30 abril 2007

Falando bem da igreja - Parte 1 de 2

Secularização e a Nova Religião

Engraçado como as coisas funcionam. Agora que o papa está vindo p/ o Brasil, não se fala de outra coisa. Já esqueceram o debate sobre a maioridade penal. Agora só se fala nas posições ortodoxas da igreja, totalmente desencontradas com o pensamento geral da sociedade.

Isso é prato cheio p/ quem, como eu, gosta de falar mal de religião. Eu adoro. É muito bom ver o espertinho religioso me falar frases-chave da bíblia querendo me mostrar o amor de deus, ou mostrar que a bíblia estava certa sobre algo que a arqueologia acabou de encontrar.

Antigamente eu ia logo com os dois pés no peito do sujeito, perguntando se ele já havia matado o carneiro do dia, em honra do senhor deus. Afinal, está escrito na bíblia que ele DEVE fazer isso, e p/ mim, ou o livro é sagrado, ou não é. Não tem essa de 'ah, mas sobre essa parte aqui deus mudou de idéia, não precisa mais não'. Hoje em dia eu mal entro na discussão.

Hoje em dia o que mais temos é o tal do católico não praticante. Aquele que diz que acredita em deus, e não numa religião. Na verdade, nada mais conveniente. Se eu não acreditar na religião, não preciso seguir regras. E se digo que acredito em deus à minha maneira, terei aquela sensação de segurança, de que estou salvo mesmo sem precisar daquelas bobagens de acordar cedo p/ ir à missa, de cultuar deus formalmente, etc.

Esse religioso de conveniência que descrevi acima é comum e hipócrita. Mas é o futuro. Explico: veja a posição da igreja católica atual. O que ocorre é uma tentativa de manter os ritos, as regras, como sempre foram. Nada de mudar a igreja pq a sociedade mudou. E estão certos.

Ora, se a igreja foi criada com aquelas regras e se dizia o único caminho de salvação, precisa sim se manter dessa mesma forma. Mudar de acordo com a sociedade seria dizer que ela não é absoluta, pelo contrário, é tão volúvel quanto a moral.

Então, se a igreja não deve mudar de acordo com a sociedade, pq o religioso de conveniência é o futuro? Simples: pq a própria igreja já foi esse religioso de conveniência. A igreja cresceu por dois motivos: em primeiro lugar, por causa da força. Mas esse motivo não explica tudo.

Há também uma outra razão muito forte: a igreja se adaptou à sociedade daquela época, sendo mais light do que a religião antiga. Com essa nova religião, não era preciso mais matar os bichos, deixar de trabalhar por um dia, enfim, não era preciso mais seguir à risca o complicado livro de Moisés, com todas aquelas regras e penas de morte.

Eu acredito que no futuro essa crença de conveniência, essa daqueles que dizem que acreditam em deus, não em padres ou pastores, acabará criando regras e se tornando uma religião formal. Por enquanto, o que resta é a crítica à secularização, e a inflexibilidade da igreja, que prefere manter seus valores e continuar dizendo que é o único caminho para a salvação. A igreja está certa.

Ela ditou as regras para a salvação. Agora não pode mudar as regras p/ agradar mais gente. Seria a sociedade quem teria que se adaptar e fazer o que for necessário para se salvar, ou a igreja e sua palavra (a palavra de deus) não seriam absolutas.

28 abril 2007

Tequila baby!

Algumas coisas extremamente pessoais que socialmente provocam escândalo ou desconforto:

1 - Morrer não é necessariamente algo ruim. Eu estou prontíssimo p/ morrer a qualquer momento, e não tenho problema algum com isso. De fato, penso na minha morte todos os dias, e acho que isso faz com que eu aproveite melhor a vida. Adoro a idéia de morrer. Aliás, se eu fosse rico, provavelmente já teria morrido, de tanto aproveitar a vida. Melhor que o escriturário que passa a vida inteira batendo o cartão de ponto às 8h00, almoçando às 12h00 no mesmo bar de sempre, e saindo do expediente às 17h00 de sempre, e sonhando sempre em chutar a bunda do chefe. Eu realmente prefiro os 10 anos a 1000 do que os 1000 anos a 10.

2 - Nada vai mudar se eu mencionar a possibilidade de fulano morrer. Ele NÃO morrerá mais cedo por causa do que eu disse. Nem o escriturário que eu acho que deveria morrer, p/ aprender a aproveitar melhor a vida.

