21 novembro 2007

O Refúgio do Canalha - Parte 1

Segundo Samuel Johnson, o patriotismo é o último refúgio do canalha. Millôr Fernandes complementa: A pátria é o primeiro refúgio do canalha. Até concordava, talvez com alguma reprovação, até pq nem tinha parado pra pensar muito nisso. Bom, ainda não pensei, mas já descobri que definitivamente o patriotismo pode ser um refúgio dos canalhas, mas não é o último. O racismo está na moda. E às vezes é logo o primeiro!

Não, não é o, digamos, racismo ativo. É a simples acusação. Acusar o oponente de ser racista praticamente o desqualifica imediatamente, a despeito dos argumentos da discussão. Eu já havia visto tal coisa em qualquer tentativa de implantação de cotas em universidades. É assim: a universidade vai bem, tudo numa boa, negros e brancos convivendo harmoniosamente, as pessoas entram sendo capazes de passar no vestibular, independentemente da cor da pele, coisa e tal. Aí um grupo organizado e militante, normalmente vinculado a algum partido político de pseudo-esquerda (PT, PSTU, PCB, PC do B, etc), resolve lutar pelos diretos dos negros de entrar naquela universidade (como se houvesse uma universidade em que negros não entram!).

Aí, mais que misteriosamente, donde outrora havia harmonia surge a discórdia entre "raças". Misteriosamente pq nunca ninguém descobre de onde vieram pichações com frases incitando essa discórdia. De repente, parece que estamos em Berlim, 1937, e onde havia um muro limpo num dia, no outro há uma frase mandando os negros para a cozinha, essas coisas. Parece até que existe uma sucursal da KKK dentro de cada universidade, e cada célula permanece inativa até que o BEM aparece, e o MAL resolve mostrar a "cara". Aspas, pq, como eu disse, nunca descobrem os autores das pichações, que só servem mesmo para que aqueles militantes que já citei digam: "vejam só como a sociedade é racista", e por aí vai.

Claro que pode mesmo existir grupos organizados que militam contra os negros e acham que o lugar deles é na cozinha, etc. Esses grupos devem ser banidos e seus integrantes devem ser expostos ao ridículo (e, de repente, à forca, quem sabe...) em praça pública. Mas não é estranho que, enquanto o ingresso à faculdade fazia-se exclusivamente pela capacidade do indivíduo e, portanto, negros já faziam parte do corpo discente, esses tais grupos ficavam quietos? Ora, se eles são contra o ingresso de negros, e negros ingressam, eles ficavam quietos? Qual a lógica? Eles aceitam um pouco de negros, mas muitos, aí não, aí o lugar deles é na cozinha? É estranho. Mas começa a ficar claro quando sabemos o quão sujo partidos de esquerda podem jogar, não é mesmo?

Ok, continuando. Vocês devem se lembrar daquela briga entre estudantes, alguns africanos, na UnB, não se lembram? Se não se lembram, procurem no Google. A coisa era simples: estudantes que faziam muita bagunça atrapalhavam estudantes que faziam menos bagunça, e deu briga. Até aqui, nada demais, isso acontece em todo lugar. Eu mesmo estou sendo ameaçado (juntamente com meus colegas) de banimento no prédio onde minha república fica. Um dos meus colegas é negro. Se fôssemos mais de um, a coisa poderia ser diferente, como foi na UnB. A briga lá virou uma questão ideológica. Era racismo. Os africanos estavam sofrendo com o preconceito, estavam sendo agredidos por racistas, etc. Ah, nem vou falar muito disso, é ridículo demais. Apenas encerrando, adivinhem se os movimentos de afirmação, vinculados ao partidos de esquerda, não foram lá "adotar" esses "oprimidos"...

Já são dois exemplos. Vi essas duas situações (no caso das cotas, mais de uma vez, no caso das brigas, vi na UnB, e aqui pertinho, em Sto André, mas aí não houve a dimensão nacional do caso de Brasília), e fiquei na minha, não achando que valia a pena escrever sobre isso. Até então, não havia nada além da canalhice que já envolve o partidarismo (reiterando, essas militâncias são partidárias de gente que não tem lá muito caráter ou escrúpulo, como desde mensalões a crimes contra a humanidade provam aí pelo século XX até hoje).

continua...

Nenhum comentário: