14 março 2009

Onde esse mundo vai parar?


Uma coisa tão chocante que merece a home do Terra.
Saudade dos tempos em que essa piranhada era tudo atéia, né não?

13 março 2009

A Excomunhão - II

Este blog nunca chegou num nível tão baixo. Mas é preciso. Vou comentar uma declaração de um dos brothers mais famosos do Brasil por 15 minutos. Mas só vou fazer isso pq é um pensamento recorrente, então vai mais pelo exemplo do que pela pessoa em si. As declarações que seguem foram feitas no programa da Ana Maria Braga.

Primeiro, o Max falou:
"Eu consigo entender por que ele [o bispo] assumiu essa posição. É igual ao uso da camisinha. A igreja católica prefere que as pesssoas peguem aids do que usem camisinha. Por isso eu não sou católico e não consigo entender muitas coisas que são defendidas. É muito arcaico".

Depois: "Às vezes, o padrasto nem sabia o que estava fazendo".

Daí a Ana respondeu: "Que 'mané' não sabe o que estava fazendo? O arcebispo é uma pessoa muito inteligente para excomungar as pessoas. Pressupõe-se que a igreja é uma instituição que acolhe, inclui as pessoas. Não que exclui".

É mais do que lamentável. É ridículo. É risível. Quer dizer que a igreja prefere que as pessoas peguem aids do que usem camisinha? Essa eu não sabia. Que eu saiba, a igreja prefere que os seguidores não façam sexo. E, sem fazer sexo, dificilmente se pega aids, não? Ok, o pensamento da igreja até pode ser arcaico, mas ela tem todo o direito de pedir A SEUS FIÉIS que façam x ou y. Só que entre ser arcaico e ser mentiroso, eu fico com o arcaico. Pelo menos, é honesto.

Não por acaso, é dele a frase mais impressionante, de que o padrasto que estuprou uma menina não sabia o que estava fazendo! É verdade. Vai ver ele achou que estava andando de bicicleta, aí quando viu, já tinha ido! Vai ver ele é sonâmbulo, vai saber...

Enfim, e, pra completar, o comentário da Ana é bem idiotinha. Pressupõe-se que a igreja acolhe, inclui as pessoas. Pressupõe-se, é? Bom, que eu saiba, essa pressuposição só faz sentido se também for pressuposto que as pessoas que serão 'incluídas' sigam as regras da igreja. Não faz o menor sentido a igreja dizer: "olha, nós condenamos veementemente o aborto em qualquer situação; para nós, aborto é o pior crime de todos, pois ataca uma criança mais do que indefesa" (não estou nem discutindo a validade dessa afirmação; eu mesmo discordo dela, mas é o que a igreja diz e pronto), e acolher quem faz abortos! Além do quê, não precisaria nem falar, mas não foi o bispo que excomungou a equipe médica. A excomunhão é automática. O bispo só comunicou.

O que me deixa mais surpreso é que existem tantas boas razões para ser contra a igreja. Pq inventar mentiras? Ao contrário da intenção de quem fala essas bobagens, isso acaba é fortalecendo a igreja, já que é facílimo demonstrar a mentira, e aí a igreja posa como santa. Como são ridículas as pessoas que falam do que não sabem...

09 março 2009

Um longo texto (começando pelo título) derivado de correspondência filosófica

"Acho que e-mail tem suas limitações, principalmente se ao invés de buscarmos esclarecer, a idéia for sempre refutar, o que eu particularmente acho que é mais coisa para o Direito do que pra Filosofia."
R: Bom, A República é feito praticamente de refutações, comentários, réplicas, tréplicas...