3 - Nada vai mudar mesmo que eu DESEJASSE que fulano morresse (a não ser que um assassino profissional saiba meu desejo e o realize, e por isso mesmo que eu não desejo nada).

4 - Não tenho opiniões formadas. Adoro entrar em debates sempre apresentando o lado contrário do que o senso comum diz, afinal, os espertões que discutem comigo dificilmente vêem que nada é absoluto. Se a maioria da mesa (o senso comum corrente, portanto) for a favor do aborto, por exemplo, eu somente apresentarei argumentos contra. Se a maioria for contra, eu apresentarei argumentos a favor. Poucos são os que reconhecem que isso traz luz à discussão, pois eu represento sempre 'o outro lado', mas não necessariamente eu concordo com esse lado.

5 - Eu odeio religião, igreja, não acredito em deus, e dou risada dessas idéias. Algumas pessoas ficam escandalizadas.

6 - Mais escandalizadas ainda ficam as pessoas que sabem do que eu falei no parágrafo anterior, me apóiam, mas aí de repente eu começo a defender a posição da igreja católica, por exemplo, quando ao uso da camisinha. Poucos são os que entendem que eu sou levado pela lógica, e a argumentação da igreja é extremamente coerente nesses pontos. Aliás, meu próximo texto será exatamente sobre isso.

7 - Ah, esse ponto é ótimo: eu terei um bebê em poucos meses. Entretanto, tenho uma grande tendência a apoiar a idéia do aborto, pois, como disse, deixo a lógica me levar. Algumas pessoas não entendem como alguém pode apoiar a idéia do aborto e ter um filho! Como se fosse algo muito difícil de entender. Olham-me imaginando que eu serei um péssimo pai, que vou espancar meu filho, essas coisas.

8 - Eu realmente não ligo se meu filho decidir virar gay. Até faço piadas sobre esses assuntos. Quero mais é que ele seja feliz, e farei de tudo p/ que ele não se prenda a conceitos morais burros, senso comum, enfim, limitadores sociais.

9 - Eu não julgo as pessoas. Pelo contrário: quando a mesa, ou parte dela, começa a falar mal de alguém, eu saio em defesa da pessoa. Às vezes nem sei de quem estão falando, mas já vou defendendo.

10 - Eu REALMENTE gosto de debater. Às vezes arrumo amigos, às vezes arrumo inimigos. Mas detesto o idiota que fala lugares-comuns como se fosse algo realmente importante, tipo: 'eu sou contra o governo'. Pq, ó ignóbil? Aí não sabe responder. Isso me dói o coração. Daí p/ frente, serei apenas profundo desprezo pelo pobre ser. Tsc, tsc, coitadinho... Aí eu faço piada na cara do fulano, e acredita que a maioria nem entende?

20 abril 2007

Estranhos caminhos do senhor...Google

Estou muito feliz com o fato do meu site estar relativamente bem cotado do Google. Não tenho muuuitos leitores, é verdade, mas tudo bem. Espero que com o tempo isso aumente. Gosto de ser lido.

Mas gosto ainda mais de ver o que traz os leitores até aqui. Graças à ferramenta que eu instalei nesse site, consigo ver as buscar que trouxeram o leitor até aqui. Como não sou egoísta, vou compartilhar esta informação interessantíssima. Aliás, incrível como procuram simpatias na internet. Até dividi em buscas por simpatias e o resto. Acompanhem:

simpatias fáceis na hora da transa

simpatia para saber o sexo do bebé

SIMPATIAS ENGRAVIDAR

simpatias faceis (3 vezes)

simpatias para abortar

simpatias pessoa indesejada sumir

simpatia faceis para fazer sexo

simpatias para saber se vai nascer homem ou mulher?

simpatias para engravidar

simpatias p/ficar com alguem a vida toda

Nem vou comentar nada sobre essas simpatias. Aliás, vou comentar sim: que coisa ridícula. Seguem algumas buscas, digamos, estranhas:

adolescente + "sexo forçado"
[Espero que não tenha achado o que procurava...]

