Comentário ao post DIA INTERNACIONAL DA MULHER!. Leia o post antes de continuar esta leitura, pois esta é uma mensagem àquela escritora, Morgana.
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Morgana, mas vc não acha que hj em dia estamos vivendo uma fase de deslocamento do poder patriarcal p/ um poder, digamos, mais igualitário? Vemos exemplos absurdos de machismo anacrônico em vários pontos conservadores da sociedade (igrejas, pequenas cidades, etc), mas ao mesmo tempo vemos o homem atual perdendo seu poder tradicional e pior, se tornando uma vítima dessa transição.
Explico melhor com um exemplo de balada: hj em dia o homem não sabe se vai chegar na mulher e ela vai ser recatada, ou se vai corresponder amistosamente, ou se ELA é que vai chegar nele, ou se ela vai beijar a mulher ao lado. Caso ela seja recatada, não dá p/ saber se ela não está a fim, ou está mas não demonstra. Caso ela corresponda amistosamente, não dá p/ saber se ela está só sendo legal, ou se está a fim. O homem, portanto, fica numa situação delicada, não sabe o que faz. Fica perdido em uma tentativa de ser 'macho' pela tradição, ou de ser 'sensível' p/ ser moderno.
P/ o 'macho' do passado, não havia muita dúvida: mulher que estava na 'balada' era fácil, se estava lá é pq estava a fim, e era só pegar, como num super mercado. Já mulher p/ casar, ter filhos, era aquela apresentada pelos pais, que sabia costurar e falava baixo e nunca, NUNCA o contrariava. Hoje o machinho não sabe se está agradando, se está sendo idiota, se deve fazer tal coisa, se não deve, e aí você encontra um monte de 'manual' na internet de como tratar uma mulher (que ridículo!).
Em contraponto à dúvida do homem (macho: ser ou não ser, eis a questão) também há dúvida na mulher. Hoje em dia ela tem poder, mas muitas vezes nem sabe que tem, ou prefere não usar. Cobra o homem por atitudes que ELA poderia ter tido, mas, ao mesmo tempo, se o homem quer tomar as atitudes, ela vai precisar de 'mais espaço'. Digo, hoje a mulher pode fazer o que ela quiser, mas sendo ela própria machista, acha que precisa de um homem que 'aja como um homem com H maiúsculo'. Essa época de transição tá é deixando muita gente doida!
A sensualidade exposta na mídia, por exemplo, não mostra mulheres fracas e submissas, mas sim mulheres que comandam, o que denota que, no mínimo, elas têm voz. Ambos ficam, então, numa situação delicada: agora ninguém sabe mais o que fazer, quando fazer, como fazer, e o que o outro vai pensar.
A mulher média vai tentar agir como a da propaganda, forte, impulsiva, e se desespera por achar que não consegue. O homem médio vê a mulher forte da propaganda e se sente intimidado, e já fica na defensiva quando vê a mulher do parágrafo anterior, tentando ser forte, mas por dentro, frágil e desesperada. Mas como ele só vê a parte de fora, fica desesperado. Isso sem falar na OBRIGAÇÃO de, na hora do sexo, agradar a mulher de todas as formas! O problema não é a intenção, essa até que é boa. O problema é ver como se fosse uma obrigação!
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Além disso, o machismo não vem só dos homens. Quem cria um machinho desde cedo tbm é a mulher, que deixa o menino fazer bagunça no quarto, mas não deixa a irmã, pois 'menina tem que ser arrumadinha'. Ou faz cara feia quando a filha de 20 anos diz que vai sair, mas incentiva o menino de 17 a fazer o mesmo. Ou faz o filho se sentir muito mais à vontade para apresentar a namorada, do que a filha, cuja liberdade é 'administrada'.
Eu, particularmente, vejo que a sociedade, em geral, é sim machista. Mas ao dizer 'a sociedade', estamos culpando ninguém, e não dá p/ resolver o problema se estamos só empurrando p/ debaixo do tapete. A verdade é que os machistas não são só os homens. As próprias mulheres que se dizem tão independentes e fortes e modernas chamam a outra de vagabunda pq a 'vagabunda' simplesmente aproveitou melhor a balada.
