23 novembro 2007

O Refúgio do Canalha - Parte 2

Continuando...
O cúmulo da canalhice, porém, veio da escola de samba Vai Vai, e aí eu não pude me conter. Primeiro,
leiam isto, e sintam-se à vontade para procurar outras referências. Não acreditem em mim. Vejam que coisa engraçada. Uma pessoa que não aguenta o barulho demonstra as contravenções da escola de samba. Vejam que, num primeiro momento, o "dono" da escola tenta argumentar: disse que está há 77 anos no bairro, que o lugar deles é lá, enfim, faz todo um showzinho emocional-nostálgico. Obviamente, o argumento é pífio, já demonstrado pelo autor daquele post.

Comprovado que a escola desrespeita os moradores com um volume acima do permitido por lei, e desarmado do argumento da antiguidade, o que faz o acusado? Apela para seu último refúgio: contra-acusa o seu acusador, para tentar desmerecê-lo, já que é incapaz de desmerecer seus argumentos. Talvez o cidadão acusador seja um bom cidadão, paga seus impostos, etc, e portanto o acusado não tem como desmerecer o sujeito de outra forma, ou talvez o acusado seja preguiçoso para verificar o passado do acusador e desmerecê-lo de uma forma mais "honesta". Tanto faz, o que importa é que o acusador passou a ser acusado de racismo!

Reparem que o tal da Vai Vai nem tenta argumentar. Com a simplicidade de quem diz que o céu é azul, acusa uma pessoa de cometer crime de racismo! Sequer argumenta COMO e QUANDO esse "crime" foi cometido. Apenas acusa. Não tinha para onde correr, não tinha argumentos. Correu para o último refúgio! É um canalha! Será que ele responderá pela calúnia? Ou será que um negro pode chamar alguém de racista à vontade sem ser punido? Enfim, a Constituição, que diz que todos são iguais perante a lei, é ou não é a base da democracia brasileira?

O engraçado é que, voltando aos militantes e passando por esse senhor canalha da escola de samba, pessoas, na maioria das vezes acreditam de boa-fé, usadas como massa de manobra, que são cidadãos de segunda classe por causa da cor da pele. E aí entra a militância a exigir uma reparação, fazendo com que o resto, os que têm a pele de outra cor, esses sejam os cidadãos de segunda classe em coisas objetivas, como um vestibular, por exemplo.

Vários autores, dentre eles cito Ali Kamel, já demonstraram que o preconceito que existe no Brasil é contra pobres, preconceito que acontece dentro das próprias classes baixas, não contra negros.

E universidade não é lugar de se fazer "justiça social". É lugar onde a excelência acadêmica faz o país avançar. Os melhores, independentemente da cor da pele, devem fazer parte desta excelência.

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