"globalização" causadora do "preconceito"
[Ah, maldita globalização! Antes dela não havia preconceito!]

ciro gomes
[Alguém procura por Ciro Gomes e clica num site chamado Acima de deus. Pensei que isso só aconteceria se procurassem por ACM.]

cristão
[Coitado...]

quem escreveu "o universo na casca de noz"?
[Legal essas pessoas que fazem perguntas ao Google. Como se ele fosse RESPONDER, e não apontar sugestões]

A CIÊNCIA QUER VENCER A RELIGIÃO COMENTADO
[Bom, na verdade a ciência não está nem aí p/ religião. Pronto, tá comentado.]

biblia estupro gravidez evangélico
[Quê? Na bíblia tem algo sobre gravidez de evangélicos estuprados?]

magia para engravidar
[Insira um pênis sem camisinha na vagina, mexa bastante e aguarde. Se não funcionar, repita a operação com outra 'varinha de condão'. Ou 'vassoura', sei lá seu gosto, pô!]

a mulher estuprada
[Que tem ela?]

deus jamais vai se agradar
[Isso acontece com bulímicos. Será que deus é bulímico? Tem auto-estima baixa?]

o k é deus, filosoficamente
[Bom, filosoficamente, até eu posso ser deus. Agora, pela lógica (outra vertente filosófica), veja bem: k não existe no Brasil (nem y, nem w). Assim sendo, concluimos que deus não existe no Brasil, e agora entendo o pq o Lula foi reeleito!]

15 abril 2007

Um pouco sobre perda

Só é feliz quem tem tudo o que precisa, no momento em que precisa. Quanto mais necessidades uma pessoa tem, menor sua chance de ser feliz.

Felicidade não permite escolha, pois escolha implica em perda. Quando você tem dois caminhos à sua frente, estará escolhendo qual NÃO seguir. Está perdendo uma possibilidade, deixando para trás aquele minuto que poderia mudar completamente o rumo do que virá.

Quando falei sobre necessidades, não apenas me referi à coisas materiais. Pelo contrário, a infelicidade é sobre sentir, não sobre ter. Se, por exemplo, eu tenho necessidade de me encaixar, de pertencer a um grupo, terei boas chances de ser infeliz, pois sempre estarei vivendo na eterna dúvida: será que eu realmente faço parte de um grupo?

A felicidade plena, na minha opinião, só seria possível se não tivéssemos desejos. Sequer pensamentos. A mente em branco. Mas eu questiono se isso é exatamente uma coisa boa. Explico: se não tivermos desejos, seremos plenamente felizes, pois não teremos necessidades a suprir. Por outro lado, não teremos aquele gosto de vitória quando um objetivo é alcançado. Corolário: o doce não é tão doce sem o amargo. O bem não existe sem o mal.

Não ter como escolher é outra forma de alcançar a felicidade, abrindo mão da perda. Simplesmente deixamos a responsabilidade que toda escolha traz nas mãos de outros: deus, o governo, a vida, etc. Assim não sofremos com a perda.
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Às vezes algumas pessoas, próximas inclusive, se incomodam com meu jeito um pouco diferente de lidar com certas coisas. Eu não me preocupo com o que está fora do meu alcance. Não só isso: eu nem me importo com o que está fora do meu alcance. Se alguém próximo estiver morrendo num hospital, eu não posso fazer absolutamente nada sobre isso. Não significa que o fato de eu não me preocupar implique que eu não gosto da pessoa.

As pessoas realmente acham que quando você gosta de alguém, você deve sofrer. Isso é uma bobagem. Se eu disser algo como 'ah, se fulano morrer' eu não estou QUERENDO que ele morra, tampouco significa que a morte dele acontecerá mais cedo pq eu mencionei que há a possibilidade d'ele morrer! Se fulado estiver num hospital à beira da morte, minhas unhas roídas não vão ajudá-lo a melhorar. Farei o que estiver ao meu alcance para melhorar as coisas para fulano, mas nem pensarei no que não está, o que, mais uma vez, não implica que eu não goste de fulano.

Uma necessidade que eu não tenho é sobre isso. Eu não preciso que as pessoas estejam me dizendo que gostam de mim, ou que são presentes p/ me sentir bem. Na verdade, eu tenho amigos que fico meses sem ver, mas nunca deixo de pensar que gosto deles e que eles gostam de mim. Isso, em sociedade, pode ser um problema, já que aquela pessoa que eu acho que gosta de mim pode estar profundamente magoada por eu não ter mandado um cartão de natal.