"O comunismo (...) foi imposto como uma ideologia dominante! E por isto usou os métodos já descritos [uso da força] como os daqueles que querem impor uma ideologia. Não lembro de ter citado esquerda, direita ou centro. Facismo, comunismo, sempre que alguém assume que seu ponto de vista e o bom e que todos terão de aceitá-lo temos a tentativa de dominação."
R: O comunismo foi imposto como uma ideologia dominante, por isso eu o citei. O que estava sendo dito anteriormente era que as ideologias se impunham, e eu discordei disso justamente mostrando que não foi o comunismo que se impôs, e sim uma minoria com o uso da força o impôs. Só usei o comunismo como exemplo, mas não acho que sempre que alguém assuma seu ponto de vista como o melhor etc. exista a tentativa de dominação. A tentativa de dominação só vai existir se esse grupo minoritário tentar utilizar a força para subjugar o grupo majoritário. Ora, o grupo minoritário sempre pode não querer influenciar o grupo majoritário, e, resumindo, ir viver sua vida em paz em alguma floresta por aí (existem muitos grupos que fazem isso)...


"Não conheço nenhum exemplo no mundo que não seja dominado por uma ideologia específica(ou uma mistura de algumas já conhecidas), acontece que Ideologia está mais para Heráclito do que para Parmenides(rs,rs) Dá derrota de uma nasce outra, entra em mutação e vira algo supostamente novo, mais sempre tentando se impor ( o que geralmente quer dizer: a vontade de poucos sendo imposta à maioria)
O individualismo não é uma ideologia, mas pode ser fruto de uma. É só entender as premissas básicas do capitalismo."
R: Esse é um dos meus principais pontos desde sempre! Capitalismo não é uma ideologia! O capitalismo não é nada mais do que o resultado de um grupo de indivíduos que pensam em si e nos que o rodeiam em primeiro lugar. Ou seja, o capitalismo é resultado do individualismo de muitos indivíduos, com uma certa ética que rege as relações. E repare que isso que eu falo não se aplica somente a humanos; podemos ver esse comportamento na natureza, e justamente por isso que eu falei que o "sentido natural" é o individualismo. A ética é que é o "anti-natural", a inovação humana, o que nos diferencia dos animais.


"A sociedade decide? Como? Com que filtros??? Baseada em que? Clodovil foi um dos picaretas mais votados numa das últimas eleições. Quem decidiu (coletiva ou individualmente ) decidiu por estar consciente e com o senso crítico em dia? Ou devido a total alienação e desconexão com seu papel social (por isto sindrome do looping). Decidiu sim, mas mal, muito mal.
Devido a tal letargia e ao 'nada vai mudar mesmo'. Então podemos chamar isto de decisão? Acha mesmo que estas pessoas estão afim de perpetuar este absurdo, porque decidiram algo? O que é decidir?"
R: É complicado, mas sim, a sociedade decide. Quais filtros? Cada um tem o seu. Quando falei "a sociedade decide", eu deixei claro que quero dizer que individualmente cada um decide e o resultado é a decisão "da sociedade". A sociedade não existe como um ente indivisível que toma decisões. Cada um tem uma motivação diferente para votar ou não votar em alguém, e isso é, por direito, problema particular! Dizer que alguém decidiu mal por ter decidido votar no Clodovil é ser arrogante e achar que você vale mais do que essa pessoa! Ora, vá perguntar a um eleitor do Maluf se ele não estava consciente e com o senso crítico em dia e veja o que ele vai dizer...

Todo nós somos alienados em certo sentido, pois não sabemos tudo. Ora, a pessoa que vota no Maluf pq o Maluf deu um emprego ao seu pai em alguma grande obra vai achar que você é um alienado por não saber que o Maluf é um empreendedor. A pessoa que votou no Clodovil pq julgou que ele nunca teve papas na língua e portanto ia botar pra quebrar no Congresso teve e tem todo o direito de achar isso e pronto, e é um bom motivo pra ela! De novo: é arrogância dizer que essas duas pessoas do exemplo votaram errado, que são alienadas, que não tiveram filtros, que não tinham senso crítico. Aliás, esse negócio de "papel social" é coisa de quem quer acabar com o individualismo. Felizmente (para quem acredita no individualismo, como eu), a imensa maioria das pessoas não pensa em "papel social". Pensa, sim, no que é melhor para si. E, cada um pensando no melhor para si dentro de uma determinada ética (para isso servem as leis), traz o melhor para o grupo.


