A violência policial
Bom, vou começar falando sobre uma coisa comum, principalmente entre os jovens, que é a idéia de que a polícia é inimiga do cidadão. Não é. O policial é uma pessoa como qualquer outra, mas em sua profissão corre um risco muito maior do que em qualquer outra. Sendo uma pessoa como qualquer outra, ela também age por conceitos e pré conceitos. Todos nós temos isso, e é isso que nos faz e faz qualquer outro animal sobreviver: uma idéia pré concebida sobre algo. Foi graças ao preconceito que chegamos até aqui.
Antes que pareça que estou defendendo um crime, melhor fazer uma explicaçãozinha. Conceito é uma idéia que uma pessoa tem sobre algo. Preconceito, portanto, é uma idéia que a pessoa tem sobre algo ANTES de conhecer esse algo. A palavra é conhecida apenas pelo aspecto negativo, mas o preconceito pode ser positivo tbm. Digo, eu posso falar BEM de algo que eu não conheço. Isso também é preconceito. Eu posso sentir medo de algo que não conheço, e manter-me afastado dessa coisa. Ou seja, preconceito não necessariamente é uma coisa ruim. É auto-proteção. É desse preconceito que estou falando, não de discriminação.
Voltando ao policial. Ele conhece as estatísticas. Sabe que é numa favela que estão os criminosos mais violentos. A chance d'ele levar um tiro na Av. Paulista é mínima; nula se comparada à chance de levar um tiro subindo uma favela. Onde ele vai ficar mais tenso? Ora, novamente: o policial é uma pessoa como qualquer outra! Seu trabalho é servir e proteger a população. Os inimigos da população estão no meio da população. Na testa do bandido não está escrito BANDIDO.
Pq o policial trata bem as pessoas na Av. Paulista e não em, sei lá, Paraisópolis? Pq uma pessoa tensa fica na defensiva! A chance dele morrer em Paraisópolis é infinitamente maior do que na Av. Paulista, onde ele consegue ficar mais relaxado. Podemos culpá-lo por isso? Por esse preconceito, que é o que salva a vida dele? Podemos culpá-lo por ser humano?
É fácil culpar qualquer um por qualquer coisa sem um padrão. Se você está indo trabalhar e a polícia está fazendo uma blitz, é claro que você vai ficar puto, eles estão causando trânsito, estão atrapalhando, etc. Claro, pensando exclusivamente em si, você está sendo prejudicado. Mas a polícia não está fazendo isso para pegar bandido? Se um desses bandidos, que iria passar se a polícia não fizesse a blitz, roubasse seu carro, você iria culpar quem por isso? A polícia, que não pega bandido.
A polícia é inimiga do bandido, que é inimigo do cidadão, da sociedade. Particularmente no filme, a polícia é violenta com os bandidos, para proteger a população. No livro que inspirou o filme, inclusive, um dos ex-integrantes do BOPE deixa claro coisas do tipo: se vc vai evocar os direitos humanos para situações como as descritas, melhor parar de ler o livro. Ora, é claro que a polícia é violenta quando não sabe se está ou não ameaçada, e mais violenta ainda quando sabe que ESTÁ.
O correto seria o criminoso ser preso, julgado, e condenado. Se ele quisesse, poderia delatar seus companheiros. Acho que não ia querer. Depois de dois ou três anos, estaria solto, rindo do policial que o prendeu, das vítimas de seus crimes, e voltaria exatamente para o lugar de onde veio. O problema de tudo isso é que, numa guerra, não há tempo para esse tipo de coisa. Isso serve para o estado de direito, não para o estado de guerra.
Há um problema nessa força excessiva. Os bandidos, sabendo que vão morrer, lutam cada vez mais. Se antes, encurralado, ele se entregava sem resistência, agora vai dar tiro de fuzil pra tudo que é lado pra tentar, já que a morte é inevitável, levar alguém com ele. E numa dessas vai bandido, policial, e crianças que levam balas perdidas.
Também existe um problema em ver normalidade na excessiva força policial. É que esse é o primeiro passo rumo ao totalitarismo e ao estado policial. É muito bom ver a polícia fazendo isso com os outros. Quando ela começa a nos atingir, nos sentimos como o cara que chegou atrasado no trabalho por causa da blitz. Eu sinto um pouco de medo quando concordo de forma tão veemente com alguma coisa que envolva força e falta de liberdade. Mas fico mais sossegado por lembrar que isso é um estado de guerra, e, espero, seja passageiro, e possamos voltar ao estado de direito, onde as leis serão seguidas. Será que estarei vivo até ver isso? Será que a guerra é o melhor caminho para a paz?