Eu não preciso que ninguém me ligue p/ perguntar se eu estou bem. Isso é bom para quem não sabe pedir. Eu sei. Se eu precisar de alguma coisa, eu vou pedir. Não vou ficar esperando que alguém me ofereça. Me ligue para me chamar p/ sair. Me ligue para me contar uma novidade. Ligar simplesmente para perguntar se eu estou bem não faz sentido, até pq, e se eu não estiver? O que alguém poderia fazer por mim?

Gostaria que outras pessoas que convivem comigo soubessem disso. Que não me cobrassem atenção, especialmente se elas JÁ TÊM minha atenção. Eu não sou igual à maioria das pessoas, e sim, tenho orgulho disso. Não digo que não sou igual pq eu PROCURO ser diferente, pq isso, por mais contraditório que pareça, é o que a maioria das pessoa é: todos QUEREM e TENTAM ser diferentes. Eu não sou igual à maioria pq eu não quero e não tento. Eu simplesmente não ligo.

Pode ser que algumas coisas eu faça exatamente como todo mundo faria. Mas eu não faço PQ todo mundo faria, foi só uma coincidência. Também pode ser que eu faça algumas coisas de forma totalmente diferente do que a maioria faria. Não estou fazendo como muito fã de Chorão por aí, que faz as coisas PARA ser diferente. Também foi só uma coincidência.

Nada disso tem a ver com gostar ou não gostar. Por favor, não confundam.
Eu tenho uma necessidade. Gostaria que uma certa pessoa me entendesse melhor, não me julgasse baseado no que a maioria diria, pensaria, faria, e não me cobrasse. A felicidade está em aceitar de bom grado o que acontece, pensar no que estiver ao alcance para mudar o que virá, e em nunca se preocupar com o que não está ao alcance. Isso inclui aquele caminho que você não seguiu.

Para terminar, quero lembrar uma frase que vem do cristianismo, mas acho fantástica, e define bem o que é felicidade (claro que PEDINDO para deus se encarregar de fazer as coisas):
Que deus me dê serenidade para aceitar as coisas que não posso mudar, coragem para mudar as que posso e SABEDORIA PARA DISTINGUIR UMAS DAS OUTRAS.
Tire deus daí e pronto, é o que eu tento ser (e é exatamente o que eu falei no parágrafo anterior)!

05 abril 2007

Religião e Ciência

Ah, nada como escrever o meu 100º post voltando às origens e falando sobre religião.

Ouço muito por aí que religião sem ciência é fanatismo e ciência sem religião é alguma coisa ruim que não lembro exatamente. E variações disso. Aí fico pensando se a pessoa pensa no que disse...

A verdade é que esse papo de que a religião sustenta de alguma forma a ciência, ou caminham juntas, ou qualquer outra coisa só serve p/ que a religião tente se manter na vanguarda, se manter como algo importante, já que quem domina agora o mundo é, sem dúvida, a ciência.

Nem um religioso acredita mais no que a ciência já provou ser bobagem. Ou melhor, quase todos deixaram de acreditar, pq ainda existem alguns que vêm dizer que não existem provas sobre a seleção natural e que existem provas da existência de adão e eva, essas bobagens. Mas a imensa maioria dos próprios religiosos concorda que esses são fanáticos.

Aí vejam que interessante: até os religiosos de hoje usam o termo 'fanáticos' para definir quem simplesmente acredita cegamente no que seus livros sagrados dizem. Ou seja, o religioso 'moderado' é um hipócrita, e se algum dos livros sagrados bíblia/corão/sei la mais que outro estiver mesmo certo e esse(s) deus(es) existir(em), o reino dos céus/paraíso/vida eterna/o que o valha vai ficar é p/ quem for fanático, que nada mais faz do que seguir exatamente o que é sacro!

Uma vez perguntei p/ uma menina evangélica se ela já tinha matado um bode ou um carneiro em um ritual sagrado. Ela fez o sinal da cruz e ficou horrorizada, achando que eu estava falando sobre aquelas coisas que vemos nas reconstituições do Fala que eu te Escuto (rituais de magia negra, etc). Na verdade, apenas perguntei se ela fazia o que o próprio livro sagrado dela mandava, afinal, está na lei de deus (Deuteronômio é um saco!) que é preciso matar esses bichinhos para glorificar o senhor (deus, não vc, leitor).

