que eu proponho: É preciso CRESCER, mas sem perder a ternura. É preciso manter o lado infantil vivo, sempre curioso e observando tudo com a mesma admiração de uma criança descobrindo o mundo. Não, não devemos endurecer. Não devemos perder nossos sonhos, nossas ambições. Mas não precisamos chegar ao ponto de esquecermos a ternura de lado para alcançar os objetivos.
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Minha raposa é meu maior exemplo: sonhadora, criança, curiosa, divertida. Sabe rir de si mesma. Gosta de aprender, conhecer, admirar o mundo. E tem duas ambições nada modestas: ser presidente do Brasil, e ganhar um Prêmio Nobel. Só. (Não são lindas ambições como essas? Eu acho... (coraçõezinhos pululam sobre minha cabeça)). Espero que nunca se perca. Espero que esses objetivos sempre a guiem, e que ela nunca perca a ternura, o sorriso de criança arteira, a alegria de aprender.
Não mude, raposa... Continue raposa p/ sempre...