Secularização e a Nova Religião
Engraçado como as coisas funcionam. Agora que o papa está vindo p/ o Brasil, não se fala de outra coisa. Já esqueceram o debate sobre a maioridade penal. Agora só se fala nas posições ortodoxas da igreja, totalmente desencontradas com o pensamento geral da sociedade.
Isso é prato cheio p/ quem, como eu, gosta de falar mal de religião. Eu adoro. É muito bom ver o espertinho religioso me falar frases-chave da bíblia querendo me mostrar o amor de deus, ou mostrar que a bíblia estava certa sobre algo que a arqueologia acabou de encontrar.
Antigamente eu ia logo com os dois pés no peito do sujeito, perguntando se ele já havia matado o carneiro do dia, em honra do senhor deus. Afinal, está escrito na bíblia que ele DEVE fazer isso, e p/ mim, ou o livro é sagrado, ou não é. Não tem essa de 'ah, mas sobre essa parte aqui deus mudou de idéia, não precisa mais não'. Hoje em dia eu mal entro na discussão.
Hoje em dia o que mais temos é o tal do católico não praticante. Aquele que diz que acredita em deus, e não numa religião. Na verdade, nada mais conveniente. Se eu não acreditar na religião, não preciso seguir regras. E se digo que acredito em deus à minha maneira, terei aquela sensação de segurança, de que estou salvo mesmo sem precisar daquelas bobagens de acordar cedo p/ ir à missa, de cultuar deus formalmente, etc.
Esse religioso de conveniência que descrevi acima é comum e hipócrita. Mas é o futuro. Explico: veja a posição da igreja católica atual. O que ocorre é uma tentativa de manter os ritos, as regras, como sempre foram. Nada de mudar a igreja pq a sociedade mudou. E estão certos.
Ora, se a igreja foi criada com aquelas regras e se dizia o único caminho de salvação, precisa sim se manter dessa mesma forma. Mudar de acordo com a sociedade seria dizer que ela não é absoluta, pelo contrário, é tão volúvel quanto a moral.
Então, se a igreja não deve mudar de acordo com a sociedade, pq o religioso de conveniência é o futuro? Simples: pq a própria igreja já foi esse religioso de conveniência. A igreja cresceu por dois motivos: em primeiro lugar, por causa da força. Mas esse motivo não explica tudo.
Há também uma outra razão muito forte: a igreja se adaptou à sociedade daquela época, sendo mais light do que a religião antiga. Com essa nova religião, não era preciso mais matar os bichos, deixar de trabalhar por um dia, enfim, não era preciso mais seguir à risca o complicado livro de Moisés, com todas aquelas regras e penas de morte.
Eu acredito que no futuro essa crença de conveniência, essa daqueles que dizem que acreditam em deus, não em padres ou pastores, acabará criando regras e se tornando uma religião formal. Por enquanto, o que resta é a crítica à secularização, e a inflexibilidade da igreja, que prefere manter seus valores e continuar dizendo que é o único caminho para a salvação. A igreja está certa.
Ela ditou as regras para a salvação. Agora não pode mudar as regras p/ agradar mais gente. Seria a sociedade quem teria que se adaptar e fazer o que for necessário para se salvar, ou a igreja e sua palavra (a palavra de deus) não seriam absolutas.
Engraçado como as coisas funcionam. Agora que o papa está vindo p/ o Brasil, não se fala de outra coisa. Já esqueceram o debate sobre a maioridade penal. Agora só se fala nas posições ortodoxas da igreja, totalmente desencontradas com o pensamento geral da sociedade.
Isso é prato cheio p/ quem, como eu, gosta de falar mal de religião. Eu adoro. É muito bom ver o espertinho religioso me falar frases-chave da bíblia querendo me mostrar o amor de deus, ou mostrar que a bíblia estava certa sobre algo que a arqueologia acabou de encontrar.
Antigamente eu ia logo com os dois pés no peito do sujeito, perguntando se ele já havia matado o carneiro do dia, em honra do senhor deus. Afinal, está escrito na bíblia que ele DEVE fazer isso, e p/ mim, ou o livro é sagrado, ou não é. Não tem essa de 'ah, mas sobre essa parte aqui deus mudou de idéia, não precisa mais não'. Hoje em dia eu mal entro na discussão.
Hoje em dia o que mais temos é o tal do católico não praticante. Aquele que diz que acredita em deus, e não numa religião. Na verdade, nada mais conveniente. Se eu não acreditar na religião, não preciso seguir regras. E se digo que acredito em deus à minha maneira, terei aquela sensação de segurança, de que estou salvo mesmo sem precisar daquelas bobagens de acordar cedo p/ ir à missa, de cultuar deus formalmente, etc.
Esse religioso de conveniência que descrevi acima é comum e hipócrita. Mas é o futuro. Explico: veja a posição da igreja católica atual. O que ocorre é uma tentativa de manter os ritos, as regras, como sempre foram. Nada de mudar a igreja pq a sociedade mudou. E estão certos.
Ora, se a igreja foi criada com aquelas regras e se dizia o único caminho de salvação, precisa sim se manter dessa mesma forma. Mudar de acordo com a sociedade seria dizer que ela não é absoluta, pelo contrário, é tão volúvel quanto a moral.
Então, se a igreja não deve mudar de acordo com a sociedade, pq o religioso de conveniência é o futuro? Simples: pq a própria igreja já foi esse religioso de conveniência. A igreja cresceu por dois motivos: em primeiro lugar, por causa da força. Mas esse motivo não explica tudo.
Há também uma outra razão muito forte: a igreja se adaptou à sociedade daquela época, sendo mais light do que a religião antiga. Com essa nova religião, não era preciso mais matar os bichos, deixar de trabalhar por um dia, enfim, não era preciso mais seguir à risca o complicado livro de Moisés, com todas aquelas regras e penas de morte.
Eu acredito que no futuro essa crença de conveniência, essa daqueles que dizem que acreditam em deus, não em padres ou pastores, acabará criando regras e se tornando uma religião formal. Por enquanto, o que resta é a crítica à secularização, e a inflexibilidade da igreja, que prefere manter seus valores e continuar dizendo que é o único caminho para a salvação. A igreja está certa.
Ela ditou as regras para a salvação. Agora não pode mudar as regras p/ agradar mais gente. Seria a sociedade quem teria que se adaptar e fazer o que for necessário para se salvar, ou a igreja e sua palavra (a palavra de deus) não seriam absolutas.
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