Claro que as pessoas de hoje acham que quem faz isso é atrasado ou está adorando o diabo, que é quem supostamente gosta de sangue (certamente não leram o velho testamento). E ainda ficam ofendidos quando eu pergunto: pq acreditar que um livro é sagrado se metade dele ninguém segue, e quem segue é taxado pelos próprios religiosos como satanista, fanático, fundamentalista, essas coisas?

Na minha opinião, se foi deus quem escreveu o livro (inspirando os escritores), é a lei dele e pronto, deve ser obedecida. Resumindo, o religioso (refiro-me especialmente ao cristão, mas isso se aplica a outros) PRECISA cometer o pecado da soberba, de acreditar que acha que sabe o que deus quer ou não quer (ah, isso deus ainda quer, mas aquilo outro já expirou, não precisa mais fazer não que ele não quer mais), para não sair por aí matando bichinhos (coisa que na atualidade é moralmente condenável, mas já foi regra no passado!). (Quantos parênteses nesse parágrafo!)

Além disso, p/ finalizar, o religioso que fala que o outro é fanático tbm é hipócrita. Se ele é religioso hj, isso se deve exclusivamente ao fato de que no passado a religião era A cultura, e TODOS eram, justamente, fanáticos.

04 abril 2007

Coerência, lógica e paixão (2 de 3?)

2 - A discussão que eu não sei sobre o que é
Essa é bem interessante. O papo era teórico, falava sobre ciência e religião, especificamente sobre gente que usa partes da ciência como apoio p/ seus dogmas. Gente que, na verdade, acredita é na ciência. Só que como a crença em um deus é muito arraigada na pessoa, ela procurará ao máximo usar a ciência p/ explicar essa crença. Como a ciência, obviamente, não fará isso, ela pega PARTE do que a ciência diz e interpreta de forma a embasar essa crença. O papo começou com alguém sugerindo algo como espiritualidade quântica, bobagem completa.

Eis que surge então uma daquelas pessoas que adora apresentar credencial (sou fulano, mestre em pentelhismo pela UFSACO, Universidade Federal de Santo Antônio da Cachoeira Oeste, doutor em ultrapentelhice cúbica com a tese 'Apelando com hadouken com os três botões' e acho o seguinte...blablabla) e começa a dissertar sobre cálculos e teorias da física quântica. Aí você diz que isso não importa, uma discussão sobre ciência e religião é filosófica, teórica, não prática. Não precisamos saber dos cálculos.

É o que faltava p/ o pentelho começar: 'com que autoridade você diz isso? Você estudou onde? Você ainda faz faculdade, que ridículo! Eu sou doutor em ultrapentelhismo, você sabe o que significa 1@#$235 + $#@23 ao quadrado? Eu sei, estou fazendo uma tese sobre isso'. Coisas assim. Nota-se que o doutor matava aula de Base das Ciências ou Filosofia, pois é de lei: a pessoa que faz isso VAI dizer que filosofia não importa. COMO não importa, raio??? Se é JUSTAMENTE a parte filosófica que importa num debate! Isso não é uma apresentação no Congresso Mundial de Físicos!

Pessoal, um conselho: não queiram mostrar que são bons pela credencial; não peçam credencial de ninguém quando você não consegue vencer os argumentos do interlocutor; enfim, não usem credencial como forma de menosprezar o argumento do seu interlocutor. Ataquem a IDÉIA dele, não ELE. Como é de graça, outro conselho: não queiram mostrar que sabem, que são bons, aprofundando-se num tema que não é o foco da discussão (ninguém quer uma aula completa de geometria se o assunto é apenas: é possível, filosoficamente, que exista um triângulo cuja soma dos ângulos internos seja maior que 180º? (respondendo: filosoficamente sim, é possível.)).

Explico então o motivo de eu não saber sobre o que é a discussão: ela começou com uma bobagem querendo misturar ciência com religião e acabou com uma pessoa que não entende nada de lógica, de argumentação, de silogismo, de coerência fazendo discursos contra 'livros de divulgação' (juro que não consegui entender o que são esses tais livros, mas ele enquadro O Universo na Casca de Noz, de Hawking nessa categoria). Claro, como ele estava sendo bombardeado por filósofos, já que a discussão era apenas filosófica, e não técnica, o debate acabou com um dos lados rindo do outro (e não foi o lado dele).

Obs.: tá, eu tinha dito que publicaria isso no domingo, mas filosoficamente, quem garante que hoje não é anteontem? Hum?? (respondendo bem resumidamente: filosoficamente, ninguém garante nada).