"Como é possível uma decisão sem consciência plena das implicações da mesma?"
R: TODA e QUALQUER decisão que tomamos é feita sem plena consciência das implicações da mesma. Há sempre um fator a mais. Você pode decidir virar à esquerda e ser assaltado. Você tinha plena consciência do que implicava sua decisão? Se tivesse, provavelmente não teria escolhido virar à esquerda, certo?

As decisões que tomamos são sempre particulares. Quem vota no Maluf pq acha que o Maluf gera emprego com suas obras faraônicas tem um ótimo motivo. Quem vota no Clodovil pq acha que ele vai botar fogo no Congresso tem um ótimo motivo!! Assim como quem acha que o comunismo é melhor que o capitalismo, ou quem acredita na síndrome do loop (leia-se: acredita que a técnica, os avanços científicos, etc, são descolados do ser humano, e a crítica é quem aproxima, o que, na minha opinião, é falso) tem seus motivos pra acreditar nisso e, se acreditam, é pq os consideram ótimos motivos!

Perceba, e acho isso engraçado até, que esse papo de "ah, o povo não sabe votar" só surge quando quem está falando discorda do que foi decidido pelo povo. Lendo o que você escreveu, me lembrei da última eleição pra prefeito. Enquanto a Marta esteve na frente, só se falava bem do povo. Que o povo sabia o que era bom, que tinha lembrança da administração da Marta, etc, etc. Mas foi só ela ficar em segundo no primeiro turno que já começaram a mudar o discurso. Quando ela perdeu, aí sim começou o show: "o povo não sabe votar", "o povo é burro", "o povo não pensa", "o povo não tem memória". As MESMAS pessoas que diziam aos quatro ventos que o povo era bom passaram a dizer o inverso! Na boa, isso é ingenuidade ou má-fé.

Ora, eu também discordo de muitos dos políticos que estão eleitos, mas acho que o povo sabe muito bem em quem votar. Até pq, qual seria a alternativa? Uma ditadura? Uma teocracia?


"E, não estou julgando o mérito da questão. Não se trata de dizer qual ideologia é boa ou ruim. Trata-se de identifica-las. Refletir sobre. Descostruí-las através do penamento crítico. Ver o que é possível fazer e então agir, capisci?"
R: Sim, em momento algum o assunto enveredou por aí. Só discordei desse ponto a respeito de "ver o que é possível fazer e agir". Isso não existe, assim, dessa forma. Reitero: a não ser que haja massacres, perseguições, milhões de cadáveres, não há NADA possível a fazer. Não há ação a ser tomada. Claro que, partindo da idéia de que não queremos uma guerra civil.

As mudanças ocorrem vagarosamente, de geração para geração. Não é preciso esse "empurrão". Veja o caso da eleição do Obama, por exemplo. Ele é um negro que foi eleito presidente de um país que teve leis raciais, ou seja, racismo institucional. Mas a eleição dele não foi uma quebra de um paradigma, uma revolução; foi bem o inverso! A eleição dele é o resultado de pequenas mudanças que aconteceram em 4, 5, 6 gerações. A eleição do Obama não mudou a sociedade. A sociedade é que mudou, e, como resultado, houve a eleição do Obama. Quebra de paradigma ou revolução seria se um negro fosse eleito na época da vigência do racismo institucional. Só que isso seria paradoxal, e a história nunca é paradoxal. Afinal, oras, ela aconteceu!

Meu ponto, portanto, é que podemos, sim, identificar ideologias, refletir, etc. Mas somente como observadores da realidade, não querendo alterá-la. Quem teve essa segunda intenção, e teve meios para pô-la em prática, só produziu cadáveres. Aos milhões.

A Excomunhão

Mas com que direito essas pessoas vão criticar a Igreja por ter excomungado as pessoas que participaram do aborto da menina de 9 anos, grávida de gêmeos após ter sido estuprada pelo pai? Alguém é obrigado a ser católico? Não, né? Então, se quiser ser católico, o mínimo que se pede é que se siga as regras da Igreja Católica, vejam só que disparate!

