10 fevereiro 2010

O ateu e o suicídio

Deve ser muito legal ser um espírita, ou um hindu, ou um budista, ou de qualquer religião que acredita em reencarnação. Um mundo assim seria bem melhor.

Veja o caso de quem é cristão: se a vida dele é uma merda, ele não pode se matar, senão, depois de sabe-se lá quanto tempo até o cristo retornar, ele (o cristão) vai pro inferno. Muçulmano ainda pode ganhar 72 virgens, mas pra isso ele tem que se matar levando um monte de gente, então também não deve ser legal, acho.

Judeu eu não sei, mas se matar deve ser ruim também, pq eu lembro que no cerco de Massada, fizeram um esquema em que sortearam quem mataria quem até sobrar o último, que se matou, e isso tudo para que somente um sofresse as consequências do suicídio.

O espírita tecnicamente pode se matar sem problemas. Ele vai voltar numa escala mais baixa da evolução espiritual, é verdade, mas vai ter chance de refazer o caminho. Suicídio pra um espírita (logicamente falando, claro), é como desligar a máquina e colocar uma ficha de novo: você volta lááá atrás, mas volta.

Já o ateu, coitado, pior de todos! Pra esse, como não há perspectiva nem de um céu, nem de uma reencarnação, se matar é uma bobagem! Todas as fichas dele estão apostadas nessa única vida. E nem sentido ela tem! Mas se ele se matar, não vai ganhar NADA. Não vale a pena para o ateu se matar, simplesmente isso.

O cristão, mesmo indo para o inferno, pode fazer isso como um martírio. Como há uma vida após a morte, ainda pode haver alguma chance de deus ter alguma piedade dele e tirá-lo do inferno. Ou mesmo antes de ir para o inferno, durante o julgamento, deus pode concordar que deu uma vida de merda pro cidadão e fazer vista grossa pro suicídio dele. Isso deve valer também pros muçulmanos e pros judeus. O deus dos três é o mesmo, né...

Mas o ateu não tem chance. A vida dele está exclusivamente na carne, no físico (a dos religiosos também, visto que tudo que se encontra nos céus das religiões é prazer carnal: leite e mel, virgens para deflorar, sei lá, plástico-bolha?, mas isso é outra história).

Resumindo: quando o ateu tá na merda, vale mais a pena aproveitar a merda... ele não terá nem merda depois pra aproveitar.