Veja, por exemplo, este site, no post do dia 01/03/2007. O site, no geral, tende a zoar os homens, e elas criticam bastante o 'truque do desaparecimento', que é quando o cara desaparece. Entretanto, quando é com elas, veja o que ela comenta sobre o cara que ficou ligando p/ ela e ela sumiu: "Babe, se eu quisesse fazer algo com você eu já teria ligado, né?".
É horrível generalizar as coisas, certamente, mas eu nunca vi uma mulher que faz questão de mostrar que é independente que não seja EXTREMAMENTE machista. Ela toma AS MESMAS atitudes que tanto critica nos homens, e fala sobre as outras mulheres AS MESMAS COISAS que os homens que ela julga machistas dizem. Mulher independente, na minha opinião, é aquela que não precisa e não mostra p/ ninguém que é, que faz, que acontece. Ela simplesmente é.
E é para essas mulheres (incluo vc, Morgana, nessa definição) que eu brindo este dia! E já deixo meu repúdio à todas as mulheres menininhas! Certamente este dia não foi pensado p/ mulheres fracas.
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Morgana, mas vc não acha que hj em dia estamos vivendo uma fase de deslocamento do poder patriarcal p/ um poder, digamos, mais igualitário? Vemos exemplos absurdos de machismo anacrônico em vários pontos conservadores da sociedade (igrejas, pequenas cidades, etc), mas ao mesmo tempo vemos o homem atual perdendo seu poder tradicional e pior, se tornando uma vítima dessa transição.
Explico melhor com um exemplo de balada: hj em dia o homem não sabe se vai chegar na mulher e ela vai ser recatada, ou se vai corresponder amistosamente, ou se ELA é que vai chegar nele, ou se ela vai beijar a mulher ao lado. Caso ela seja recatada, não dá p/ saber se ela não está a fim, ou está mas não demonstra. Caso ela corresponda amistosamente, não dá p/ saber se ela está só sendo legal, ou se está a fim. O homem, portanto, fica numa situação delicada, não sabe o que faz. Fica perdido em uma tentativa de ser 'macho' pela tradição, ou de ser 'sensível' p/ ser moderno.
P/ o 'macho' do passado, não havia muita dúvida: mulher que estava na 'balada' era fácil, se estava lá é pq estava a fim, e era só pegar, como num super mercado. Já mulher p/ casar, ter filhos, era aquela apresentada pelos pais, que sabia costurar e falava baixo e nunca, NUNCA o contrariava. Hoje o machinho não sabe se está agradando, se está sendo idiota, se deve fazer tal coisa, se não deve, e aí você encontra um monte de 'manual' na internet de como tratar uma mulher (que ridículo!).
Em contraponto à dúvida do homem (macho: ser ou não ser, eis a questão) também há dúvida na mulher. Hoje em dia ela tem poder, mas muitas vezes nem sabe que tem, ou prefere não usar. Cobra o homem por atitudes que ELA poderia ter tido, mas, ao mesmo tempo, se o homem quer tomar as atitudes, ela vai precisar de 'mais espaço'. Digo, hoje a mulher pode fazer o que ela quiser, mas sendo ela própria machista, acha que precisa de um homem que 'aja como um homem com H maiúsculo'. Essa época de transição tá é deixando muita gente doida!
A sensualidade exposta na mídia, por exemplo, não mostra mulheres fracas e submissas, mas sim mulheres que comandam, o que denota que, no mínimo, elas têm voz. Ambos ficam, então, numa situação delicada: agora ninguém sabe mais o que fazer, quando fazer, como fazer, e o que o outro vai pensar.