Quer dizer que se eu inaugurar o Clube das Cartolas de Oncinha (CCO), onde qualquer um pode se afiliar desde que use cartola de oncinha, eu não terei o direito de expulsar o rapaz que quer usar boinas de oncinha? Ele quer fazer parte de um clube de cartolas, mas usando boina???

"São os novos tempos" - diz ele, como se eu não soubesse - "e cartolas saíram de moda. Hoje a moda é boina!". Ora, e daí? Vá você fundar seu próprio clube de boinas! O meu clube é de cartolas, e é pra gente que gosta de cartola independentemente da moda! Ora, se eu fosse depender da moda pra direcionar meus dogmas (como gostar de cartolas), eu não fundaria nem faria parte de um clube de CARTOLAS! Eu faria parte de um Clube do Chapéu da Moda (CCM). Não é meu caso.

Até entenderia se todos fossem obrigados a fazer parte do clube de cartolas; se quem não gostasse de cartolas fosse perseguido e jogado na fogueira. Aí sim, você teria todo o direito de chiar. Mas não é o caso! Você tem mil outros clubes! O Clube Universal do Reino dos Chapéus, o Clube Chapéu de Neve Club, o Clube do Solidéu, o Clube do Turbante...

Na verdade, acho é que a mídia tá se importando com isso muito mais do que as próprias pessoas. Desconfio que se as pessoas fossem realmente católicas, elas não participariam daquilo por princípio, não sob ameaça. E digo mais: a igreja deveria agir assim SEMPRE! Em vez de um monte de padre ficar lá passando a mão na cabeça de índio, de invasores de terra assassinos, de ex-internos da Febem que ganham Pajero; em vez de ficarem fazendo greve de fome pra impedir uma obra, deveriam simplesmente dizer que quem é contra demarcação contínua de terras, quem é contra a invasão de terras, quem é contra dar Pajero pros outros; e quem participar daquela obra, vai todo mundo ser excomungado! A mídia deveria dar atenção quando eles, AO INVÉS DE excomungar, fazem as outras coisas que eu mencionei!

Mas sabe pq eles não excomungam sempre? Pq a maioria das pessoas só ia dar de ombros e continuar o que estava fazendo... E sabe pq, nessa história do aborto, eles excomungaram? Pq o Estado garantiu que a menina iria abortar e ponto final, e eles não tinham mais o que fazer...

Ou seja, são uns coitados que apelam pra esse negócio de expulsar do clubinho só quando é a única coisa que eles podem fazer. Mas, pô, isso é direito deles!
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Nada a ver com o assunto, mas é uma dúvida séria (direcionada aos religiosos): se foi deus quem fez cada um de nós, os cientistas, quando clonarem seres humanos, estarão pirateando ou deus é pelo código aberto?

Lei Seca II

Eu sei, faz tempo. Mas leiam o que eu escrevi quando aquela lei que iria salvar o mundo e resolver todos os problemas foi criada: "Lei seca".

Pois bem, não faz nem um ano. A mídia deixou de dar atenção ao caso, a fiscalização voltou ao que era antes, e, vejam só que curioso, as mortes aumentaram, os bares voltaram ao ritmo de antes, e quem não seguia a lei anterior não está seguindo a lei nova!

Uau, mas então não era a lei... Seria a fiscalização? Não sei, não sei... Talvez o Gilberto Dimenstein saiba. Talvez quem se apoiou nas estatísticas dizendo que o número de mortes caiu graças à nova lei saiba. Bom, agora que as estatísticas mostram o inverso, o que será que essas pessoas estão pensando? Em proibir o consumo, armazenamento, porte de bebida alcoólica em todo o território nacional? É, podiam fazer isso. Sem fiscalização, não ia mudar nada mesmo...

Afinal, vivemos no único país do mundo onde leis não servem pra ser fiscalizadas e respeitadas. Aqui lei é como a moda. Ás vezes pega... às vezes não pega...