Bom, vou começar falando sobre uma coisa comum, principalmente entre os jovens, que é a idéia de que a polícia é inimiga do cidadão. Não é. O policial é uma pessoa como qualquer outra, mas em sua profissão corre um risco muito maior do que em qualquer outra. Sendo uma pessoa como qualquer outra, ela também age por conceitos e pré conceitos. Todos nós temos isso, e é isso que nos faz e faz qualquer outro animal sobreviver: uma idéia pré concebida sobre algo. Foi graças ao preconceito que chegamos até aqui.
Antes que pareça que estou defendendo um crime, melhor fazer uma explicaçãozinha. Conceito é uma idéia que uma pessoa tem sobre algo. Preconceito, portanto, é uma idéia que a pessoa tem sobre algo ANTES de conhecer esse algo. A palavra é conhecida apenas pelo aspecto negativo, mas o preconceito pode ser positivo tbm. Digo, eu posso falar BEM de algo que eu não conheço. Isso também é preconceito. Eu posso sentir medo de algo que não conheço, e manter-me afastado dessa coisa. Ou seja, preconceito não necessariamente é uma coisa ruim. É auto-proteção. É desse preconceito que estou falando, não de discriminação.
Voltando ao policial. Ele conhece as estatísticas. Sabe que é numa favela que estão os criminosos mais violentos. A chance d'ele levar um tiro na Av. Paulista é mínima; nula se comparada à chance de levar um tiro subindo uma favela. Onde ele vai ficar mais tenso? Ora, novamente: o policial é uma pessoa como qualquer outra! Seu trabalho é servir e proteger a população. Os inimigos da população estão no meio da população. Na testa do bandido não está escrito BANDIDO.
Pq o policial trata bem as pessoas na Av. Paulista e não em, sei lá, Paraisópolis? Pq uma pessoa tensa fica na defensiva! A chance dele morrer em Paraisópolis é infinitamente maior do que na Av. Paulista, onde ele consegue ficar mais relaxado. Podemos culpá-lo por isso? Por esse preconceito, que é o que salva a vida dele? Podemos culpá-lo por ser humano?
É fácil culpar qualquer um por qualquer coisa sem um padrão. Se você está indo trabalhar e a polícia está fazendo uma blitz, é claro que você vai ficar puto, eles estão causando trânsito, estão atrapalhando, etc. Claro, pensando exclusivamente em si, você está sendo prejudicado. Mas a polícia não está fazendo isso para pegar bandido? Se um desses bandidos, que iria passar se a polícia não fizesse a blitz, roubasse seu carro, você iria culpar quem por isso? A polícia, que não pega bandido.
A polícia é inimiga do bandido, que é inimigo do cidadão, da sociedade. Particularmente no filme, a polícia é violenta com os bandidos, para proteger a população. No livro que inspirou o filme, inclusive, um dos ex-integrantes do BOPE deixa claro coisas do tipo: se vc vai evocar os direitos humanos para situações como as descritas, melhor parar de ler o livro. Ora, é claro que a polícia é violenta quando não sabe se está ou não ameaçada, e mais violenta ainda quando sabe que ESTÁ.
O correto seria o criminoso ser preso, julgado, e condenado. Se ele quisesse, poderia delatar seus companheiros. Acho que não ia querer. Depois de dois ou três anos, estaria solto, rindo do policial que o prendeu, das vítimas de seus crimes, e voltaria exatamente para o lugar de onde veio. O problema de tudo isso é que, numa guerra, não há tempo para esse tipo de coisa. Isso serve para o estado de direito, não para o estado de guerra.
Há um problema nessa força excessiva. Os bandidos, sabendo que vão morrer, lutam cada vez mais. Se antes, encurralado, ele se entregava sem resistência, agora vai dar tiro de fuzil pra tudo que é lado pra tentar, já que a morte é inevitável, levar alguém com ele. E numa dessas vai bandido, policial, e crianças que levam balas perdidas.
Também existe um problema em ver normalidade na excessiva força policial. É que esse é o primeiro passo rumo ao totalitarismo e ao estado policial. É muito bom ver a polícia fazendo isso com os outros. Quando ela começa a nos atingir, nos sentimos como o cara que chegou atrasado no trabalho por causa da blitz. Eu sinto um pouco de medo quando concordo de forma tão veemente com alguma coisa que envolva força e falta de liberdade. Mas fico mais sossegado por lembrar que isso é um estado de guerra, e, espero, seja passageiro, e possamos voltar ao estado de direito, onde as leis serão seguidas. Será que estarei vivo até ver isso? Será que a guerra é o melhor caminho para a paz?
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