A mulher média vai tentar agir como a da propaganda, forte, impulsiva, e se desespera por achar que não consegue. O homem médio vê a mulher forte da propaganda e se sente intimidado, e já fica na defensiva quando vê a mulher do parágrafo anterior, tentando ser forte, mas por dentro, frágil e desesperada. Mas como ele só vê a parte de fora, fica desesperado. Isso sem falar na OBRIGAÇÃO de, na hora do sexo, agradar a mulher de todas as formas! O problema não é a intenção, essa até que é boa. O problema é ver como se fosse uma obrigação!
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Além disso, o machismo não vem só dos homens. Quem cria um machinho desde cedo tbm é a mulher, que deixa o menino fazer bagunça no quarto, mas não deixa a irmã, pois 'menina tem que ser arrumadinha'. Ou faz cara feia quando a filha de 20 anos diz que vai sair, mas incentiva o menino de 17 a fazer o mesmo. Ou faz o filho se sentir muito mais à vontade para apresentar a namorada, do que a filha, cuja liberdade é 'administrada'.
Eu, particularmente, vejo que a sociedade, em geral, é sim machista. Mas ao dizer 'a sociedade', estamos culpando ninguém, e não dá p/ resolver o problema se estamos só empurrando p/ debaixo do tapete. A verdade é que os machistas não são só os homens. As próprias mulheres que se dizem tão independentes e fortes e modernas chamam a outra de vagabunda pq a 'vagabunda' simplesmente aproveitou melhor a balada.
Veja, por exemplo, este site, no post do dia 01/03/2007. O site, no geral, tende a zoar os homens, e elas criticam bastante o 'truque do desaparecimento', que é quando o cara desaparece. Entretanto, quando é com elas, veja o que ela comenta sobre o cara que ficou ligando p/ ela e ela sumiu: "Babe, se eu quisesse fazer algo com você eu já teria ligado, né?".
É horrível generalizar as coisas, certamente, mas eu nunca vi uma mulher que faz questão de mostrar que é independente que não seja EXTREMAMENTE machista. Ela toma AS MESMAS atitudes que tanto critica nos homens, e fala sobre as outras mulheres AS MESMAS COISAS que os homens que ela julga machistas dizem. Mulher independente, na minha opinião, é aquela que não precisa e não mostra p/ ninguém que é, que faz, que acontece. Ela simplesmente é.
E é para essas mulheres (incluo vc, Morgana, nessa definição) que eu brindo este dia! E já deixo meu repúdio à todas as mulheres menininhas! Certamente este dia não foi pensado p/ mulheres fracas.
Um comentário:
Caríssimo, me sinto honrada e presenteada com suas palavras. Sábias palavras, vale dizer! Obrigada!
Quero dizer algumas coisas... Concordo plenamente com vc quando vc afirma que os homens -em sua maioria- estão perdidos pois não sabem mais agir com tanta "liberação feminina". E concordo que quem faz o machista e o machismo também são as mulheres. No entanto, é importante ressaltar que nenhuma revolução atinge somente um lado. O BUUUM do feminismo atingiu esferas inesperadas e te explico o pq.
Além das feministas adquirirem certos espaços que até então não tinha, a exposição ao nu deixou de ser arte e passou a ser meio de vida para ganhar dinheiro, ou seja, beira a prostituição do corpo no sentido Vouyer e Exibicionista. O que desqualifica a mulher e a deixa numa posição mais delicada ainda de um possível ato machista. Quer dizer, o Feminismo nada mais é do que o Machismo em seu inverso; e dizer que é machismo em seu inverso é dizer que é e há machismo!
Mas também, esse BUUUM feminista atingiu esferas como a liberação, como nos tempos áureos gregos, do homossexualismo. As mulheres também estão se sentindo perdidas, pois alguns homens estão saindo do armário e a tendência é aumentar essa estatística já que não tem mais a "obrigação" de casar com uma mulher e constituir famílias, alcança a idéia que exponho?
O fato é que estamos em crise social e cultural e até nos acertamos nessa crise a tendência é piorar até quadros como solidão, depressão etc.
Em minha clínica só escuto queixas nesse sentido: os sujeitos estão sem lugar!
Um beijo enorme pra vc e mais uma vez, obrigada!
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