Aproveitando que só se fala nisso (por maus motivos), vou dar uma palavrinha também. Vocês já devem ter visto em algum lugar uma moção da igreja contra a lei que legaliza o aborto, nos seguintes termos: "diga não à lei que legaliza o aborto até o nono mês". Ora, que absurdo, claro que eu sou contra uma lei que legaliza aborto até o nono mês! Quem seria a favor disso? Imaginem, o bebê poderia nascer amanhã e seria saudável, e viveria fora do útero materno tranquilamente, e aí a mulher decide abortar? É um absurdo!
Ok, ok. Estranhei. Eu sei que existem leis no Brasil que são ridículas, e tal. Mas a lei que é ridícula não existe no vácuo. Ela tem contexto. E, normalmente, o contexto explica a existência dessa lei. Por exemplo, hoje em dia as pessoas tendem a achar absurdo criminalizar o adultério. Mas, em uma época em que a religião era muito mais forte, e a honra blablabla, fazia sentido que o adultério fosse considerado crime. Hoje não.
Então como pode existir e prosperar um projeto de lei que vai totalmente contra o espírito do tempo? Hm... Curioso. Bom, o que um cidadão faz nessa situação? Suspende o juízo? Fala sobre futebol? Repassa uma corrente na internet? Tá bom, são opções. Mas eu fui atrás desse projeto de lei. E sabem o que eu descobri? Vejam só, a lei libera o aborto em:
1 - qualquer situação, até 3 meses de gestação (sou favorável)
2 - em caso de estupro, até 4,5 meses de gestação (sou contra)
3 - em caso de risco de vida à mãe
4 - em caso de doença grave
Achei até bem razoável. Mas espera aí. Onde está a liberação até o nono mês de gravidez? Você, leitor mais inteligente, já percebeu qual é a jogada. A lei é clara em relação ao tempo de gravidez (3 meses, 4 meses e meio) para gestações normais, mas não especifica tempo em casos de risco de vida, ou seja, em gestações especiais. Mas espera aí. JÁ É ASSIM HOJE! Aliás, em caso de estupro, esta lei é até mais restritiva, já que hoje não há um tempo máximo para este caso. A única mudança que a lei implementaria seria o aborto liberado em qualquer situação até os 3 meses. Ou seja, a lei NÃO é contrária ao sentimento social. E não estou dizendo que a sociedade seja favorável ao aborto, pq acho que não é, mas admite o debate nestes termos (aborto até 3 meses), sendo que jamais admitiria sequer o debate de um aborto de gestação normal até o nono mês.
Perceberam como é fácil, sem mentir (apenas omitindo), colocar a população contra uma coisa que esta população não conhece? Que vergonha, hein, igreja!! Que vergonha!!!
Ps.: sobre a Dilma, nem acho que o problema seja ela ser favorável ao aborto. Ora, cada um tem sua opinião, e se sua opinião, como a minha, for contra o pensamento da maioria das pessoas, vc que aceite pagar o preço, ué! O que não pode é ser favorável a uma coisa polêmica, contrária ao pensamento da maioria, e aí, na boca da urna, mudar de idéia! Aí não, né!
Ok, ok. Estranhei. Eu sei que existem leis no Brasil que são ridículas, e tal. Mas a lei que é ridícula não existe no vácuo. Ela tem contexto. E, normalmente, o contexto explica a existência dessa lei. Por exemplo, hoje em dia as pessoas tendem a achar absurdo criminalizar o adultério. Mas, em uma época em que a religião era muito mais forte, e a honra blablabla, fazia sentido que o adultério fosse considerado crime. Hoje não.
Então como pode existir e prosperar um projeto de lei que vai totalmente contra o espírito do tempo? Hm... Curioso. Bom, o que um cidadão faz nessa situação? Suspende o juízo? Fala sobre futebol? Repassa uma corrente na internet? Tá bom, são opções. Mas eu fui atrás desse projeto de lei. E sabem o que eu descobri? Vejam só, a lei libera o aborto em:
1 - qualquer situação, até 3 meses de gestação (sou favorável)
2 - em caso de estupro, até 4,5 meses de gestação (sou contra)
3 - em caso de risco de vida à mãe
4 - em caso de doença grave
Achei até bem razoável. Mas espera aí. Onde está a liberação até o nono mês de gravidez? Você, leitor mais inteligente, já percebeu qual é a jogada. A lei é clara em relação ao tempo de gravidez (3 meses, 4 meses e meio) para gestações normais, mas não especifica tempo em casos de risco de vida, ou seja, em gestações especiais. Mas espera aí. JÁ É ASSIM HOJE! Aliás, em caso de estupro, esta lei é até mais restritiva, já que hoje não há um tempo máximo para este caso. A única mudança que a lei implementaria seria o aborto liberado em qualquer situação até os 3 meses. Ou seja, a lei NÃO é contrária ao sentimento social. E não estou dizendo que a sociedade seja favorável ao aborto, pq acho que não é, mas admite o debate nestes termos (aborto até 3 meses), sendo que jamais admitiria sequer o debate de um aborto de gestação normal até o nono mês.
Perceberam como é fácil, sem mentir (apenas omitindo), colocar a população contra uma coisa que esta população não conhece? Que vergonha, hein, igreja!! Que vergonha!!!
Ps.: sobre a Dilma, nem acho que o problema seja ela ser favorável ao aborto. Ora, cada um tem sua opinião, e se sua opinião, como a minha, for contra o pensamento da maioria das pessoas, vc que aceite pagar o preço, ué! O que não pode é ser favorável a uma coisa polêmica, contrária ao pensamento da maioria, e aí, na boca da urna, mudar de idéia! Aí não, né!
2 comentários:
Vc caiu no ardil do PT, meu caro. Leia este site: http://www.portaldafamilia.org/scnews/news058.shtml
Verá porque os critérios para o aborto se tornam letra morta, na prática, caso esse projeto de lei venha a ser aprovado.
Francisco,
Poxa vida, eu expliquei detalhadamente qual que a lei deixa de falar em tempo somente nos casos em que hoje o aborto já é permitido... Eu expliquei com o maior carinho que em caso de aborto de gestação saudável, por exemplo, o tempo máximo será de 3 meses.
Mais: eu fui ler a lei e todos os aditivos...
Então posso falar com conhecimento: nesse caso, quem está mentindo é quem diz que qualquer aborto em qualquer tempo de gestação seria legalizado.
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